Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho
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A Oração nos Livros Proféticos<br />
Virá o t<strong>em</strong>po, entretanto, <strong>em</strong> que o povo finalmente se recusará<br />
a respon<strong>de</strong>r ao amor divino. Então a intercessão <strong>de</strong>ve cessar, e<br />
começar o julgamento. Prevendo tal fim, <strong>Deus</strong> avisa a Jer<strong>em</strong>ias: “Tu,<br />
pois, não ores por este povo, n<strong>em</strong> levantes por ele clamor ou<br />
oração, n<strong>em</strong> me importunes, porque eu não te ouvirei” (Jr 7.16).<br />
Além do sentimento <strong>de</strong> dor e agonia que Jer<strong>em</strong>ias nutria face ao<br />
estado precário do povo, ele também estava sendo massacrado pela<br />
profunda tristeza <strong>de</strong> saber que a punição divina era <strong>em</strong> tudo merecida.<br />
Eu sei, ó Senhor, que não é do hom<strong>em</strong> o seu caminho, n<strong>em</strong> do<br />
hom<strong>em</strong> que caminha, o dirigir os seus passos. Castiga-me, ó<br />
Senhor, mas com medida, não na tua ira, para que me não reduzas<br />
a nada (Jr 10.23,24).<br />
Quanta beleza e quanto perfume <strong>em</strong>anam da sujeira da terra! As<br />
cores e o cheiro das matas, das flores e das s<strong>em</strong>entes sopradas pelo vento<br />
não po<strong>de</strong>riam existir não fora o pó sujo e fétido que estruma o chão.<br />
Assim acontece <strong>em</strong> toda a experiência da vida. De um espírito disciplinado,<br />
capaz <strong>de</strong> pronunciar palavras <strong>de</strong> confissão e submissão, po<strong>de</strong><br />
<strong>em</strong>anar beleza e perfume ainda que <strong>em</strong> meio às piores circunstâncias.<br />
Essa oração ensina vários conceitos relevantes:<br />
1. É bom que nos aproxim<strong>em</strong>os <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>, reconhecendo nossa<br />
<strong>de</strong>pendência dEle e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua orientação.<br />
2. O pecado merece a ira <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>, mas se quisermos nos submeter<br />
à sua correção (ensino, treinamento e instrução), po<strong>de</strong>mos então esperar<br />
um tratamento que inclua gentileza, equida<strong>de</strong> e mo<strong>de</strong>ração. Como disse<br />
Abraão: “Não faria justiça o Juiz <strong>de</strong> toda a terra?” (Gn 18.25)<br />
3. Os que ficass<strong>em</strong> sujeitos à ira <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> (por causa <strong>de</strong> sua<br />
rebelião e falta <strong>de</strong> arrependimento) seriam reduzidos a “nada”, isto é,<br />
à insignificância. (Jer<strong>em</strong>ias estava nessa passag<strong>em</strong> se i<strong>de</strong>ntificando<br />
com o povo, seguindo o costume dos profetas. A Septuaginta, tradução<br />
do Antigo Testamento para o grego, preparada antes do t<strong>em</strong>po<br />
<strong>de</strong> Cristo, usa o pronome “nos” <strong>em</strong> lugar <strong>de</strong> “me”, <strong>em</strong> Jr 10.24).<br />
Embora Jer<strong>em</strong>ias tivesse uma boa compreensão <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> e do<br />
caráter divino, mesmo ele (tal como outras pessoas <strong>de</strong>dicadas à<br />
oração) sentia-se às vezes gran<strong>de</strong>mente perplexo. Pois, apesar <strong>de</strong><br />
vislumbrar a realida<strong>de</strong> e os preceitos eternos mediante o discernimento<br />
divino (1 Co 2.13,14), ainda assim ele estava revestido <strong>de</strong> carne<br />
humana — a qual está s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> guerra contra o Espírito (G1 5.17).<br />
E com Jer<strong>em</strong>ias não era diferente.<br />
Justo serias, ó Senhor, ainda que eu entrasse contigo num pleito;<br />
contudo, falarei contigo dos teus juízos. Por que prospera o caminho<br />
dos ímpios, e viv<strong>em</strong> <strong>em</strong> paz todos os que comet<strong>em</strong> o mal aleivosamente?<br />
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