Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho

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08.05.2013 Views

Teologia Bíblica da Oração pode fazer progresso algum. Aquele que ainda não nasceu do Espírito Santo ainda não aprendeu o ABC do conhecimento espiritual. Portanto, a linguagem do Espírito é destituída de sentido para esse, tal como a linguagem de sinais é destituída de sentido para um homem cego. O Espírito Santo é o nosso Mestre no conhecimento da vontade de Deus. E o seu processo de ensino é muito similar ao processo de aprendizado natural. Somente a matéria-prima é diferente: “As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais” (1 Co 2.13). Por conseguinte, a experiência espiritual é um requisito absolutamente imprescindível. Enquanto não houver olhos espirituais, não há como haver visão espiritual. As palavras de Jesus a Nicodemos estabeleceram esse fato acima de qualquer dúvida: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3). O fundamento já fora posto diante dos crentes de Colossos, pois a vida e o conhecimento espirituais já estavam presentes entre eles. Agora era apenas uma questão de movimentar-se do vazio relativo para o lugar da plenitude. Por isso Paulo pediu a Deus que eles fossem “cheios do conhecimento da sua vontade” (Cl 1.9). Para nós, hoje em dia, as coisas não são diferentes. A vontade de Deus é que sejamos cheios do conhecimento da sua vontade. Entretanto, devemos orar e desejar, como o apóstolo Paulo o fez, para que assim aconteça, pois é somente então que permitiremos que o Espírito Santo nos ensine, expressando verdades espirituais com palavras espirituais, até que sejamos enchidos desse conhecimento supremo. “Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra e crescendo no conhecimento de Deus” (Cl 1.10). A vida e o conhecimento têm muita coisa em comum. A vida de Jesus refletia o seu conhecimento. O nosso conhecimento reflete-se em nossa vida. Em certa ocasião, Jesus tinha de “passar por Samaria” (Jo 4.4), onde se encontraria com uma mulher dali, apenas para lhe dizer que Ele era o Messias. Noutra ocasião, os judeus “consulta- vam-se para o matarem” (Jo 11.53). Mas Jesus teve conhecimento disso e “já não andava manifestamente entre os judeus” (Jo 11.54). Ainda em outra oportunidade, Jesus disse: “Importa, porém, caminhar hoje, amanhã, e no dia seguinte, para que não suceda que morra um profeta fora de Jerusalém” (Lc 13.33). Sim, o conhecimento de Jesus motivava a sua vida. 292

Paulo na Oração - 2 3 Parte A oração de Paulo para que os crentes colossenses fossem cheios do conhecimento da vontáde de Deus, estava claramente firmada sobre a premissa de que esse conhecimento resultaria numa vida digna. Notemos a relação entre as duas petições: (1) “Que sejais cheios do conhecimento da sua vontade”; (2) “para que possais andar dignamente diante do Senhor” (Cl 1.9,10). Devemos ser cheios do conhecimento da vontade de Deus, a fim de vivermos de modo digno diante do Senhor. “Toda a ação verdadeira deriva-se do conhecimento: uma conduta digna deriva-se de um credo idóneo; a ética cristã deriva-se da doutrina cristã; as ações corretas derivam-se de um pensamento correto; a moralidade deriva-se da teologia” (Scroggie, Prison Prayers, p. 49). “Para que possais andar dignamente diante do Senhor” é o ponto mais alto de toda a oração. Nisso reflete-se a consumidora paixão do coração do apóstolo e a intensa responsabilidade que o impulsionava em todos os seus labores. Tudo quanto se segue é apenas a elucidação e o meio de se atingir o alvo de andar dignamente diante de Jesus. “Agradando-lhe em tudo” seriam palavras grosseiramente retiradas de seu contexto, se fossem construídas de modo a significar que o crente também deveria agradar a todos os homens. Na verdade, exatamente o contrário é que é a verdade. O objetivo do crente é agradar somente a Deus. A versão da Bíblia em inglês Twentieth Century New Testament traduz essa frase da seguinte maneira: “E assim agradem a Deus de todas as maneiras”. Andar de modo digno diante do Senhor Jesus é agradar a Deus, da mesma forma que Jesus descreveu a sua vida diária na face da terra: “Eu faço sempre o que lhe agrada” 0 o 8.29). O ponto de partida para uma vida digna é “frutificando em toda a boa obra [atividade]”. De fato, uma vida digna e as boas obras são quase idênticas. As boas obras requerem um exame cuidadoso, pois tem-se perdido quase todo o verdadeiro sentido bíblico em meio a um labirinto de interpretações humanas. Dar bom fruto em toda a boa obra não é produto da mera sabedoria e entendimento humanos. Pensamos em termos de pão para os famintos, água para os sedentos, abrigo para os desabrigados, vestes para os despidos e cura para os enfermos. Não podemos conceber maiores obras do que essas. Mas quando começa a se descortinar “o conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual”, nossa visão subitamente passa a alcançar novos e mais amplos horizontes. É então que chegamos a perceber que a bondade de uma obra ou atividade é medida pela fonte de onde ela emana e pelo fim em direção ao qual ela se dirige. Atos de gentileza humana realizados apenas com um objetivo temporal, 293

Teologia Bíblica da Oração<br />

po<strong>de</strong> fazer progresso algum. Aquele que ainda não nasceu do<br />

Espírito Santo ainda não apren<strong>de</strong>u o ABC do conhecimento espiritual.<br />

Portanto, a linguag<strong>em</strong> do Espírito é <strong>de</strong>stituída <strong>de</strong> sentido para<br />

esse, tal como a linguag<strong>em</strong> <strong>de</strong> sinais é <strong>de</strong>stituída <strong>de</strong> sentido para um<br />

hom<strong>em</strong> cego.<br />

O Espírito Santo é o nosso Mestre no conhecimento da vonta<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. E o seu processo <strong>de</strong> ensino é muito similar ao processo<br />

<strong>de</strong> aprendizado natural. Somente a matéria-prima é diferente:<br />

“As quais também falamos, não com palavras <strong>de</strong> sabedoria humana,<br />

mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas<br />

espirituais com as espirituais” (1 Co 2.13). Por conseguinte, a<br />

experiência espiritual é um requisito absolutamente imprescindível.<br />

Enquanto não houver olhos espirituais, não há como haver<br />

visão espiritual. As palavras <strong>de</strong> Jesus a Nico<strong>de</strong>mos estabeleceram<br />

esse fato acima <strong>de</strong> qualquer dúvida: “Na verda<strong>de</strong>, na verda<strong>de</strong> te<br />

digo que aquele que não nascer <strong>de</strong> novo não po<strong>de</strong> ver o reino <strong>de</strong><br />

<strong>Deus</strong>” (Jo 3.3). O fundamento já fora posto diante dos crentes <strong>de</strong><br />

Colossos, pois a vida e o conhecimento espirituais já estavam<br />

presentes entre eles. Agora era apenas uma questão <strong>de</strong> movimentar-se<br />

do vazio relativo para o lugar da plenitu<strong>de</strong>. Por isso Paulo<br />

pediu a <strong>Deus</strong> que eles foss<strong>em</strong> “cheios do conhecimento da sua<br />

vonta<strong>de</strong>” (Cl 1.9).<br />

Para nós, hoje <strong>em</strong> dia, as coisas não são diferentes. A vonta<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Deus</strong> é que sejamos cheios do conhecimento da sua vonta<strong>de</strong>.<br />

Entretanto, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os orar e <strong>de</strong>sejar, como o apóstolo Paulo o fez,<br />

para que assim aconteça, pois é somente então que permitir<strong>em</strong>os<br />

que o Espírito Santo nos ensine, expressando verda<strong>de</strong>s espirituais<br />

com palavras espirituais, até que sejamos enchidos <strong>de</strong>sse conhecimento<br />

supr<strong>em</strong>o. “Para que possais andar dignamente diante do<br />

Senhor, agradando-lhe <strong>em</strong> tudo, frutificando <strong>em</strong> toda a boa obra e<br />

crescendo no conhecimento <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>” (Cl 1.10).<br />

A vida e o conhecimento têm muita coisa <strong>em</strong> comum. A vida <strong>de</strong><br />

Jesus refletia o seu conhecimento. O nosso conhecimento reflete-se<br />

<strong>em</strong> nossa vida. Em certa ocasião, Jesus tinha <strong>de</strong> “passar por Samaria”<br />

(Jo 4.4), on<strong>de</strong> se encontraria com uma mulher dali, apenas para lhe<br />

dizer que Ele era o Messias. Noutra ocasião, os ju<strong>de</strong>us “consulta-<br />

vam-se para o matar<strong>em</strong>” (Jo 11.53). Mas Jesus teve conhecimento<br />

disso e “já não andava manifestamente entre os ju<strong>de</strong>us” (Jo 11.54).<br />

Ainda <strong>em</strong> outra oportunida<strong>de</strong>, Jesus disse: “Importa, porém, caminhar<br />

hoje, amanhã, e no dia seguinte, para que não suceda que<br />

morra um profeta fora <strong>de</strong> Jerusalém” (Lc 13.33). Sim, o conhecimento<br />

<strong>de</strong> Jesus motivava a sua vida.<br />

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