Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho

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08.05.2013 Views

Teologia Bíblica da Oração (século XII), Savonarola (século XV) e madame Guyon (séculos XVII e XVIII) são exemplos dederes espirituais católicos, que em seus dias experimentaram notáveis reavivamentos (na forma de renovação e evangelismo) em resposta a fervorosas orações para que Deus revertesse a corrupção e a decadência moral de seus tempos. Tradicionalmente, os historiadores concentram sua atenção sobre os aspectos públicos dos acontecimentos. Cartas pessoais e pronunciamentos podem lançar luz sobre as influências de segundo plano, mas essas declarações peculiares, a menos que sejam substanciadas por fontes adicionais não afins, são consideradas apenas opiniões e interpretações particulares. Por consequência, a oração é frequentemente omitida como fator que precede e desencadeia os reavivamentos. Contudo, o leitor perceptivo pode fazer algumas deduções lógicas a partir do aumento da devoção, das chamadas ministeriais, da preocupação diante da decadência da sociedade contemporânea e dos relatos de confrontações sobrenaturais com a deidade. Um crescimento na dedicação a Cristo e à sua Igreja se desenvolve à medida que o hábito da oração amadurece e se intensifica. A certeza de uma chamada divina para a liderança espiritual surge da comunhão pessoal com Deus. Uma crescente preocupação pelo estado degenerado da sociedade conduz à oração intercessória. Repetidas provas sobrenaturais da presença de Deus nos assuntos dos devotados crentes, confirmam um relacionamento pessoal com Deus sustentado pela oração. Martinho Lutero é reconhecido como a maior figura da Reforma Protestante, que teve seu início no século XVI. Contudo, antes do seu tempo, houve significativos despertamentos de fervor religioso, o que nos leva a concluir que a oração e a devoção pessoal desempenharam um importante papel no reavivamento de crentes nominais e no conduzir as multidões de pecadores a Cristo. “The Brethren of the Common Life” (Irmãos da Vida Comum), companhia fundada no século XIV, na Holanda, servem de bom exemplo daqueles que começaram a orar e a clamar com insistência por uma reforma e reavivamento. De acordo com os historiadores da igreja, esses irmãos notabilizaram-se por sua piedade (isto é, dedicação à vida religiosa) e por um estilo de vida santificado. A influência deles, impulsionada pela oração e pela comunhão pessoal com o Senhor, prosseguiu até o século XVII, quando muitos membros da Irmandade deram as boas-vindas à Reforma Protestante e aliaram-se aos reformadores luteranos. O século XVIII testemunhou extraordinários reavivamentos, tanto na Inglaterra quanto na América do Norte: o “Grande Desperta- mento nos Estados Unidos” e o “Reavivamento Metodista”, sob os irmãos Wesley, na Inglaterra. Os historiadores registram que, durante 342

Oração e Reavivamento o Grande Despertamento, 50 mil novos crentes (um quinto da população da Nova Inglaterra) uniram-se à Igreja. As orações e pregação de Jonathan Edwards contribuíram em muito para o “Grande Despertamento na Nova Inglaterra”. Antes do começo do reavivamento, em 1734, a religião cristã estava em triste declínio. A devoção e o fervor dos colonos peregrinos, de um século antes, haviam esfriado. Pessoas não-convertidas, que não faziam confissão de fé para serem salvas, eram admitidas como membros. Tal como nos períodos de declínio no Antigo Testamento, Deus escolheu um homem para levar o peso da oração e para proclamar uma chamada ao arrependimento. Edwards descreveu sua experiência de conversão como um relacionamento pessoal com Deus, que continuou ao longo de todo o seu ministério pleno de reavivamento: Veio à minha alma... um sentimento da glória do Ser Divino; um novo senso, bem diferente de qualquer coisa que eu jamais havia experimentado antes... Pensei comigo mesmo, quão excelente era aquele Ser e quão feliz eu deveria me sentir, se viesse a experimentar aquele Deus e fosse arrebatado ao céu, como que se fosse engolido por Ele para sempre! Eu... orava de uma maneira bastante diferente do que costumava fazer, com uma nova espécie de afeto... A partir daquele tempo... minha mente foi grandemente atraída a passar meu tempo na leitura e na meditação sobre Jesus, sobre a beleza e a excelência de sua Pessoa e sobre o amoroso caminho de salvação através de sua graça... O senso que eu tinha das coisas divinas de repente se acendia, por assim dizer, numa doce chama a queimar em meu coração; um ardor de alma, que não sei como expressar (“Personal Narrative”, The Works o f Jonathan Edwards em . Walter Blair, et al., The Literature ofthe United States, Chicago: Scott, Foreman & Co., 1953, p. 131). O contínuo exercício da oração e da comunhão com o Senhor, por parte de Jonathan Edwards, pode ser comparada com o testemunho de David Brainerd em suas memórias. Esse grande homem de oração passava dias inteiros a orar e a jejuar pelos índios nativos da Nova Inglaterra. Segue-se um exemplo típico dessas orações: 1 de janeiro de 1744. Pela manhã, recebi um pequeno grau de ajuda em minhas orações. Vi-me a mim mesmo tão vil, tão indigno, que não podia encarar minha própria congregação que viera me ouvir pregar. Oh, minha maldade, minha loucura, minha ignorância e minha poluição interior! — À noite, tive uma pequena ajuda na oração, pelo que o dever me foi deleitoso e não cansativo. Refleti sobre a bondade de Deus para comigo no ano passado, etc. Na verdade, Deus tem sido bondoso e gracioso para comigo... Oxalá 343

Oração e Reavivamento<br />

o Gran<strong>de</strong> Despertamento, 50 mil novos crentes (um quinto da população<br />

da Nova Inglaterra) uniram-se à Igreja.<br />

As orações e pregação <strong>de</strong> Jonathan Edwards contribuíram <strong>em</strong><br />

muito para o “Gran<strong>de</strong> Despertamento na Nova Inglaterra”. Antes do<br />

começo do reavivamento, <strong>em</strong> 1734, a religião cristã estava <strong>em</strong> triste<br />

<strong>de</strong>clínio. A <strong>de</strong>voção e o fervor dos colonos peregrinos, <strong>de</strong> um século<br />

antes, haviam esfriado. Pessoas não-convertidas, que não faziam<br />

confissão <strong>de</strong> fé para ser<strong>em</strong> salvas, eram admitidas como m<strong>em</strong>bros.<br />

Tal como nos períodos <strong>de</strong> <strong>de</strong>clínio no Antigo Testamento, <strong>Deus</strong><br />

escolheu um hom<strong>em</strong> para levar o peso da oração e para proclamar<br />

uma chamada ao arrependimento. Edwards <strong>de</strong>screveu sua experiência<br />

<strong>de</strong> conversão como um relacionamento pessoal com <strong>Deus</strong>, que<br />

continuou ao longo <strong>de</strong> todo o seu ministério pleno <strong>de</strong> reavivamento:<br />

Veio à minha alma... um sentimento da glória do Ser Divino; um<br />

novo senso, b<strong>em</strong> diferente <strong>de</strong> qualquer coisa que eu jamais havia<br />

experimentado antes... Pensei comigo mesmo, quão excelente era<br />

aquele Ser e quão feliz eu <strong>de</strong>veria me sentir, se viesse a experimentar<br />

aquele <strong>Deus</strong> e fosse arrebatado ao céu, como que se fosse<br />

engolido por Ele para s<strong>em</strong>pre! Eu... orava <strong>de</strong> uma maneira bastante<br />

diferente do que costumava fazer, com uma nova espécie <strong>de</strong> afeto...<br />

A partir daquele t<strong>em</strong>po... minha mente foi gran<strong>de</strong>mente atraída a<br />

passar meu t<strong>em</strong>po na leitura e na meditação sobre Jesus, sobre a<br />

beleza e a excelência <strong>de</strong> sua Pessoa e sobre o amoroso caminho <strong>de</strong><br />

salvação através <strong>de</strong> sua graça... O senso que eu tinha das coisas<br />

divinas <strong>de</strong> repente se acendia, por assim dizer, numa doce chama a<br />

queimar <strong>em</strong> meu coração; um ardor <strong>de</strong> alma, que não sei como<br />

expressar (“Personal Narrative”, The Works o f Jonathan Edwards <strong>em</strong><br />

. Walter Blair, et al., The Literature ofthe United States, Chicago: Scott,<br />

For<strong>em</strong>an & Co., 1953, p. 131).<br />

O contínuo exercício da oração e da comunhão com o Senhor,<br />

por parte <strong>de</strong> Jonathan Edwards, po<strong>de</strong> ser comparada com o test<strong>em</strong>unho<br />

<strong>de</strong> David Brainerd <strong>em</strong> suas m<strong>em</strong>órias. Esse gran<strong>de</strong> hom<strong>em</strong><br />

<strong>de</strong> oração passava dias inteiros a orar e a jejuar pelos índios nativos<br />

da Nova Inglaterra. Segue-se um ex<strong>em</strong>plo típico <strong>de</strong>ssas orações:<br />

1 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1744. Pela manhã, recebi um pequeno grau <strong>de</strong> ajuda<br />

<strong>em</strong> minhas orações. Vi-me a mim mesmo tão vil, tão indigno, que<br />

não podia encarar minha própria congregação que viera me ouvir<br />

pregar. Oh, minha malda<strong>de</strong>, minha loucura, minha ignorância e<br />

minha poluição interior! — À noite, tive uma pequena ajuda na<br />

oração, pelo que o <strong>de</strong>ver me foi <strong>de</strong>leitoso e não cansativo. Refleti<br />

sobre a bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> para comigo no ano passado, etc. Na<br />

verda<strong>de</strong>, <strong>Deus</strong> t<strong>em</strong> sido bondoso e gracioso para comigo... Oxalá<br />

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