Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho

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08.05.2013 Views

A Oração na Igreja de Jerusalém O pregador deve estar familiarizado com todas as formas de oração. O pregador deve aprender a pleitear diante de Deus, antes de se levantar para pleitear pelos outros. O pregador deve deleitar-se na comunhão com Deus antes de procurar comunicar as glórias de Deus e do evangelho. O pregador deve aprender a fazer intercessões apaixonadas e súplicas, antes de convidar os outros a conhecer o Salvador. Referindo- se às orações de David Brainerd, Jonathan Edwards observa: A história de sua vida mostra-nos o caminho direto para o sucesso no desempenho do ministério... Movido pelo amor a Cristo e às almas dos homens, consta que ele “trabalhava sempre fervorosamente” em palavra e doutrina, tanto em público como secretamente, em orações dia e noite. O quanto ele não “lutou com Deus” a sós e “em trabalho de parto”, com gemidos e agonias inexprimíveis, “até que Cristo fosse formado” nos corações das pessoas a quem fora enviado!... Como um verdadeiro filho de Jacó, ele perseverou lutando, através da escuridão da noite, até o romper do dia (Memoirs o f theRev. David Brainerd, New Haven: S. Converse, 1822, pp. 458,459). Mas, como resolver o conflito que continua a rugir na Igreja, sobre quanto esforço despender na satisfação das necessidades físicas e na pregação do evangelho às almas perdidas? Os que estão ocupados no ministério da pregação não devem se permitir serem desviados, ocupando-se com necessidades materiais às expensas do ministério que lhes confiou o Senhor Jesus. A prioridade dos que são chamados a pregar deve ser sempre a oração e o ministério da Palavra. Oração na Hora da Morte Estêvão acabara de entregar uma mensagem esclarecedora e mordaz aos seus compatriotas judeus, que haviam rejeitado Jesus, o Messias (At 7.2-53). Denunciara-os com ousadia ao declarar: “Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais” (At 7.51). Reagindo a isso, eles “enfureciam-se em seus corações, e rangiam os dentes contra ele. Eles gritaram com grande voz, taparam os seus ouvidos, e arremeteram unânimes contra ele. E, expul- sando-o da cidade, o apedrejavam... a Estêvão, que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito. E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu” (At 7.54,57-60). Como reagir diante da perseguição e do abuso? Amaldiçoar os opositores e invocar a ira dos Céus contra eles? Uma pessoa menos aperfeiçoada que Estêvão talvez tivesse reagido dessa maneira, mas não aquele pregador leigo cheio do Espírito Santo. Ele não era um 221

Teologia Bíblica da Oração mundano, pois nele não habitava “o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus” (1 Co 2.12). Em humilde resposta à horrenda violência de que era vítima, Estêvão não demonstrou o menor sentimento de retaliação em seu espírito redimido. Apenas uma terna compaixão e preocupação por aqueles que, instantes depois, tirar- lhe-iam a vida. A oração de Estêvão exprime duas preocupações: (1) o destino de seu espírito; e (2) o bem-estar de seus inimigos. Dificilmente, ele poderia ter seguido mais de perto o exemplo deixado por seu Senhor. Poucos meses antes, quando Jesus morria às mãos de homens malignos, estas palavras haviam sido ouvidas na cruz: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23.46). Agora era a vez de Estêvão clamar: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito!” (At 7.59) Ele já havia recebido um vislumbre do outro mundo (veja o contexto, em At 7.55-59), cuja glória pareceu aliviar as dores do momento. Também tinha consciência de que deixar o corpo é “habitar com o Senhor” (2 Co 5.8). Cumpre destacar que Estêvão não solicitou qualquer livramento físico ou um milagre que servisse para esse fim. Tal como Jesus morrera de acordo com a vontade de Deus, às mãos de homens maldosos, assim também convém que seus servos morram. A vontade de Deus pode ser cumprida tanto na morte quanto na vida. Seus servos, à semelhança de Estêvão, devem ser totalmente submissos a essa vontade, não importando qual seja o resultado. Embora Estêvão não tenha verbalizado as palavras, o que ele realmente estava orando era: Senhor, seja fe ita a tua vontade! Havendo cuidado de seu próprio espírito, Estêvão dirigiu seus sinceros pensamentos àqueles violentos compatriotas, que estavam pecando. Ajoelhou-se, sem dúvida com o rosto voltado na direção do céu, dando a entender com isso não só a sua grande humildade, como também a sua maneira de se aproximar em oração ao Deus do céu. A oração de Estêvão “Senhor, não lhes imputes este pecado” (At 7.60) é um eco da oração feita pelo Senhor quando crucificado: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23-34). Era como se uma espada excessivamente pontiaguda atravessasse o coração daqueles que o observavam. Enquanto o matavam, ele rogava por eles. Inacreditável! Inimaginável! E, no entanto, aquilo estava acontecendo bem ali, de forma clara e em bom som. Com certeza, Estêvão estava cumprindo a ordem de Jesus, seu Senhor: “Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem, para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.44,45). 222

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mundano, pois nele não habitava “o espírito do mundo, mas o Espírito<br />

que provém <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>” (1 Co 2.12). Em humil<strong>de</strong> resposta à horrenda<br />

violência <strong>de</strong> que era vítima, Estêvão não <strong>de</strong>monstrou o menor<br />

sentimento <strong>de</strong> retaliação <strong>em</strong> seu espírito redimido. Apenas uma terna<br />

compaixão e preocupação por aqueles que, instantes <strong>de</strong>pois, tirar-<br />

lhe-iam a vida.<br />

A oração <strong>de</strong> Estêvão exprime duas preocupações: (1) o <strong>de</strong>stino<br />

<strong>de</strong> seu espírito; e (2) o b<strong>em</strong>-estar <strong>de</strong> seus inimigos. Dificilmente, ele<br />

po<strong>de</strong>ria ter seguido mais <strong>de</strong> perto o ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong>ixado por seu<br />

Senhor. Poucos meses antes, quando Jesus morria às mãos <strong>de</strong><br />

homens malignos, estas palavras haviam sido ouvidas na cruz: “Pai,<br />

nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23.46). Agora era a vez <strong>de</strong><br />

Estêvão clamar: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito!” (At 7.59) Ele já<br />

havia recebido um vislumbre do outro mundo (veja o contexto, <strong>em</strong><br />

At 7.55-59), cuja glória pareceu aliviar as dores do momento. Também<br />

tinha consciência <strong>de</strong> que <strong>de</strong>ixar o corpo é “habitar com o<br />

Senhor” (2 Co 5.8).<br />

Cumpre <strong>de</strong>stacar que Estêvão não solicitou qualquer livramento<br />

físico ou um milagre que servisse para esse fim. Tal como Jesus<br />

morrera <strong>de</strong> acordo com a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>, às mãos <strong>de</strong> homens<br />

maldosos, assim também convém que seus servos morram. A vonta<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Deus</strong> po<strong>de</strong> ser cumprida tanto na morte quanto na vida. Seus<br />

servos, à s<strong>em</strong>elhança <strong>de</strong> Estêvão, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser totalmente submissos a<br />

essa vonta<strong>de</strong>, não importando qual seja o resultado. Embora Estêvão<br />

não tenha verbalizado as palavras, o que ele realmente estava<br />

orando era: Senhor, seja fe ita a tua vonta<strong>de</strong>!<br />

Havendo cuidado <strong>de</strong> seu próprio espírito, Estêvão dirigiu seus<br />

sinceros pensamentos àqueles violentos compatriotas, que estavam<br />

pecando. Ajoelhou-se, s<strong>em</strong> dúvida com o rosto voltado na<br />

direção do céu, dando a enten<strong>de</strong>r com isso não só a sua gran<strong>de</strong><br />

humilda<strong>de</strong>, como também a sua maneira <strong>de</strong> se aproximar <strong>em</strong><br />

oração ao <strong>Deus</strong> do céu. A oração <strong>de</strong> Estêvão “Senhor, não lhes<br />

imputes este pecado” (At 7.60) é um eco da oração feita pelo<br />

Senhor quando crucificado: “Pai, perdoa-lhes, porque não sab<strong>em</strong><br />

o que faz<strong>em</strong>” (Lc 23-34). Era como se uma espada excessivamente<br />

pontiaguda atravessasse o coração daqueles que o observavam.<br />

Enquanto o matavam, ele rogava por eles. Inacreditável!<br />

Inimaginável! E, no entanto, aquilo estava acontecendo b<strong>em</strong> ali,<br />

<strong>de</strong> forma clara e <strong>em</strong> bom som. Com certeza, Estêvão estava cumprindo<br />

a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Jesus, seu Senhor: “Amai a vossos inimigos,<br />

bendizei os que vos maldiz<strong>em</strong>, fazei b<strong>em</strong> aos que vos o<strong>de</strong>iam, e<br />

orai pelos que vos maltratam e vos persegu<strong>em</strong>, para que sejais<br />

filhos do vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.44,45).<br />

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