Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho

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A Oração na Igreja de Jerusalém neste ministério e apostolado, de que Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar. E lançando-lhes sortes, caiu a sorte sobre Matias. E por voto comum foi contado com os onze apóstolos (At 1.24-26). Curiosos, ficamos a nos perguntar o que deve ter precedido essa oração e o que aconteceu imediatamente após o lançamento das sortes. Será que houve uma votação na qual o resultado tenha sido um suposto empate? Quem sabe algum outro processo de escolha, mutuamente aprovado, fora seguido. A despeito do que exatamente tenha acontecido, até onde os 120 podiam discernir, aqueles dois homens tinham qualificações idênticas. Como escolher entre ambos e com segurança? Reconhecendo que somente Deus conhecia seus corações e que, em última análise, é o coração de uma pessoa que a qualifica para o serviço divino, aqueles pioneiros da fé cristã apelaram para a oração. E, após terem orado, “lançãndo-lhes sortes, caiu a sorte sobre Matias” (At 1.26). Mas o lançamento de sortes, o uso de um velo de lã, como no caso de Gideão, e o emprego de qualquer outro artifício não constituem meios válidos de orientação divina hoje em dia. Agora temos o Espírito Santo e a Bíblia — a orientação que procede deles nunca falha! (Por exemplo, temos a escolha dos sete, em At 6.5, e a nomeação dos anciãos, em At 14.23, feitas por meio de uma eleição. Neste último caso, a palavra grega usada dá realmente a entender que Paulo e Barnabé “conduziram uma eleição pelo erguer de mãos”. O contexto também fala em oração e jejum.) Todavia, não há por que deixar de acreditar que Deus tenha honrado a fé simples das pessoas que apelaram para esses processos, quando pediram a sua orientação e a confirmação de sua vontade. Com certeza, tais pessoas criam que “a sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda a sua disposição” (Pv 16.33). A Disciplina Regular da Oração Praticamente nenhum crente conscientizado ignora a importância da oração. Mas a falta de uma disciplina regular de oração depõe, não raro, contra a afirmação que procede de seus lábios. Os discípulos na Igreja Primitiva praticavam e faziam questão de manter uma vida dedicada à oração. Dessa prática resultaram sinais e maravilhas, intervenções miraculosas de Deus e o extraordinário crescimento da Igreja (At 2.43). Lucas cita uma ocasião em que os apóstolos se viram envolvidos num milagre (At 3-1-8). Isso aconteceu quando estavam indo ao Templo, à hora da oração: “E Pedro e João subiam juntos ao templo, à hora da oração, a nona” (At 3-1). Nessa breve referência, não há nenhuma menção de que a oração 215

Teologia Bíblica da Oração fosse algo particular ou restrito a um grupo de privilegiados. Seu lugar específico era o Templo e hora marcada era três da tarde, para ninguém ficar de fora. Todo crente faz bem em dedicar tempo e lugar para a oração. Mais importante, porém, são a sinceridade e a comunhão consciente com Deus, qualidades essas que devem caracterizar toda a oração que se faz a Ele. Uma disciplina exageradamente rígida pode descambar em escravidão, como parece ter acontecido com a comunidade judaica, com seus três períodos fixos de oração diária: às nove da manhã, às três da tarde (a nona hora do dia) e ao cair da noite (1 Cr 23-30 só fala em dois períodos diários de oração; mas consulte o SI 55-17 e Dn 6.10). Apesar dessa prática regular ser recomendável, cumpre ao crente estar sempre vigilante, para que o período reservado à oração não degenere em mera demonstração externa de piedade. Que ninguém pense que é possível substituir a comunhão sincera e significativa com Deus por demonstrações vãs de religiosidade. É especialmente significativo o fato de Pedro e João terem ido juntos ao lugar da oração. Por conseguinte, eles estavam juntos quando aconteceu aquele milagre surpreendente. Uma vez mais nos vem à mente o ensino de Jesus: “Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus” (Mt 18.19). Evidentemente, houve uma certa afinidade de espírito entre aqueles dois homens, resultando na concordância abençoada e santa que atraiu a atenção do Deus Todo-poderoso. São importantes as lições a serem aprendidas dessa breve referência à oração: (1) a disciplina na oração é básica para todos os crentes; (2) essa disciplina inclui um tempo específico; e (3) as portas da possibilidade estão abertas para nos reunirmos em oração com outros crentes. Oração ante à Perseguição Pedro e João foram instrumentos usados por Deus para levar a cura, de forma extraordinária, a um homem que desde o nascimento era aleijado e incapaz de andar (At 3). Indignados diante do que os dois ensinavam e faziam, os sacerdotes e o capitão da guarda do Templo, juntamente com os saduceus, ordenaram que eles fossem lançados na prisão (At 4.1-3). Mas, no dia seguinte, Pedro, renovado pelo Espírito Santo (At 4.8), pregou destemidamente a todos os seus opositores. Finalmente, após serem ameaçados pelas autoridades, Pedro e João tiveram permissão para ir embora. Retornando à 216

A Oração na Igreja <strong>de</strong> Jerusalém<br />

neste ministério e apostolado, <strong>de</strong> que Judas se <strong>de</strong>sviou, para ir para o<br />

seu próprio lugar. E lançando-lhes sortes, caiu a sorte sobre Matias. E<br />

por voto comum foi contado com os onze apóstolos (At 1.24-26).<br />

Curiosos, ficamos a nos perguntar o que <strong>de</strong>ve ter precedido essa<br />

oração e o que aconteceu imediatamente após o lançamento das<br />

sortes. Será que houve uma votação na qual o resultado tenha sido<br />

um suposto <strong>em</strong>pate? Qu<strong>em</strong> sabe algum outro processo <strong>de</strong> escolha,<br />

mutuamente aprovado, fora seguido. A <strong>de</strong>speito do que exatamente<br />

tenha acontecido, até on<strong>de</strong> os 120 podiam discernir, aqueles dois<br />

homens tinham qualificações idênticas.<br />

Como escolher entre ambos e com segurança? Reconhecendo<br />

que somente <strong>Deus</strong> conhecia seus corações e que, <strong>em</strong> última análise,<br />

é o coração <strong>de</strong> uma pessoa que a qualifica para o serviço divino,<br />

aqueles pioneiros da fé cristã apelaram para a oração. E, após ter<strong>em</strong><br />

orado, “lançãndo-lhes sortes, caiu a sorte sobre Matias” (At 1.26).<br />

Mas o lançamento <strong>de</strong> sortes, o uso <strong>de</strong> um velo <strong>de</strong> lã, como no caso<br />

<strong>de</strong> Gi<strong>de</strong>ão, e o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> qualquer outro artifício não constitu<strong>em</strong><br />

meios válidos <strong>de</strong> orientação divina hoje <strong>em</strong> dia. Agora t<strong>em</strong>os o<br />

Espírito Santo e a Bíblia — a orientação que proce<strong>de</strong> <strong>de</strong>les nunca<br />

falha! (Por ex<strong>em</strong>plo, t<strong>em</strong>os a escolha dos sete, <strong>em</strong> At 6.5, e a<br />

nomeação dos anciãos, <strong>em</strong> At 14.23, feitas por meio <strong>de</strong> uma eleição.<br />

Neste último caso, a palavra grega usada dá realmente a enten<strong>de</strong>r<br />

que Paulo e Barnabé “conduziram uma eleição pelo erguer <strong>de</strong><br />

mãos”. O contexto também fala <strong>em</strong> oração e jejum.)<br />

Todavia, não há por que <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> acreditar que <strong>Deus</strong> tenha<br />

honrado a fé simples das pessoas que apelaram para esses processos,<br />

quando pediram a sua orientação e a confirmação <strong>de</strong> sua<br />

vonta<strong>de</strong>. Com certeza, tais pessoas criam que “a sorte se lança no<br />

regaço, mas do Senhor proce<strong>de</strong> toda a sua disposição” (Pv 16.33).<br />

A Disciplina Regular da Oração<br />

Praticamente nenhum crente conscientizado ignora a importância<br />

da oração. Mas a falta <strong>de</strong> uma disciplina regular <strong>de</strong> oração<br />

<strong>de</strong>põe, não raro, contra a afirmação que proce<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus lábios. Os<br />

discípulos na Igreja Primitiva praticavam e faziam questão <strong>de</strong> manter<br />

uma vida <strong>de</strong>dicada à oração. Dessa prática resultaram sinais e<br />

maravilhas, intervenções miraculosas <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> e o extraordinário<br />

crescimento da Igreja (At 2.43). Lucas cita uma ocasião <strong>em</strong> que os<br />

apóstolos se viram envolvidos num milagre (At 3-1-8). Isso aconteceu<br />

quando estavam indo ao T<strong>em</strong>plo, à hora da oração: “E Pedro e<br />

João subiam juntos ao t<strong>em</strong>plo, à hora da oração, a nona” (At 3-1).<br />

Nessa breve referência, não há nenhuma menção <strong>de</strong> que a oração<br />

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