Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho

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08.05.2013 Views

Capítulo Nove A Oração na Igreja de Jerusalém O livro de Atos dos Apóstolos é mais que o registro inspirado das ações de um grupo especial de crentes. Nele estão incluídos os atos da Igreja levantada no Pentecostes, os atos do Espírito Santo nessa Igreja e por meio dela e os atos das forças contrárias, tanto humanas quanto demoníacas, que buscavam impedir e destruir a Igreja desde o seu nascimento. As orações da Igreja Primitiva foram cruciais para os eventos sobrenaturais que marcaram os primeiros dias desse novo movimento do Espírito. Se há alguma lição nessa história cheia de fascínio e deslumbre, é que a oração tem sido o fator que faz a diferença. Sem ela, não haveria o registro de atos que nos causam tamanha admiração. A Igreja Primitiva foi estabelecida numa reunião de oração, que durou de sete a dez dias (At 1.13,14); ela continuou em oração (At 2.42); e a oração sempre foi o seu sustentáculo. O livro de Atos não estabelece qualquer doutrina ou teologia sobre a oração. No entanto, mediante um fluxo incessante de exemplos, ensina sobre o assunto. Gerações de crentes têm recebido inspiração e encorajamento através do exemplo daqueles apóstolos dedicados à oração, que plantaram a semente e a regaram com lágrimas. Nós, igualmente, podemos ter um aumento em nosso labor pelo Reino, à medida que juntamos aos nossos esforços a oração de intercessão. As lições práticas dessas orações e seus resultados são vários. A Primeira Reunião de Oração da Igreja Primitiva A ocasião da primeira reunião de oração dos discípulos, após a ascensão de Jesus, é inequivocamente clara (At 1.13,14). A motivação para essa primeira reunião veio diretamente de Jesus, o Cabeça da Igreja. Embora Ele não lhes ordenasse especificamente que orassem, os discípulos sabiam muito bem que o tempo de ficar em Jerusalém (Lc 24.49) e esperar (At 1.4) deveria ser preenchido com

Teologia Bíblica da Oração oração. “Ficar” é tradução do verbo grego kathizo, que significa “sentar-se”, “estabelecer-se”, “permanecer”. E entrando, subiram ao cenáculo, onde habitavam Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, filho de Tiago. Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos (At 1.13,14). O dom prometido (Lc 24.49; At 1.5) era algo pelo qual valia a pena esperar. A intensidade com que desejavam o poder do Espírito Santo está claramente demonstrada pelo modo como se dedicaram à oração: “Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas” (At 1.14). Aquilo sobre o que oravam não ficou registrado no livro de Atos, exceto o pedido posterior por orientação na escolha do sucessor de Judas Iscariotes. Mas suas orações, enquanto esperavam, deviam estar relacionadas ao propósito da espera — a vinda do Espírito Santo, como prometera o Senhor. O louvor também era uma parte importante na adoração dos integrantes daquele grupo. Durante suas aparições, após a ressurreição, Jesus abriu-lhes as mentes a fim de que pudessem compreender as Escrituras (Lc 24.45). O significado da cruz e da ressurreição, no plano divino da redenção, agora se tornava muito claro para eles. Por isso, seus corações estavam cheios de louvores a Deus, que eram expressos continuamente no Templo, provavelmente nas horas de oração, pela manhã e à tardinha (Lc 24.53; At 3.1). Assim sendo, com corações e mentes abertos, eles permaneciam num estado de prontidão e harmonia espiritual. Havia em todos eles uma ardente expectativa pelo cumprimento do tempo de Deus. A espera foi importante, pois o propósito de Deus ao batizá-los no Espírito era tomá-los testemunhas poderosas. Como acontecia todo ano no dia de Pentecostes, as multidões estavam reunidas em Jerusalém por ocasião da festa. Ora, quando aqueles 120 crentes reunidos num único lugar foram cheios do Espírito Santo, tinham tudo para causar um tremendo impacto — e foi exatamente o que aconteceu! Finalmente, haviam terminado os dias de espera. Em nenhum outro lugar da Bíblia lemos que os crentes tenham sido solicitados a esperar o mínimo tempo que seja, antes de serem revestidos do Espírito. (As chamadas “reuniões de espera”, comuns pouco antes do reavivamento pentecostal do século XX, trouxeram grandes bênçãos, sendo de grande ajuda a várias pessoas que tinham sido doutrinadas contra um- batismo pessoal no Espírito Santo. Eles precisavam dessa oportunidade para abrir seus corações e mentes à verdade. Mas muitos, na missão da rua Azusa, em 1906, foram 212

Teologia Bíblica da Oração<br />

oração. “Ficar” é tradução do verbo grego kathizo, que significa<br />

“sentar-se”, “estabelecer-se”, “permanecer”.<br />

E entrando, subiram ao cenáculo, on<strong>de</strong> habitavam Pedro e Tiago,<br />

João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho <strong>de</strong><br />

Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, filho <strong>de</strong> Tiago. Todos estes perseveravam<br />

unanim<strong>em</strong>ente <strong>em</strong> oração e súplicas, com as mulheres, e<br />

Maria mãe <strong>de</strong> Jesus, e com seus irmãos (At 1.13,14).<br />

O dom prometido (Lc 24.49; At 1.5) era algo pelo qual valia a<br />

pena esperar. A intensida<strong>de</strong> com que <strong>de</strong>sejavam o po<strong>de</strong>r do Espírito<br />

Santo está claramente <strong>de</strong>monstrada pelo modo como se <strong>de</strong>dicaram à<br />

oração: “Todos estes perseveravam unanim<strong>em</strong>ente <strong>em</strong> oração e súplicas”<br />

(At 1.14).<br />

Aquilo sobre o que oravam não ficou registrado no livro <strong>de</strong> Atos,<br />

exceto o pedido posterior por orientação na escolha do sucessor <strong>de</strong><br />

Judas Iscariotes. Mas suas orações, enquanto esperavam, <strong>de</strong>viam<br />

estar relacionadas ao propósito da espera — a vinda do Espírito<br />

Santo, como prometera o Senhor.<br />

O louvor também era uma parte importante na adoração dos<br />

integrantes daquele grupo. Durante suas aparições, após a ressurreição,<br />

Jesus abriu-lhes as mentes a fim <strong>de</strong> que pu<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> compreen<strong>de</strong>r<br />

as Escrituras (Lc 24.45). O significado da cruz e da ressurreição,<br />

no plano divino da re<strong>de</strong>nção, agora se tornava muito claro para<br />

eles. Por isso, seus corações estavam cheios <strong>de</strong> louvores a <strong>Deus</strong>,<br />

que eram expressos continuamente no T<strong>em</strong>plo, provavelmente nas<br />

horas <strong>de</strong> oração, pela manhã e à tardinha (Lc 24.53; At 3.1). Assim<br />

sendo, com corações e mentes abertos, eles permaneciam num<br />

estado <strong>de</strong> prontidão e harmonia espiritual. Havia <strong>em</strong> todos eles uma<br />

ar<strong>de</strong>nte expectativa pelo cumprimento do t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>.<br />

A espera foi importante, pois o propósito <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> ao batizá-los no<br />

Espírito era tomá-los test<strong>em</strong>unhas po<strong>de</strong>rosas. Como acontecia todo ano<br />

no dia <strong>de</strong> Pentecostes, as multidões estavam reunidas <strong>em</strong> Jerusalém por<br />

ocasião da festa. Ora, quando aqueles 120 crentes reunidos num único<br />

lugar foram cheios do Espírito Santo, tinham tudo para causar um<br />

tr<strong>em</strong>endo impacto — e foi exatamente o que aconteceu! Finalmente,<br />

haviam terminado os dias <strong>de</strong> espera. Em nenhum outro lugar da Bíblia<br />

l<strong>em</strong>os que os crentes tenham sido solicitados a esperar o mínimo t<strong>em</strong>po<br />

que seja, antes <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> revestidos do Espírito. (As chamadas “reuniões<br />

<strong>de</strong> espera”, comuns pouco antes do reavivamento pentecostal do século<br />

XX, trouxeram gran<strong>de</strong>s bênçãos, sendo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> ajuda a várias pessoas<br />

que tinham sido doutrinadas contra um- batismo pessoal no Espírito<br />

Santo. Eles precisavam <strong>de</strong>ssa oportunida<strong>de</strong> para abrir seus corações e<br />

mentes à verda<strong>de</strong>. Mas muitos, na missão da rua Azusa, <strong>em</strong> 1906, foram<br />

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