Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho

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Teologia Bíblica da Oração conhecer o poder da ressurreição de Cristo é participar da vida mais abundantemente. Parece que um número demasiadamente grande de crentes tem permanecido muito aquém das coisas mais sublimes e melhores que Deus tem para nós. Aparentemente, todos nos contentamos com o mais débil pulso espiritual. No entanto, quantos de nós conhecem a virtude ou o poder da ressurreição de Cristo? Quase nem sabemos que tal coisa existe, muito menos dizer que a conhecemos em sua real operação. “A virtude da sua ressurreição” é a mais poderosa manifestação da onipotência, pois em sua base está o princípio da própria vida. Esse poder encontra seu solo mais fértil no vale da morte. De fato, isso não pode ser nem demonstrado nem plenamente experimentado sem ocorrer a morte. Mas estar morto sem isso é estar eternamente morto. Paulo desejava percorrer o mesmo caminho que seu Senhor tinha percorrido. Contudo, percebeu que, para fazê-lo, teria de ter o mesmo poder. Sem isso, ele não podia ter a comunhão com os sofrimentos de Cristo, nem amoldar-se à sua morte e nem atingir a sua ressurreição. E nem nós o podemos! Da “virtude da sua ressurreição” avançamos para “a comunicação de suas aflições”. Que tremenda oração é essa! Humanamente falando, empreendemos todos os esforços para evitar e escapar de sofrimentos e aflições. E tachamos de masoquista todo aquele que procura o sofrimento. Todavia, Paulo não era masoquista. Ele sabia que o sofrimento é necessário para a ressurreição — embora não todo o tipo de sofrimento, mas somente o sofrimento exemplificado pelo Salvador. Porque é coisa agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus, sofra agravos, padecendo injustamente. Porque, que glória será essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis, mas se, fazendo o bem, sois afligidos e o sofreis, isso é agradável a Deus. Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas. O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano. O qual, quando o injuriavam, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente (1 Pe 2.19-23). Os sofrimentos de nosso Salvador podem ser facilmente identificados, pois eram sempre em favor dos outros e nunca por causa de suas próprias falhas ou pecados. Sempre eram de acordo com a vontade de Deus; sempre eram vicários; sempre eram redentores. Portanto, a comunhão que nos leva a participar dos sofrimentos de Cristo, envolve necessariamente sofrer segundo esse mesmo padrão e na direção desse mesmo fim. Podemos beber desse cálice? Estamos preparados a ser batizados com esse batismo? (veja Mt 20.22,23 e Mc 10.38,39). 286

Paulo na Oração - 2 a Parte Ousaremos nos alinhar com Paulo em sua oração? Sim, mas somente depois que os olhos do nosso entendimento forem iluminados pelo espírito de sabedoria e de revelação, para que, juntamente com Paulo e com o próprio Cristo, possamos ver o grande final de tudo. O sofrimento introduz suas vítimas à morte. Chega mesmo a ajudar a preparar o indivíduo para a morte. Escreveu o autor da epístola aos Hebreus: “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu” (Hb 5.8). E Paulo registrou que Jesus Cristo “humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz [a morte de um criminoso comum]” (Fp 2.8). Sofrer como Jesus sofreu possibilita-nos a morrer como Jesus morreu. Antes de começarmos a investigar, mesmo que superficialmente, o sentido da oração de Paulo de nos tornarmos como Cristo em sua morte, devemos examinar mais detidamente essa morte. Por certo, a morte que Paulo contemplava era algo mais do que a simples morte física. A morte física dificilmente é um alvo digno — e muito menos a morte por crucificação. Mas a “morte de Cristo” foi uma morte diferente. Muitas pessoas têm morrido e não poucas por crucificação. No entanto, ninguém morreu como Jesus morreu. A morte física foi a menor (embora importante) parte de sua morte. Foi apenas uma demonstração visível de algo profundamente espiritual e invisível. Ali estava o amor em seu objetivo final. Como poderíamos explicar essa morte? Como poderíamos entendê- la? Preste atenção aos rogos de Moisés em favor do seu povo cheio de culpa e você obterá alguma noção do significado desse morrer: “Assim tornou Moisés ao Senhor, e disse: Ora, este povo pecou pecado grande fazendo para si deuses de ouro. Agora pois perdoa o seu pecado, se não risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito” (Ex 32.31,32). A oração de Paulo para que se tornasse como Jesus em sua morte, já deveria ter sido experimentada, pelo menos em parte, quando escreveu sobre os judeus que tinham rejeitado a Cristo: “Porque eu mesmo poderia desejar ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne” (Rm 9-3). Em outras palavras, Paulo estava disposto a desistir de sua própria salvação e passar a eternidade no lago do fogo, se isso garantisse a salvação dos judeus que tinham rejeitado a Cristo. Porém, Paulo sabia que isso seria impossível. Não havia coisa alguma que ele pudesse fazer que assegurasse a salvação deles. Não obstante, isso nos mostra a dimensão do amor de Paulo pelos judeus. O desejo de Paulo em morrer não era mórbido. Pelo contrário, refletia sua perfeita compreensão do caminho para a ressurreição, bem como da inigualável glória que ele via na ressurreição. Não diferente do seu Senhor, “o qual pelo gozo que lhe estava proposto suportou a cruz, desprezando a afronta” (Hb 12.2), Paulo, arrebatado pela visão do que 287

Paulo na Oração - 2 a Parte<br />

Ousar<strong>em</strong>os nos alinhar com Paulo <strong>em</strong> sua oração? Sim, mas somente<br />

<strong>de</strong>pois que os olhos do nosso entendimento for<strong>em</strong> iluminados pelo<br />

espírito <strong>de</strong> sabedoria e <strong>de</strong> revelação, para que, juntamente com Paulo<br />

e com o próprio Cristo, possamos ver o gran<strong>de</strong> final <strong>de</strong> tudo.<br />

O sofrimento introduz suas vítimas à morte. Chega mesmo a ajudar<br />

a preparar o indivíduo para a morte. Escreveu o autor da epístola aos<br />

Hebreus: “Ainda que era Filho, apren<strong>de</strong>u a obediência, por aquilo que<br />

pa<strong>de</strong>ceu” (Hb 5.8). E Paulo registrou que Jesus Cristo “humilhou-se a si<br />

mesmo, sendo obediente até à morte, e morte <strong>de</strong> cruz [a morte <strong>de</strong> um<br />

criminoso comum]” (Fp 2.8). Sofrer como Jesus sofreu possibilita-nos a<br />

morrer como Jesus morreu. Antes <strong>de</strong> começarmos a investigar, mesmo<br />

que superficialmente, o sentido da oração <strong>de</strong> Paulo <strong>de</strong> nos tornarmos<br />

como Cristo <strong>em</strong> sua morte, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os examinar mais <strong>de</strong>tidamente essa<br />

morte. Por certo, a morte que Paulo cont<strong>em</strong>plava era algo mais do que<br />

a simples morte física. A morte física dificilmente é um alvo digno — e<br />

muito menos a morte por crucificação. Mas a “morte <strong>de</strong> Cristo” foi uma<br />

morte diferente. Muitas pessoas têm morrido e não poucas por crucificação.<br />

No entanto, ninguém morreu como Jesus morreu. A morte física<br />

foi a menor (<strong>em</strong>bora importante) parte <strong>de</strong> sua morte. Foi apenas uma<br />

<strong>de</strong>monstração visível <strong>de</strong> algo profundamente espiritual e invisível. Ali<br />

estava o amor <strong>em</strong> seu objetivo final.<br />

Como po<strong>de</strong>ríamos explicar essa morte? Como po<strong>de</strong>ríamos entendê-<br />

la? Preste atenção aos rogos <strong>de</strong> Moisés <strong>em</strong> favor do seu povo cheio <strong>de</strong><br />

culpa e você obterá alguma noção do significado <strong>de</strong>sse morrer:<br />

“Assim tornou Moisés ao Senhor, e disse: Ora, este povo pecou<br />

pecado gran<strong>de</strong> fazendo para si <strong>de</strong>uses <strong>de</strong> ouro. Agora pois perdoa o<br />

seu pecado, se não risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito”<br />

(Ex 32.31,32). A oração <strong>de</strong> Paulo para que se tornasse como Jesus <strong>em</strong><br />

sua morte, já <strong>de</strong>veria ter sido experimentada, pelo menos <strong>em</strong> parte,<br />

quando escreveu sobre os ju<strong>de</strong>us que tinham rejeitado a Cristo:<br />

“Porque eu mesmo po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>sejar ser separado <strong>de</strong> Cristo, por amor<br />

<strong>de</strong> meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne” (Rm 9-3).<br />

Em outras palavras, Paulo estava disposto a <strong>de</strong>sistir <strong>de</strong> sua própria<br />

salvação e passar a eternida<strong>de</strong> no lago do fogo, se isso garantisse a<br />

salvação dos ju<strong>de</strong>us que tinham rejeitado a Cristo. Porém, Paulo sabia<br />

que isso seria impossível. Não havia coisa alguma que ele pu<strong>de</strong>sse<br />

fazer que assegurasse a salvação <strong>de</strong>les. Não obstante, isso nos mostra<br />

a dimensão do amor <strong>de</strong> Paulo pelos ju<strong>de</strong>us.<br />

O <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> Paulo <strong>em</strong> morrer não era mórbido. Pelo contrário,<br />

refletia sua perfeita compreensão do caminho para a ressurreição, b<strong>em</strong><br />

como da inigualável glória que ele via na ressurreição. Não diferente do<br />

seu Senhor, “o qual pelo gozo que lhe estava proposto suportou a cruz,<br />

<strong>de</strong>sprezando a afronta” (Hb 12.2), Paulo, arrebatado pela visão do que<br />

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