Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho

Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho

adpaudalho.com.br
from adpaudalho.com.br More from this publisher
08.05.2013 Views

Intervenção Angelical mas não há qualquer base bíblica em apoio a essa reivindicação. Nossa principal preocupação neste capítulo é descobrir como a intervenção angelical pode ocorrer em resposta às nossas orações. Sabemos que os anjos cumprem atividades que não dependem das orações humanas, mas o nosso enfoque aqui se restringe à função que desempenham no que diz respeito à oração. Os Anjos e a Oração no Antigo Testamento Há muitos exemplos de intervenção angelical no Antigo Testamento. Entretanto, somente um número limitado deles se relaciona diretamente à oração. Em lugar de meditarmos em todas as ocasiões em que há a presença de anjos, limitar-nos-emos aos episódios claramente assinalados pela oração. Não é incomum que a oração esteja relacionada com a guerra espiritual, mas quando ouvimos falar sobre esse assunto geralmente entendemos que se trata da luta contra as forças do mal. Entretanto, Jacó contendeu com “um varão”, isto é, com um anjo (Gn 32.24). Se o citado homem era um anjo enviado pelo Senhor ou o próprio Senhor em forma humana não nos é fácil decidir, embora pareça ter sido fácil para Jacó, que, após a experiência, disse: “Tenho visto a Deus face a face” (Gn 32.30). Jacó porém ficou só; e lutou com ele um varão, até que a alva subia. E vendo que não prevalecia contra ele, tocou a juntura de sua coxa, e se deslocou a juntura da coxa de Jacó, lutando com ele. E disse: Deixa-me ir, porque já a alva subiu. Porém ele disse: Não te deixarei ir, se me não abençoares. E disse-lhe: Qual é o teu nome? E ele disse: Jacó. Então disse: Já não se chamará mais o teu nome Jacó, mas Israel: pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste. E Jacó lhe perguntou, e disse: Dá-me, peço-te, a saber o teu nome. E disse: Por que perguntas pelo meu nome? E abençoou-o ali. E chamou Jacó o nome aquele lugar Peniel, porque dizia: Tenho visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva (Gn 32.24-30). Não é importante que estabeleçamos a diferença entre Deus e seus mensageiros angelicais, exceto quando adoramos (Ap 19-10). Para Jacó, o confronto com o anjo era de grande consequência. Ele reconheceu que o ser com quem lutou era capaz de abençoá-lo e, nessa circunstância em particular, compreendeu que não poderia sobreviver sem aquela bênção. Ao mesmo tempo em que Jacó lutou com o anjo, parece que o anjo também lutou com ele — ou talvez Jacó tenha lutado consigo mesmo. Seu grande problema estava mais relacionado consigo mesmo do que em ganhar domínio sobre o anjo, pois o anjo era o mensageiro de Deus 321

Teologia Bíblica da Oração para a sua bênção. Mas Jacó era muito “forte” para receber essa bênção. Enquanto não se rendesse, significava que ainda não estava preparado para ser abençoado. O obstáculo a ser vencido era o próprio Jacó: o enganador, o suplantador, o trapaceiro. O anjo lutou por longo e renhido tempo, pois estava ali para ministrar a Jacó. A luta perdurou a noite inteira. Enquanto a junta da coxa de Jacó, símbolo de sua força humana, não foi deslocada (no hebraico, teq a ‘— “foi desconjuntada”), ele não se rendeu ao anjo. Mas no momento em que Jacó cedeu — o que levou uma cansativa e angustiosa noite até chegar a esse ponto (Gn 32.26) — obteve a bênção desejada: “Não se chamará mais o teu nome Jacó, mas Israel: pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste” (Gn 32.28). “Prevaleceste” contra quem? Contra o anjo? Contra Deus? Não, Jacó havia prevalecido contra Jacó. Foi com essa finalidade que houvera a luta com o anjo. Se for necessário, Deus ainda pode enviar o seu anjo para lutar conosco, a fim de nos dar uma bênção. O Jacó que há em nós, que engana e trapaceia, tende a nos dominar e a nos tornar vítimas de nossa velha natureza adâmica. Oh, Senhor, envia-nos o teu anjo! Jacó respondeu com uma pergunta: “Dá-me, peço-te, a saber o teu nome” (Gn 32.29). Isso não deveria parecer estranho, pois quem, após tão revolucionário encontro, não gostaria de identificar o ser misterioso com o qual tanto lutara? Mas a pergunta de Jacó recebeu do anjo outra pergunta: “Por que perguntas pelo meu nome?” Por mais que o ser humano possa compreender o divino, seu nome já está evidente naquilo que acontece. Jacó não precisava de mais nada. Aquele não era um anjo comum (Gn 32.30). Jacó tinha-se encontrado com o Anjo do Senhor. E ele provou que compreendera esse fato, quando chamou aquele lugar de Peniel, que significa “a face de Deus”. A luta na oração intercessória sempre fala mais sobre nós mesmos do que sobre Deus, pois leva-nos ao ponto de reconhecer a nossa pecaminosidade, a nossa fraqueza espiritual, a ausência de qualquer mérito pessoal de nossa parte. Paulo compreendeu essa verdade quando escreveu: “Porque quando estou fraco então sou forte” (2 Co 12.10). Moisés foi o líder dos israelitas quando peregrinavam pelo deserto a caminho da Terra Prometida. Mas havia outro guia. Moisés não tinha dúvidas de quem era esse guia. Tendo chegado a Cades, Moisés solicitou ao rei de Edom que permitisse que Israel passasse pelo território do seu país. Embora a petição lhe tivesse sido negada, ela contém um testemunho da fidelidade divina em responder às orações: “E clamamos ao Senhor, e ele ouviu a nossa voz, e mandou um anjo, e nos tirou do Egito; e eis que estamos em Cades, cidade na extremidade dos teus termos” (Nm 20.16). 322

Teologia Bíblica da Oração<br />

para a sua bênção. Mas Jacó era muito “forte” para receber essa bênção.<br />

Enquanto não se ren<strong>de</strong>sse, significava que ainda não estava preparado<br />

para ser abençoado. O obstáculo a ser vencido era o próprio<br />

Jacó: o enganador, o suplantador, o trapaceiro.<br />

O anjo lutou por longo e renhido t<strong>em</strong>po, pois estava ali para ministrar<br />

a Jacó. A luta perdurou a noite inteira. Enquanto a junta da coxa <strong>de</strong><br />

Jacó, símbolo <strong>de</strong> sua força humana, não foi <strong>de</strong>slocada (no hebraico,<br />

teq a ‘— “foi <strong>de</strong>sconjuntada”), ele não se ren<strong>de</strong>u ao anjo. Mas no momento<br />

<strong>em</strong> que Jacó ce<strong>de</strong>u — o que levou uma cansativa e angustiosa noite<br />

até chegar a esse ponto (Gn 32.26) — obteve a bênção <strong>de</strong>sejada: “Não se<br />

chamará mais o teu nome Jacó, mas Israel: pois como príncipe lutaste<br />

com <strong>Deus</strong> e com os homens, e prevaleceste” (Gn 32.28). “Prevaleceste”<br />

contra qu<strong>em</strong>? Contra o anjo? Contra <strong>Deus</strong>? Não, Jacó havia prevalecido<br />

contra Jacó. Foi com essa finalida<strong>de</strong> que houvera a luta com o anjo. Se<br />

for necessário, <strong>Deus</strong> ainda po<strong>de</strong> enviar o seu anjo para lutar conosco, a<br />

fim <strong>de</strong> nos dar uma bênção. O Jacó que há <strong>em</strong> nós, que engana e<br />

trapaceia, ten<strong>de</strong> a nos dominar e a nos tornar vítimas <strong>de</strong> nossa velha<br />

natureza adâmica. Oh, Senhor, envia-nos o teu anjo!<br />

Jacó respon<strong>de</strong>u com uma pergunta: “Dá-me, peço-te, a saber o<br />

teu nome” (Gn 32.29). Isso não <strong>de</strong>veria parecer estranho, pois<br />

qu<strong>em</strong>, após tão revolucionário encontro, não gostaria <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar<br />

o ser misterioso com o qual tanto lutara? Mas a pergunta <strong>de</strong> Jacó<br />

recebeu do anjo outra pergunta: “Por que perguntas pelo meu<br />

nome?” Por mais que o ser humano possa compreen<strong>de</strong>r o divino,<br />

seu nome já está evi<strong>de</strong>nte naquilo que acontece. Jacó não precisava<br />

<strong>de</strong> mais nada. Aquele não era um anjo comum (Gn 32.30). Jacó<br />

tinha-se encontrado com o Anjo do Senhor. E ele provou que<br />

compreen<strong>de</strong>ra esse fato, quando chamou aquele lugar <strong>de</strong> Peniel,<br />

que significa “a face <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>”. A luta na oração intercessória s<strong>em</strong>pre<br />

fala mais sobre nós mesmos do que sobre <strong>Deus</strong>, pois leva-nos ao<br />

ponto <strong>de</strong> reconhecer a nossa pecaminosida<strong>de</strong>, a nossa fraqueza<br />

espiritual, a ausência <strong>de</strong> qualquer mérito pessoal <strong>de</strong> nossa parte.<br />

Paulo compreen<strong>de</strong>u essa verda<strong>de</strong> quando escreveu: “Porque quando<br />

estou fraco então sou forte” (2 Co 12.10).<br />

Moisés foi o lí<strong>de</strong>r dos israelitas quando peregrinavam pelo<br />

<strong>de</strong>serto a caminho da Terra Prometida. Mas havia outro guia. Moisés<br />

não tinha dúvidas <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> era esse guia. Tendo chegado a Ca<strong>de</strong>s,<br />

Moisés solicitou ao rei <strong>de</strong> Edom que permitisse que Israel passasse<br />

pelo território do seu país. Embora a petição lhe tivesse sido<br />

negada, ela contém um test<strong>em</strong>unho da fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> divina <strong>em</strong> respon<strong>de</strong>r<br />

às orações: “E clamamos ao Senhor, e ele ouviu a nossa voz, e<br />

mandou um anjo, e nos tirou do Egito; e eis que estamos <strong>em</strong> Ca<strong>de</strong>s,<br />

cida<strong>de</strong> na extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong> dos teus termos” (Nm 20.16).<br />

322

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!