Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho

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Paulo na Oração - 1 - Parte Testamento). Segundo esses cânones, não se permite que um homem ore sem alguma espécie de cobertura na cabeça, porquanto todo homem deve, mediante a cabeçà coberta, demonstrar sentimento de vergonha diante de Deus e que é indigno de encará-lo. Então Deus fica ofendido se um homem ora com a cabeça coberta? Ou a nossa preocupação deveria ser com a possível reação negativa das pessoas presentes na reunião de oração? O princípio do respeito, como quando um homem tira o chapéu na presença de outras pessoas a quem deseje honrar, também deve ser uma das considerações, juntamente com a modéstia e o senso de decoro. O verso 5 de 1 Coríntios 11 introduz uma idéia que tem implicações culturais muito fortes: “Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se tivesse rapada”. O que as mulheres usavam sobre a cabeça era um pedaço de pano ou uma rede para cobrir o cabelo, semelhante àquilo que hoje chamamos de “rede para cabelo” (não se tratava de um véu sobre o rosto). Era costume entre os gregos e romanos, e uma lei expressa entre os judeus, que nenhuma mulher deveria ser vista em público sem ter a devida cobertura na cabeça. As prostitutas desafiavam tal costume como um sinal de sua profissão. Por conseguinte, para uma mulher aparecer em público sem a apropriada cobertura para a cabeça era uma falta de decência e uma desonra para a reputação de seu marido. O versículo 13 de 1 Coríntios 11 é um apelo ao decoro: “Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta?” Parafraseando o apóstolo, diríamos: “Faz bom sentido, à luz de considerações culturais e de outras, que vossas mulhéres orem em público sem que cubram as cabeças?” Agir de acordo com a maneira 'çomo as sacerdotisas dos templos pagãos tinham de orar e de fazer pronunciamentos com a cabeça descoberta, ou com os cabelos soltos e esvoaçantes, seria, não há dúvida, uma desgraça para as piedosas mulheres cristãs. Alguns eruditos acreditam; que a palavra “descoberta”, neste versículo, inclui a idéia de cabelos longos, soltos, esvoaçantes (Gordon Fee, The First Epistle to the Corinthians, Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans Pub. Co., 1987, p. 509). A “mesma natureza” (1 Co 11.14) refere-se não à “Mãe Natureza”, mas aos costumes herdados de nossos antepassados (Walter Bauer, A Greek-English Lexicon ofth eN ew Testament a n d Other Early Christian Literature, 2a edição, traduzido por F. Wilbur Gingrich e Frederick W. Danker, Chicago: University of Chicago Press, 1979, p. 869). Paulo escreveu que a própria natureza das coisas (ou seja, os costumes humanos) ensina que é vergonhoso para um homem ter cabelos compridos. Por outro lado, essa mesma natureza ensina que 249

Teologia Bíblica da Oração ter cabelos longos é uma glória para a mulher (1 Co 11.14,15). Essa vergonha era apenas uma questão cultural, ou será que Deus considera vergonhosos os cabelos longos num homem? O voto do nazireado, de dedicação a Deus, exigia que não fossem cortados os cabelos de um homem (Nm 6.5). Por certo houve tempo, também nas sociedades cristãs, quando homens maduros e de respeito usavam cabelos longos e perucas. Será que a natureza das coisas ainda ensina o que Paulo disse que ensinou, ou haverá alguma mistura do vocábulo “natureza” com a respeitabilidade cultural? Ser dogmático ou contencioso sobre esses pontos pode ser uma atitude anticristã (1 Co 11.16). Contudo, os princípios da modéstia, do decoro e do respeito são normas que não devem ser comprometidas. Precisamos relembrar, entretanto, que na passagem de 1 Coríntios 11.3-16, a referência primária é a costumes comuns às igrejas no que tange à oração pública e à adoração. Quando chegamos com outros crentes na presença de nosso Deus santo, nosso comportamento, vestuário e tudo o mais que se relacione à nossa pessoa deve ser um testemunho à decência, à moderação e à boa ordem. Embora a parte externa não possa compensar pela ausência do que é interior, o que é exterior com frequência serve de indícios acerca das realidades internas. Orando no Espírito O intuito de Paulo com suas instruções ao Corpo de Cristo é impor ordem e propósito às expressões espontâneas dos crentes, quando oram no Espírito. Se forem cuidadosamente seguidos, esses ensinamentos impedirão que a oração e a adoração pentecostais descambem para a desordem. Pelo que, o que fala língua estranha, ore para que a possa interpretar. Porque, se eu orar em língua estranha, o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto. Que farei pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento. Doutra maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o que ocupa o lugar de indouto o Amém sobre a tua açâo de graças, visto que não sabe o que dizes? Porque realmente tu dás bem as graças, mas o outro não é edificado” (1 Co 14.13-17). Neste trecho bíblico, observamos que a suprema preocupação de Paulo é com a edificação do Corpo de Cristo e a melhor maneira de alcançá-la. Pelo contexto, torna-se evidente que o dom de línguas, apesar de manifestado profusamente nas reuniões dos crentes coríntios, estava ficando aquém do propósito estabelecido por Deus. As lín­ 250

Teologia Bíblica da Oração<br />

ter cabelos longos é uma glória para a mulher (1 Co 11.14,15). Essa<br />

vergonha era apenas uma questão cultural, ou será que <strong>Deus</strong> consi<strong>de</strong>ra<br />

vergonhosos os cabelos longos num hom<strong>em</strong>? O voto do nazireado,<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>dicação a <strong>Deus</strong>, exigia que não foss<strong>em</strong> cortados os cabelos <strong>de</strong><br />

um hom<strong>em</strong> (Nm 6.5). Por certo houve t<strong>em</strong>po, também nas socieda<strong>de</strong>s<br />

cristãs, quando homens maduros e <strong>de</strong> respeito usavam cabelos<br />

longos e perucas. Será que a natureza das coisas ainda ensina o que<br />

Paulo disse que ensinou, ou haverá alguma mistura do vocábulo<br />

“natureza” com a respeitabilida<strong>de</strong> cultural? Ser dogmático ou contencioso<br />

sobre esses pontos po<strong>de</strong> ser uma atitu<strong>de</strong> anticristã (1 Co 11.16).<br />

Contudo, os princípios da modéstia, do <strong>de</strong>coro e do respeito são<br />

normas que não <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser comprometidas.<br />

Precisamos rel<strong>em</strong>brar, entretanto, que na passag<strong>em</strong> <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

11.3-16, a referência primária é a costumes comuns às igrejas no<br />

que tange à oração pública e à adoração. Quando chegamos com<br />

outros crentes na presença <strong>de</strong> nosso <strong>Deus</strong> santo, nosso comportamento,<br />

vestuário e tudo o mais que se relacione à nossa pessoa<br />

<strong>de</strong>ve ser um test<strong>em</strong>unho à <strong>de</strong>cência, à mo<strong>de</strong>ração e à boa or<strong>de</strong>m.<br />

Embora a parte externa não possa compensar pela ausência do que<br />

é interior, o que é exterior com frequência serve <strong>de</strong> indícios acerca<br />

das realida<strong>de</strong>s internas.<br />

Orando no Espírito<br />

O intuito <strong>de</strong> Paulo com suas instruções ao Corpo <strong>de</strong> Cristo é<br />

impor or<strong>de</strong>m e propósito às expressões espontâneas dos crentes,<br />

quando oram no Espírito. Se for<strong>em</strong> cuidadosamente seguidos, esses<br />

ensinamentos impedirão que a oração e a adoração pentecostais<br />

<strong>de</strong>scamb<strong>em</strong> para a <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m.<br />

Pelo que, o que fala língua estranha, ore para que a possa interpretar.<br />

Porque, se eu orar <strong>em</strong> língua estranha, o meu espírito ora<br />

b<strong>em</strong>, mas o meu entendimento fica s<strong>em</strong> fruto. Que farei pois?<br />

Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento;<br />

cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.<br />

Doutra maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o<br />

que ocupa o lugar <strong>de</strong> indouto o Amém sobre a tua açâo <strong>de</strong> graças,<br />

visto que não sabe o que dizes? Porque realmente tu dás b<strong>em</strong> as<br />

graças, mas o outro não é edificado” (1 Co 14.13-17).<br />

Neste trecho bíblico, observamos que a supr<strong>em</strong>a preocupação <strong>de</strong><br />

Paulo é com a edificação do Corpo <strong>de</strong> Cristo e a melhor maneira <strong>de</strong><br />

alcançá-la. Pelo contexto, torna-se evi<strong>de</strong>nte que o dom <strong>de</strong> línguas,<br />

apesar <strong>de</strong> manifestado profusamente nas reuniões dos crentes coríntios,<br />

estava ficando aquém do propósito estabelecido por <strong>Deus</strong>. As lín­<br />

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