Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho

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08.05.2013 Views

Teologia Bíblica da Oração Recebendo uma Revelação Sempre é apropriado orar em todas as circunstâncias da vida, mas a oração nunca é mais urgente que em momentos de crise. Velejando para Roma como prisioneiro, sob a custódia do centurião Júlio, Paulo estava em perigo de vida, juntamente com a tripulação, os passageiros e os demais prisioneiros (At 27.1-20). Esta foi sua quarta experiência de naufrágio (além daquelas narradas em 2 Co 11.25). E, havendo já muito que se não comia, então Paulo, pondo-se em pé no meio deles, disse: Fora, na verdade, razoável, ó varões, ter-me ouvido a mim e não partir de Creta, e assim evitariam este incómodo e esta perdição. Mas agora vos admoesto a que tenhais bom ânimo, porque não se perderá a vida de nenhum de vós, mas somente o navio. Porque esta mesma noite o anjo de Deus, de quem eu sou, e a quem sirvo esteve comigo, dizendo: Paulo, não temas; importa que sejas apresentado a César, e eis que Deus te deu todos quantos navegam contigo. Portanto, ó varões, tende bom ânimo; porque creio em Deus, que há de acontecer assim como a mim me foi dito. E contudo necessário irmos dar numa ilha (At 27.21-26). Pessoas de ânimo fraco dão lugar ao desespero, quando as tempestades ameaçam a própria vida — mas não Paulo. Alguém poderia suspeitar, pelas referências à abstinência de Paulo, que ele tenha feito um jejum deliberado para conter as circunstâncias que ameaçavam as vidas das pessoas daquele navio. Entretanto, um exame mais detido do texto dificilmente apóia essa interpretação. A palavra grega asitia é um termo médico que indica “perda de apetite” e significa, literalmente, “sem comida”: “E, havendo já muito tempo que se não comia [por causa da falta de apetite], então Paulo, pondo-se em pé no meio deles, disse...” O “jejum” mencionado um pouco antes, em Atos 27.9, provavelmente se refere ao dia da Expiação, que todos os bons judeus têm por costume observar. Mesmo que tenha se alimentado durante os primeiros dias da tempestade, podemos seguramente concluir que, em toda aquela dura experiência, Paulo mantinha uma comunhão constante com Deus. Se bem que se preocupasse muito com o seu próprio bem- estar, Paulo sabia com certeza que estava destinado a chegar a Roma (At 19.21; 23.11). As orações dos crentes estão relacionadas à confiança à certeza que possuem. O mais provável é que Paulo tenha orado pela segurança de seus companheiros de viagem. Não é fácil orar por aqueles que entram em dificuldades por haverem rejeitado nosso conselho (At 27.9-11,21). Entretanto, os que oram e comungam com Deus estão acima desses sentimentos de rejeição e 2 4 0

\ l \ 4 O ração na Igreja em Expansão \ repulsa. A nossa presença no meio deles, como a de Paulo, pode abençoá-los ainda q^e a princípio nos rejeitem. E então, mesmo que Satanás faça rugir os ínares da vida, o Deus em quem confiamos pode tanto acalmar a tempèstade quanto livrar-nos dela. Como resultado dè sua oração, Paulo fez um ousado anúncio em face da morte aparentemente iminente: “Mas agora vos admoesto a que tenhais bom ânimo*! porque não se perderá a vida de nenhum de vós, mas somente o navio” (At 27.22). Essa não foi uma presunçosa “confissão positiva”, tampouco um desejo esperançoso de Paulo. Foi antes uma declaração veraz, baseada numa revelação divina. Quem ora geralmente obtém conhecimento das coisas de maneira sobrenatural. Por exemplo, um pastor, enquanto fazia suas orações, viu-se fortemente compungido a dizer a uma certa senhora da comunidade que ela estava diante de sua última chance para receber Jesus. Encontrando-se com ela e o marido numa mercearia, o servo de Deus transmitiu-lhe a mensagem com a maior gentileza possível. Em resposta, disse que, apesar de já ter frequentado uma igreja, não estava absolutamente interessada. No dia seguinte, enquanto se dirigia bem cedo ao trabalho, seu carro chocou-se violentamente com outro e ela morreu na hora. Isso não deve ser considerado estranho diante da onisciência do Deus a quem servimos. Duas coisas foram alcançadas mediante a oração de Paulo: (1) revelação e (2) preservação. Por meio de uma revelação especial de Deus feita através de um dos seus anjos, Paulo pôde ver o futuro além das circunstâncias adversas do momento. E tanto ele quanto seus companheiros de viagem foram preservados de uma terrível destruição, porque Deus interveio na situação. A experiência de Paulo, a caminho de Roma, ensina-nos várias j lições. Em meio às tempestades da vida, devemos manter a comunhão J com Deus, rejeitando o desespero da incredulidade. Aquilo que Deus nos revela durante o dia não deve ser posto em dúvida ao anoitecer. Quando a mensagem que recebermos for verdadeiramente da parte de Deus, poderemos declarar com confiança o que Ele está prestes a fazer. Recebendo a Certeza da Cura A presença sobrenatural de Deus deve ser um fato constante na vida dos seus servos. É o que foi predito no Evangelho de Marcos: “Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão” (Mc 16.18). (N ota: Alguns antigos manuscritos do Evangelho de Marcos terminam em 16.8, mas grande parte deles contêm o trecho de Mc 16.9-20. É possível que o fim tenha sido acidentalmente 241

Teologia Bíblica da Oração<br />

Recebendo uma Revelação<br />

S<strong>em</strong>pre é apropriado orar <strong>em</strong> todas as circunstâncias da vida, mas<br />

a oração nunca é mais urgente que <strong>em</strong> momentos <strong>de</strong> crise. Velejando<br />

para Roma como prisioneiro, sob a custódia do centurião Júlio, Paulo<br />

estava <strong>em</strong> perigo <strong>de</strong> vida, juntamente com a tripulação, os passageiros<br />

e os <strong>de</strong>mais prisioneiros (At 27.1-20). Esta foi sua quarta experiência<br />

<strong>de</strong> naufrágio (além daquelas narradas <strong>em</strong> 2 Co 11.25).<br />

E, havendo já muito que se não comia, então Paulo, pondo-se <strong>em</strong> pé<br />

no meio <strong>de</strong>les, disse: Fora, na verda<strong>de</strong>, razoável, ó varões, ter-me<br />

ouvido a mim e não partir <strong>de</strong> Creta, e assim evitariam este incómodo<br />

e esta perdição. Mas agora vos admoesto a que tenhais bom ânimo,<br />

porque não se per<strong>de</strong>rá a vida <strong>de</strong> nenhum <strong>de</strong> vós, mas somente o<br />

navio. Porque esta mesma noite o anjo <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>, <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> eu sou, e a<br />

qu<strong>em</strong> sirvo esteve comigo, dizendo: Paulo, não t<strong>em</strong>as; importa que<br />

sejas apresentado a César, e eis que <strong>Deus</strong> te <strong>de</strong>u todos quantos<br />

navegam contigo. Portanto, ó varões, ten<strong>de</strong> bom ânimo; porque<br />

creio <strong>em</strong> <strong>Deus</strong>, que há <strong>de</strong> acontecer assim como a mim me foi dito. E<br />

contudo necessário irmos dar numa ilha (At 27.21-26).<br />

Pessoas <strong>de</strong> ânimo fraco dão lugar ao <strong>de</strong>sespero, quando as t<strong>em</strong>pesta<strong>de</strong>s<br />

ameaçam a própria vida — mas não Paulo. Alguém po<strong>de</strong>ria<br />

suspeitar, pelas referências à abstinência <strong>de</strong> Paulo, que ele tenha<br />

feito um jejum <strong>de</strong>liberado para conter as circunstâncias que ameaçavam<br />

as vidas das pessoas daquele navio. Entretanto, um exame mais<br />

<strong>de</strong>tido do texto dificilmente apóia essa interpretação. A palavra grega<br />

asitia é um termo médico que indica “perda <strong>de</strong> apetite” e significa,<br />

literalmente, “s<strong>em</strong> comida”: “E, havendo já muito t<strong>em</strong>po que se não<br />

comia [por causa da falta <strong>de</strong> apetite], então Paulo, pondo-se <strong>em</strong> pé no<br />

meio <strong>de</strong>les, disse...” O “jejum” mencionado um pouco antes, <strong>em</strong> Atos<br />

27.9, provavelmente se refere ao dia da Expiação, que todos os bons<br />

ju<strong>de</strong>us têm por costume observar.<br />

Mesmo que tenha se alimentado durante os primeiros dias da<br />

t<strong>em</strong>pesta<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>mos seguramente concluir que, <strong>em</strong> toda aquela<br />

dura experiência, Paulo mantinha uma comunhão constante com<br />

<strong>Deus</strong>. Se b<strong>em</strong> que se preocupasse muito com o seu próprio b<strong>em</strong>-<br />

estar, Paulo sabia com certeza que estava <strong>de</strong>stinado a chegar a<br />

Roma (At 19.21; 23.11). As orações dos crentes estão relacionadas à<br />

confiança à certeza que possu<strong>em</strong>. O mais provável é que Paulo<br />

tenha orado pela segurança <strong>de</strong> seus companheiros <strong>de</strong> viag<strong>em</strong>. Não<br />

é fácil orar por aqueles que entram <strong>em</strong> dificulda<strong>de</strong>s por haver<strong>em</strong><br />

rejeitado nosso conselho (At 27.9-11,21). Entretanto, os que oram e<br />

comungam com <strong>Deus</strong> estão acima <strong>de</strong>sses sentimentos <strong>de</strong> rejeição e<br />

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