Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho
Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho
A Oração nos Livros Proféticos Aqueles pagãos estavam implorando ao Senhor, o único Deus verdadeiro. Faziam-no de um modo que indicava possuírem pelo menos algum conhecimento da Lei do Antigo Testamento que considerava assassino quem tirasse a vida de uma pessoa inocente. Visto que tinham um conhecimento relativamente escasso, eles estavam mal equipados para orar com o devido entendimento. Contudo, para crédito deles, oraram assim mesmo. E, ao contrário de Jonas, eles oraram movidos de um interesse genuíno por um colega do género humano, além de demonstrar submissão a Deus. Deus é misericordioso para com todos, especialmente para com aqueles que o invocam, sejam pagãos obscuros ou santos iluminados, pois todos somos criaturas dEle (cf. At 17.29). Lançado ao mar pelos marinheiros, Jonas foi engolido pelo grande peixe que havia sido preparado por Deus. E, nesse contexto, não é difícil assimilar o sentimento de Jonas de que fora rodeado pelo “abismo” (sbeol, no hebraico). Ele não tinha saída; não lhe restava qualquer perspectiva de livramento à parte da intervenção sobrenatural do Deus de quem estava fugindo. E disse: Na minha angústia, clamei ao Senhor, e ele me respondeu; do ventre do inferno gritei, e tu ouviste a minha voz. Porque tu me lançaste no profundo, no coração dos mares, e a corrente me cercou; todas as tuas ondas e as tuas vagas têm passado por cima de mim. E eu disse: Lançado estou de diante dos teus olhos; todavia, tornarei a ver o templo da tua santidade. As águas me cercaram até à alma, o abismo me rodeou, e as algas se enrolaram na minha cabeça... Quando desfalecia em mim a minha alma, eu me lembrei do Senhor; e entrou a ti a minha oração, no templo da tua santidade. Os que observam as vaidades vãs deixam a sua própria misericórdia. Mas eu te oferecerei sacrifício com a voz do agradecimento; o que votei pagarei; do Senhor vem a salvação! (Jn 2.2-5,7-9) Jamais, em todos os milénios da história da humanidade, se fez uma oração tão incomum, e certamente não há registro de qualquer outra oração num lugar tão estranho como aquele. As lições derivadas dessa memorável oração são muitas. A oração é apropriada em qualquer época e íugar. Ninguém precisa de uma capela com coro ou de uma exaltada catedral para obter uma audiência com o Deus Todo-poderoso. Quando um crente busca a presença contínua de Deus, a oração pode ser feita diante da pia da cozinha ou numa rua com muita gente; a bordo de um avião ou diante do volante de um automóvel; num campo ou na cidade; num lugar solitário ou junto de uma multidão inquieta; em covis de raposas ou numa saleta de oração; num santuário ou no ventre de um peixe. O lugar onde uma oração é expressa nada tem a ver com o fato de Deus ouvi-la ou não. 157
Teologia Bíblica da Oração A maior necessidade de uma pessoa com frequência torna-se a inspiração para a maior de todas as orações. E por que não poderia Deus, em sua sábia providência, permitir que a aflição e a adversidade nos levassem à oração e à dependência? A oração, para ser eficaz, deve estar associada à submissão. Um espírito rebelde pode trazer as ondas bravias do mar sobre a alma, mas a submissão tem sempre consigo o livramento. A oração é um exercício de fé. Assim aconteceu no caso de Jonas. Ele lembrou-se do Senhor e prometeu que contemplaria de novo o templo da sua santidade (cf. Jn 2.4,7). Onde não houver fé genuína em Deus, pouca oração lhe será dirigida. Com frequência é preciso uma tempestade para fazer a fé entrar em ação. A oração pode trazer segurança. Jonas “orou com confiança completa” e de um modo tão decidido que, apesar de continuar no ventre do peixe, falou como se já tivesse obtido livramento. Finalmente, uma oração feita no abismo é ouvida nas alturas: “E entrou a ti a minha oração, no templo da tua santidade” (Jn 2.7). As profundezas não são incomuns na experiência humana. Para algumas pessoas, trata-se do poço da tristeza; para outras, do sofrimento, do pecado ou da angústia mental. Mas não há profundeza de onde o clamor humano não possa ser ouvido pelos excelsos Céus (cf. SI 107.23-28; 139-8-10). Mas pode vir um grande abatimento quando Deus não age da maneira que uma pessoa pensa que Ele deveria fazer. Jonas experimentou um desespero semelhante, chegando até a pensar em suicídio. E orou ao Senhor e disse: Ah! Senhor! Não foi isso o que eu disse, estando ainda na minha terra? Por isso, me preveni, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus piedoso e misericordioso, longânimo e grande em benignidade e que te arrependes do mal. Peço-te, pois, ó Senhor, tira-me a minha vida, porque melhor me é morrer do que viver (Jn 4.2,3). Jonas era um profeta com boa reputação. Afinal, tinha um vasto repertório de profecias cumpridas (2 Rs 14.25). Ele imaginava o que o povo diria, se voltasse sem que nada acontecesse a Nínive. Jonas não desconhecia o caráter e a boa intenção do Deus a quem servia, mas estava mais preocupado com sua própria reputação que com a reputação de Deus. Ele não podia enfrentar o que pensava ser uma desgraça pessoal. Deus efetivamente poupou a Nínive, exatamente como Jonas sabia, o tempo todo, que Ele faria. O profeta ficou desapontado, a ponto de orar pedindo a morte — um equívoco! Mas estava certo ao apresentar a Deus os seus sentimentos. Quão gentilmente Deus tratou com ele! O discernimento compartilhado a Jonas tem sido de uma inspiração ímpar para o trabalho das missões até hoje. 158
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A Oração nos Livros Proféticos<br />
Aqueles pagãos estavam implorando ao Senhor, o único <strong>Deus</strong> verda<strong>de</strong>iro.<br />
Faziam-no <strong>de</strong> um modo que indicava possuír<strong>em</strong> pelo menos<br />
algum conhecimento da Lei do Antigo Testamento que consi<strong>de</strong>rava<br />
assassino qu<strong>em</strong> tirasse a vida <strong>de</strong> uma pessoa inocente. Visto que tinham<br />
um conhecimento relativamente escasso, eles estavam mal equipados<br />
para orar com o <strong>de</strong>vido entendimento. Contudo, para crédito <strong>de</strong>les,<br />
oraram assim mesmo. E, ao contrário <strong>de</strong> Jonas, eles oraram movidos <strong>de</strong><br />
um interesse genuíno por um colega do género humano, além <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>monstrar submissão a <strong>Deus</strong>. <strong>Deus</strong> é misericordioso para com todos,<br />
especialmente para com aqueles que o invocam, sejam pagãos obscuros<br />
ou santos iluminados, pois todos somos criaturas dEle (cf. At 17.29).<br />
Lançado ao mar pelos marinheiros, Jonas foi engolido pelo gran<strong>de</strong><br />
peixe que havia sido preparado por <strong>Deus</strong>. E, nesse contexto, não<br />
é difícil assimilar o sentimento <strong>de</strong> Jonas <strong>de</strong> que fora ro<strong>de</strong>ado pelo<br />
“abismo” (sbeol, no hebraico). Ele não tinha saída; não lhe restava<br />
qualquer perspectiva <strong>de</strong> livramento à parte da intervenção sobrenatural<br />
do <strong>Deus</strong> <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> estava fugindo.<br />
E disse: Na minha angústia, clamei ao Senhor, e ele me respon<strong>de</strong>u;<br />
do ventre do inferno gritei, e tu ouviste a minha voz. Porque tu me<br />
lançaste no profundo, no coração dos mares, e a corrente me<br />
cercou; todas as tuas ondas e as tuas vagas têm passado por cima <strong>de</strong><br />
mim. E eu disse: Lançado estou <strong>de</strong> diante dos teus olhos; todavia,<br />
tornarei a ver o t<strong>em</strong>plo da tua santida<strong>de</strong>. As águas me cercaram até<br />
à alma, o abismo me ro<strong>de</strong>ou, e as algas se enrolaram na minha<br />
cabeça... Quando <strong>de</strong>sfalecia <strong>em</strong> mim a minha alma, eu me l<strong>em</strong>brei<br />
do Senhor; e entrou a ti a minha oração, no t<strong>em</strong>plo da tua santida<strong>de</strong>.<br />
Os que observam as vaida<strong>de</strong>s vãs <strong>de</strong>ixam a sua própria misericórdia.<br />
Mas eu te oferecerei sacrifício com a voz do agra<strong>de</strong>cimento;<br />
o que votei pagarei; do Senhor v<strong>em</strong> a salvação! (Jn 2.2-5,7-9)<br />
Jamais, <strong>em</strong> todos os milénios da história da humanida<strong>de</strong>, se fez<br />
uma oração tão incomum, e certamente não há registro <strong>de</strong> qualquer<br />
outra oração num lugar tão estranho como aquele. As lições <strong>de</strong>rivadas<br />
<strong>de</strong>ssa m<strong>em</strong>orável oração são muitas.<br />
A oração é apropriada <strong>em</strong> qualquer época e íugar. Ninguém precisa<br />
<strong>de</strong> uma capela com coro ou <strong>de</strong> uma exaltada catedral para obter uma<br />
audiência com o <strong>Deus</strong> Todo-po<strong>de</strong>roso. Quando um crente busca a presença<br />
contínua <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>, a oração po<strong>de</strong> ser feita diante da pia da cozinha<br />
ou numa rua com muita gente; a bordo <strong>de</strong> um avião ou diante do volante<br />
<strong>de</strong> um automóvel; num campo ou na cida<strong>de</strong>; num lugar solitário ou junto<br />
<strong>de</strong> uma multidão inquieta; <strong>em</strong> covis <strong>de</strong> raposas ou numa saleta <strong>de</strong> oração;<br />
num santuário ou no ventre <strong>de</strong> um peixe. O lugar on<strong>de</strong> uma oração é<br />
expressa nada t<strong>em</strong> a ver com o fato <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> ouvi-la ou não.<br />
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