Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho

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Intervenção Angelical É provável que Moisés tenha usado de propósito uma expressão que tanto poderia ser compreendida como proveniente do anjo quanto do mensageiro, porquanto ele não podia explicar ao rei de Edom a verdadeira relação entre o Senhor e seu povo. Ao mesmo tempo, isso fazia o mais perspicaz sentido (Êx 14.19; 32.34), visto que esse anjo era o incriado Anjo da Aliança, que vinha da parte de Deus e, no entanto, era Deus (Gn 32.20; Js 5.15; 6.2; At 7.35), o qual era o verdadeiro capitão dos exércitos do Senhor (H. D. M. Spence e Joseph S. Exell, editores, The Pulpit Commentary, Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans Pub. Co., 1950, vol. 2, Numbers, por R. Winterbotham, p. 254). O detalhe que nos interessa da passagem de Números 20, é o fato de que a intervenção angelical foi dada em resposta à oração de Israel: “Clamamos ao Senhor” (Nm 20.16). Quando o povo de Deus se vê escravizado a governos dominados por homens malignos, suas orações sempre serão ouvidas. Em sua própria sabedoria e no tempo determinado por Ele, Deus intervirá, indo até o ponto de empregar anjos para efetuar o livramento necessário. Anos mais tarde, quando o povo de Israel foi de novo dominado por outro grupo de povos, desta feita os filisteus, mais uma vez Deus ouviu o seu clamor. Essa oração pelo livramento nacional dos filhos de Israel começou a ser respondida através de um filho que Deus enviou: Sansão. O registro do nascimento de Sansão, em resposta à súplica do coração de uma esposa estéril, contém vários elementos miraculosos, incluindo o anúncio feito por um anjo sobre o nascimento de uma criança especial. Deus estava trabalhando em favor do seu povo e a aparição do Anjo do Senhor foi a confirmação desse fato. E os filhos de Israel tornaram a fazer o que parecia mau aos olhos do Senhor, e o Senhor os entregou na mão dos filisteus por quarenta anos. E havia um homem de Zorá, da tribo de Dã, cujo nome era Manoá; e sua mulher era estéril, e não tinha filhos. E o anjo do Senhor apareceu a esta mulher, e disse-lhe: Eis que agora és estéril, e nunca tens concebido; porém conceberás, e terás um filho. Agora, pois, guarda-te de que bebas vinho, ou bebida forte, ou comas coisa imunda. Porque eis que tu conceberás e terás um filho sobre cuja cabeça não passará navalha; porquanto o menino será nazireu de Deus desde o ventre; e ele começará a livrar a Israel da mão dos filisteus. Então a mulher entrou e falou a seu marido, dizendo: Um homem de Deus veio a mim, cuja vista era semelhante à vista dum anjo de Deus, terribilíssima; e não lhe perguntei donde era, nem ele me disse o seu nome; porém disse-me: Eis que tu conceberás e terás um filho; agora pois não bebas vinho, nem bebida forte, e não comas coisa imunda; porque o menino será nazireu de Deus, desde o ventre até o dia da sua morte (Jz 13.1-7). 323

Teologia Bíblica da Oração Apesar do registro bíblico não indicar explicitamente que Manoá e sua esposa tenham orado pedindo um filho, esse fato está subentendido. O fardo da esterilidade num lar judaico mui naturalmente teria provocado essa oração (Gn 25.21; 1 Sm 1.10,11). Neste caso, Deus enviou o seu anjo não apenas para assegurar à esposa de Manoá que Ele curaria a esterilidade dela, mas também para instruí- la especificamente acerca do tempo de gravidez e do tipo de vida que seu filho deveria levar. A descrição do anjo feita pela futura mãe é digno de nota: “Um homem de Deus veio a mim, cuja vista era semelhante à vista dum anjo de Deus, terribilíssima” (Jz 13.6). “Terrível” é tradução do vocábulo hebraico norct. Trata-se de um particípio passivo que significa “a ser reverenciado”, “mantido em honra”, “mantido em admiração”. Encontrar um anjo, especialmente o Anjo do Senhor (Êx 33-20; At 7.38), era verdadeiramente uma experiência tremenda, que requeria o máximo de reverência. A experiência de Gideão foi similar: “Então viu Gideão que era o anjo do Senhor; e disse Gideão: Ah! Senhor, Jeová, que eu vi o anjo do Senhor face a face. Porém o Senhor lhe disse: Paz seja contigo; não temas; não morrerás” (Jz 6.22,23). O ministério que o anjo foi cumprir, ao visitar a esposa de Manoá, tinha dois aspectos: (1) Transmitir a ela a promessa de Deus: “Conceberás, e terás um filho”; e (2) dar instruções específicas acerca do filho que nasceria: “Um filho sobre cuja cabeça não passará navalha; porquanto o menino será nazireu de Deus desde o ventre”. Se está implícito que o anjo visitou a esposa de Manoá em resposta à oração, não havendo declaração direta nesse sentido, não há dúvida cie que a segunda aparição angelical ocorreu em resposta à oração. Manoá rogou ao Senhor que enviasse novamente “o homem de Deus”, para que desse mais instruções sobre como criar a criança que havia sido prometida à sua esposa. Pode ser que Manoá não tenha acreditado que sua esposa tivesse visto um anjo. Os anjos não são homens, pois são identificados como “espíritos” (Hb 1.14) e um espírito não tem carne nem ossos (Lc 24.39). Não obstante, quando se apresentam às pessoas, os anjos podem aparecer como homens comuns ou extraordinários. Que os anjos podem aparecer na forma de seres humanos está evidenciado em ambos os Testamentos (Hb 13-2). Então Manoá orou instantemente ao Senhor, e disse: Ah! Senhor meu, rogo-te que o homem de Deus que enviaste, ainda venha para nós outra vez e nos ensine o que devemos fazer ao menino que há de nascer. Deus ouviu a voz de Manoá; e o anjo de Deus veio outra vez à mulher, e ela estava no campo, porém não estava com ela seu 324

Intervenção Angelical<br />

É provável que Moisés tenha usado <strong>de</strong> propósito uma expressão que<br />

tanto po<strong>de</strong>ria ser compreendida como proveniente do anjo quanto do<br />

mensageiro, porquanto ele não podia explicar ao rei <strong>de</strong> Edom a<br />

verda<strong>de</strong>ira relação entre o Senhor e seu povo. Ao mesmo t<strong>em</strong>po, isso<br />

fazia o mais perspicaz sentido (Êx 14.19; 32.34), visto que esse anjo era<br />

o incriado Anjo da Aliança, que vinha da parte <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> e, no entanto,<br />

era <strong>Deus</strong> (Gn 32.20; Js 5.15; 6.2; At 7.35), o qual era o verda<strong>de</strong>iro<br />

capitão dos exércitos do Senhor (H. D. M. Spence e Joseph S. Exell,<br />

editores, The Pulpit Commentary, Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans<br />

Pub. Co., 1950, vol. 2, Numbers, por R. Winterbotham, p. 254).<br />

O <strong>de</strong>talhe que nos interessa da passag<strong>em</strong> <strong>de</strong> Números 20, é o fato<br />

<strong>de</strong> que a intervenção angelical foi dada <strong>em</strong> resposta à oração <strong>de</strong><br />

Israel: “Clamamos ao Senhor” (Nm 20.16). Quando o povo <strong>de</strong> <strong>Deus</strong><br />

se vê escravizado a governos dominados por homens malignos,<br />

suas orações s<strong>em</strong>pre serão ouvidas. Em sua própria sabedoria e no<br />

t<strong>em</strong>po <strong>de</strong>terminado por Ele, <strong>Deus</strong> intervirá, indo até o ponto <strong>de</strong><br />

<strong>em</strong>pregar anjos para efetuar o livramento necessário.<br />

Anos mais tar<strong>de</strong>, quando o povo <strong>de</strong> Israel foi <strong>de</strong> novo dominado por<br />

outro grupo <strong>de</strong> povos, <strong>de</strong>sta feita os filisteus, mais uma vez <strong>Deus</strong> ouviu<br />

o seu clamor. Essa oração pelo livramento nacional dos filhos <strong>de</strong> Israel<br />

começou a ser respondida através <strong>de</strong> um filho que <strong>Deus</strong> enviou: Sansão.<br />

O registro do nascimento <strong>de</strong> Sansão, <strong>em</strong> resposta à súplica do<br />

coração <strong>de</strong> uma esposa estéril, contém vários el<strong>em</strong>entos miraculosos,<br />

incluindo o anúncio feito por um anjo sobre o nascimento <strong>de</strong> uma<br />

criança especial. <strong>Deus</strong> estava trabalhando <strong>em</strong> favor do seu povo e a<br />

aparição do Anjo do Senhor foi a confirmação <strong>de</strong>sse fato.<br />

E os filhos <strong>de</strong> Israel tornaram a fazer o que parecia mau aos olhos do<br />

Senhor, e o Senhor os entregou na mão dos filisteus por quarenta<br />

anos. E havia um hom<strong>em</strong> <strong>de</strong> Zorá, da tribo <strong>de</strong> Dã, cujo nome era<br />

Manoá; e sua mulher era estéril, e não tinha filhos. E o anjo do Senhor<br />

apareceu a esta mulher, e disse-lhe: Eis que agora és estéril, e nunca<br />

tens concebido; porém conceberás, e terás um filho. Agora, pois,<br />

guarda-te <strong>de</strong> que bebas vinho, ou bebida forte, ou comas coisa<br />

imunda. Porque eis que tu conceberás e terás um filho sobre cuja<br />

cabeça não passará navalha; porquanto o menino será nazireu <strong>de</strong><br />

<strong>Deus</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ventre; e ele começará a livrar a Israel da mão dos<br />

filisteus. Então a mulher entrou e falou a seu marido, dizendo: Um<br />

hom<strong>em</strong> <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> veio a mim, cuja vista era s<strong>em</strong>elhante à vista dum<br />

anjo <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>, terribilíssima; e não lhe perguntei don<strong>de</strong> era, n<strong>em</strong> ele<br />

me disse o seu nome; porém disse-me: Eis que tu conceberás e terás<br />

um filho; agora pois não bebas vinho, n<strong>em</strong> bebida forte, e não comas<br />

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