Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho
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Paulo na Oração - l s Parte E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito; falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais: cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração; dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo; sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo (Ef 5.18-21). Para a maneira santificada de Paulo pensar, esse é o padrão de procedimento para que haja avanço espiritual. Todas as coisas que fazem guerra contra o permanecer cheio do Espírito devem ser identificadas e eliminadas, antes que se possa conseguir e manter um estilo de vida cheio do Espírito. Para exemplificar, o crente que argumenta em favor do uso do vinho ou de qualquer outra bebida alcoólica, argumenta, ao mesmo tempo, contra o ter uma vida cheia do Espírito, pois não há compatibilidade entre ambas. Para as pessoas que sinceramente buscam a Deus, há apenas um único caminho a seguir: “Enchei-vos [continuai a ser cheios] do Espírito”. Ora, ser cheio do Espírito requer uma atenção muito grande em oração, tendo em vista esse mesmo fim. O batismo no Espírito Santo é uma experiência vital e viável. Não obstante, se a experiência tiver propósito e significado permanentes, deve, necessariamente, resultar num estilo de vida de constantes enchimentos com o Espírito. Esse estilo de vida envolve disciplinas que evitem os empecilhos e promovam ações para a sua intensificação. Os itens da lista de práticas a que Paulo nos intimou são evidências de um estilo de vida cheio do Espírito (Ef 5.19-21: meditação, cânticos, ações de graças, submissão) e, ao mesmo tempo, os meios nomeados por Deus para esse estilo de vida. Embora alguns estudiosos traduzam lalountes heautois como “falando entre vós” ou “falando uns aos outros”, não é errado compreender o significado dessa expressão da seguinte maneira: “Falando dentro de vós mesmos”. Paulo usa uma linha de raciocínio similar em 1 Coríntios 14.28: “Mas, se não houver intérprete... fale consigo mesmo, e com Deus”. Por conseguinte, podemos dizer que o estilo de vida cheio do Espírito é estimulado pela adoração interior, que se expressa por meio de salmos, hinos e cânticos espirituais. À primeira vista, poderíamos relacionar a palavra “salmos” aos salmos do Antigo Testamento. Mas embora essa possibilidade não precise ser excluída, a falta do artigo faz o sentido tornar-se mais geral, isto é, cânticos com acompanhamento musical, como se fossem salmos. A idéia por detrás do termo “hinos” parece ser cânticos que expressem louvores a Deus Pai e a Jesus Cristo (confira certas passagens do Novo Testamento, como por exemplo Ef 1.3-10; Fp 2.6-11; 2 Tm 2.11-13; Tt 3.4-7, que têm a forma de hinos). 255
Teologia Bíblica da Oração Ainda que não seja este o único sentido pretendido com a expressão “cânticos espirituais”, é perfeitamente possível que Paulo estivesse indicando aqui o que ele havia falado em 1 Coríntios 14.15: “Cantarei com o espírito”, ou seja, entoar os louvores a Deus numa língua desconhecida. O texto de 1 Coríntios 14.26 indica que essas coisas se manifestam quando as pessoas se reúnem. A própria palavra “salmo” inclui um acompanhamento musical. As palavras “no vosso coração” bem poderiam ser traduzidas por “com o vosso coração”, ou podem significar que, quando os crentes juntam suas vozes nos cânticos da congregação, seus corações também estão cheios de música. Fazer melodia, de acordo com as páginas do Antigo Testamento, envolvia instrumentos musicais. O versículo seguinte, “sujeitando-vos uns aos outros”, também mostra que Paulo estava falando sobre o que está acontecendo no corpo da Igreja, e não apenas no coração de cada indivíduo. Harold Horton observa: “Falando com vocês mesmos... em cânticos espirituais, ou seja, com cânticos em outras línguas, cantados por cadências ditadas também pelo Espírito. Falando — em cânticos! Falando assim com nós mesmos no Espírito é o mesmo que nos edificarmos... Quando falamos em línguas estamos enchendo um reservatório dentro de nós mesmos neste estéril deserto do mundo em que vivemos. E assim, ao cantarmos, fazemos fom que jorre uma fonte no mais seco deserto” (Harold Horton, Gijfts o jth e Spirit, Nottingham, Inglaterra: Assemblies of God Publishing House, 1934; reimpressão, Springfield, Missouri: Gospel Publishing House, 1975, p. 136 da edição reimpressa). “Cantando e salmodiando [ou fazendo música] ao Senhor no [ou com o] vosso coração” parecem ser palavras que indicam que os salmos, os hinos e os cânticos espirituais fluem a partir do santuário particular do homem interior. A ação de graças é a própria essência da vida cheia do Espírito, ao mesmo tempo que é outro importante meio para o crente chegar ao estilo de vida cheio do Espírito. “Dando sempre graças” é o acesso da alma à presença divina. Esses agradecimentos devem ser direcionados a Deus Pai, de onde nos vem o Espírito. E tudo deve ser feito no nome de nosso Senhor Jesus Cristo, o único meio de nos aproximarmos dEle. A submissão é para a oração aquilo que o sangue é para o corpo humano. Sem submissão, a oração é apenas uma forma fria e sem vida de nos expressarmos. A palavra grega usada por Paulo, hupotasso, significa “subordinar”, “sujeitar-se”, “ceder voluntariamente”. A submissão põe em evidência a oração eficaz. É algo essencial para o preenchimento inicial com o Espírito Santo. Sem o seu contínuo 256
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Paulo na Oração - l s Parte<br />
E não vos <strong>em</strong>briagueis com vinho, <strong>em</strong> que há contenda, mas<br />
enchei-vos do Espírito; falando entre vós <strong>em</strong> salmos, e hinos, e<br />
cânticos espirituais: cantando e salmodiando ao Senhor no vosso<br />
coração; dando s<strong>em</strong>pre graças por tudo a nosso <strong>Deus</strong> e Pai, <strong>em</strong><br />
nome <strong>de</strong> nosso Senhor Jesus Cristo; sujeitando-vos uns aos outros<br />
no t<strong>em</strong>or <strong>de</strong> Cristo (Ef 5.18-21).<br />
Para a maneira santificada <strong>de</strong> Paulo pensar, esse é o padrão <strong>de</strong><br />
procedimento para que haja avanço espiritual. Todas as coisas que<br />
faz<strong>em</strong> guerra contra o permanecer cheio do Espírito <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser<br />
i<strong>de</strong>ntificadas e eliminadas, antes que se possa conseguir e manter um<br />
estilo <strong>de</strong> vida cheio do Espírito. Para ex<strong>em</strong>plificar, o crente que<br />
argumenta <strong>em</strong> favor do uso do vinho ou <strong>de</strong> qualquer outra bebida<br />
alcoólica, argumenta, ao mesmo t<strong>em</strong>po, contra o ter uma vida cheia<br />
do Espírito, pois não há compatibilida<strong>de</strong> entre ambas. Para as pessoas<br />
que sinceramente buscam a <strong>Deus</strong>, há apenas um único caminho a<br />
seguir: “Enchei-vos [continuai a ser cheios] do Espírito”. Ora, ser cheio<br />
do Espírito requer uma atenção muito gran<strong>de</strong> <strong>em</strong> oração, tendo <strong>em</strong><br />
vista esse mesmo fim. O batismo no Espírito Santo é uma experiência<br />
vital e viável. Não obstante, se a experiência tiver propósito e<br />
significado permanentes, <strong>de</strong>ve, necessariamente, resultar num estilo<br />
<strong>de</strong> vida <strong>de</strong> constantes enchimentos com o Espírito. Esse estilo <strong>de</strong> vida<br />
envolve disciplinas que evit<strong>em</strong> os <strong>em</strong>pecilhos e promovam ações<br />
para a sua intensificação. Os itens da lista <strong>de</strong> práticas a que Paulo nos<br />
intimou são evidências <strong>de</strong> um estilo <strong>de</strong> vida cheio do Espírito (Ef<br />
5.19-21: meditação, cânticos, ações <strong>de</strong> graças, submissão) e, ao<br />
mesmo t<strong>em</strong>po, os meios nomeados por <strong>Deus</strong> para esse estilo <strong>de</strong> vida.<br />
Embora alguns estudiosos traduzam lalountes heautois como<br />
“falando entre vós” ou “falando uns aos outros”, não é errado<br />
compreen<strong>de</strong>r o significado <strong>de</strong>ssa expressão da seguinte maneira:<br />
“Falando <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> vós mesmos”. Paulo usa uma linha <strong>de</strong> raciocínio<br />
similar <strong>em</strong> 1 Coríntios 14.28: “Mas, se não houver intérprete... fale<br />
consigo mesmo, e com <strong>Deus</strong>”. Por conseguinte, po<strong>de</strong>mos dizer que o<br />
estilo <strong>de</strong> vida cheio do Espírito é estimulado pela adoração interior,<br />
que se expressa por meio <strong>de</strong> salmos, hinos e cânticos espirituais.<br />
À primeira vista, po<strong>de</strong>ríamos relacionar a palavra “salmos” aos<br />
salmos do Antigo Testamento. Mas <strong>em</strong>bora essa possibilida<strong>de</strong> não<br />
precise ser excluída, a falta do artigo faz o sentido tornar-se mais<br />
geral, isto é, cânticos com acompanhamento musical, como se foss<strong>em</strong><br />
salmos.<br />
A idéia por <strong>de</strong>trás do termo “hinos” parece ser cânticos que<br />
express<strong>em</strong> louvores a <strong>Deus</strong> Pai e a Jesus Cristo (confira certas passagens<br />
do Novo Testamento, como por ex<strong>em</strong>plo Ef 1.3-10; Fp 2.6-11; 2<br />
Tm 2.11-13; Tt 3.4-7, que têm a forma <strong>de</strong> hinos).<br />
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