Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho
Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho
Teologia Bíblica da Oração Certo comentarista rotulou a oração desse servo de Deus, registrada no capítulo 9 do livro de Esdras, como “um discurso dos mais patéticos”, originário do completo fracasso e da carga insuportável de Israel. Nessa oração, não se encontra qualquer petição; antes, uma confissão vicária das mais profundas que se encontram registradas na Bíblia. Essa oração expressa uma intensa labuta: E, perto do sacrifício da tarde, me levantei da minha aflição, havendo já rasgado a minha veste e o meu manto, e me pus de joelhos, e estendi as minhas mãos para o Senhor, meu Deus. E disse: Meu Deus! Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a minha face, meu Deus, porque as nossas iniquidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa culpa tem crescido até aos céus. Desde os dias de nossos pais até ao dia de hoje, estamos em grande culpa e, por causa das nossas iniquidades, fomos entregues, nós, os nossos reis e os nossos sacerdotes, nas mãos dos reis das terras, à espada, ao cativeiro, ao roubo e à confusão do rosto, como hoje se vê. Porque servos somos, porém na nossa servidão não nos desamparou o nosso Deus; antes, estendeu sobre nós beneficência perante os reis da Pérsia, para revivermos, e para levantarmos a Casa do nosso Deus, e para restaurarmos as suas assolações, e para que nos desse uma parede em Judá e em Jerusalém. Agora, pois, ó nosso Deus, que diremos depois disso? Pois deixamos os teus mandamentos, os quais mandaste pelo ministério de teus servos, os profetas, dizendo: A terra em que entrais para a possuir terra imunda é pelas imundícias dos seus povos, pelas abominações com que, na sua corrupção, a encheram de uma extremidade à outra. E, depois de tudo o que nos tem sucedido por causa das nossas más obras e da nossa grande culpa, ainda assim tu, ó nosso Deus, estorvaste que fôssemos destruídos, por causa da nossa iniquidade, e ainda nos deste livramento como este; tomaremos, pois, agora, a violar os teus mandamentos e a aparentar-nos com os povos destas abominações? Não te indignarias tu, assim, contra nós até de todo nos consumires, até que não ficasse resto nem quem escapasse? Ah! Senhor, Deus de Israel, justo és, pois ficamos escapos, como hoje se vê; eis que estamos diante de ti no nosso delito, porque ninguém há que possa estar na tua presença por causa disso (Ed 9.5-7,9-11,13-15). A confissão, quando a desobediência atrai o julgamento de Deus, é o remédio divinamente apontado para o que pode parecer uma situação insolúvel. A confissão genuína abre a porta da misericórdia. O exemplo de Esdras, em oração, serve para nos ensinar algumas importantes lições sobre como nos aproximarmos de Deus em arrependimento: 122
As Orações de Salomão e dos Líderes Posteriores de Israel 1. Ele aproximou-se de Deus não com espírito altivo, mas com o máximo de humilhação e tristeza, que ele expressou rasgando as suas vestes e o seu manto (9-3). 2. Demonstrou total submissão e humildade, prostrando-se de joelhos (v. 5)- 3. Compreendeu que nenhum meio humano era adequado à gravidade da situação. A única esperança para o povo, que atraíra sobre si a justa ira de Deus, era a misericórdia desse mesmo Deus. Portanto, à semelhança dos homens sinceros antes dele (cf. Êx 9-29; 1 Rs 8.22), Esdras estendeu suas mãos vazias para o generoso e soberano Deus dos céus (v. 5). A atitude da pessoa implica em maiores consequências que as palavras da oração em si. É claro, porém, que a oração, quando sincera, tem o mérito de refletir a condição interior da pessoa. A consumada vergonha de Esdras salta aos olhos: “Estou confuso e envergonhado” (v. 6). Que acusação contra uma geração como a nossa! As pessoas de nossos dias já nem conhecem o que é vergonha; sua consciência está tão cauterizada que o rubor não lhes sobe mais à face (cf. Jr 6.15; 8.12). A oração de Esdras bem poderia chamar-se “oração de reconhecim ento” ou “de confissão”. Nela, Esdras reconheceu cinco coisas: 1. A contínua transgressão de Israel, “desde os dias de nossos pais” é que provocara aquela situação, entregue “à espada, ao cativeiro, ao roubo e à confusão do rosto” (v. 7). 2. Deus, em sua graça divina, deixara um remanescente em Israel, “para nos dar um pouco de vida na nossa servidão” e “para levantarmos a Casa do nosso Deus”, em Jerusalém (vv. 8,9)- 3. A paciência de Deus fora demonstrada por tê-los punido menos do que mereciam, já que eram inegavelmente desobedientes; a bondade divina, por sua vez, fora demonstrada por dar-lhes um livramento que não mereciam (w . 10-13)- 4. Se Israel novamente quebrasse os mandamentos divinos, a justiça de Deus haveria de requerer, e com toda razão, que os desobedientes fossem destruídos (v. 14). 5. Israel, por causa de sua culpa, não tinha defesa e nenhuma reivindicação a fazer. Não eram dignos de chegar à presença de Deus (v. 15). A oração de Esdras, pois, é um padrão a ser seguido pelos genuinamente arrependidos, tanto aqueles que se entregaram a um comportamento deplorável, quanto o intercessor altruísta que, à semelhança de Esdras, se aproxima de Deus em favor de sua própria nação ou povo. 123
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As Orações <strong>de</strong> Salomão e dos Lí<strong>de</strong>res Posteriores <strong>de</strong> Israel<br />
1. Ele aproximou-se <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> não com espírito altivo, mas com o<br />
máximo <strong>de</strong> humilhação e tristeza, que ele expressou rasgando as<br />
suas vestes e o seu manto (9-3).<br />
2. D<strong>em</strong>onstrou total submissão e humilda<strong>de</strong>, prostrando-se <strong>de</strong><br />
joelhos (v. 5)-<br />
3. Compreen<strong>de</strong>u que nenhum meio humano era a<strong>de</strong>quado à<br />
gravida<strong>de</strong> da situação. A única esperança para o povo, que atraíra<br />
sobre si a justa ira <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>, era a misericórdia <strong>de</strong>sse mesmo <strong>Deus</strong>.<br />
Portanto, à s<strong>em</strong>elhança dos homens sinceros antes <strong>de</strong>le (cf. Êx 9-29;<br />
1 Rs 8.22), Esdras esten<strong>de</strong>u suas mãos vazias para o generoso e<br />
soberano <strong>Deus</strong> dos céus (v. 5).<br />
A atitu<strong>de</strong> da pessoa implica <strong>em</strong> maiores consequências que as<br />
palavras da oração <strong>em</strong> si. É claro, porém, que a oração, quando<br />
sincera, t<strong>em</strong> o mérito <strong>de</strong> refletir a condição interior da pessoa. A<br />
consumada vergonha <strong>de</strong> Esdras salta aos olhos: “Estou confuso e<br />
envergonhado” (v. 6). Que acusação contra uma geração como a<br />
nossa! As pessoas <strong>de</strong> nossos dias já n<strong>em</strong> conhec<strong>em</strong> o que é<br />
vergonha; sua consciência está tão cauterizada que o rubor não lhes<br />
sobe mais à face (cf. Jr 6.15; 8.12).<br />
A oração <strong>de</strong> Esdras b<strong>em</strong> po<strong>de</strong>ria chamar-se “oração <strong>de</strong> reconhecim<br />
ento” ou “<strong>de</strong> confissão”. Nela, Esdras reconheceu cinco<br />
coisas:<br />
1. A contínua transgressão <strong>de</strong> Israel, “<strong>de</strong>s<strong>de</strong> os dias <strong>de</strong> nossos<br />
pais” é que provocara aquela situação, entregue “à espada, ao<br />
cativeiro, ao roubo e à confusão do rosto” (v. 7).<br />
2. <strong>Deus</strong>, <strong>em</strong> sua graça divina, <strong>de</strong>ixara um r<strong>em</strong>anescente <strong>em</strong><br />
Israel, “para nos dar um pouco <strong>de</strong> vida na nossa servidão” e “para<br />
levantarmos a Casa do nosso <strong>Deus</strong>”, <strong>em</strong> Jerusalém (vv. 8,9)-<br />
3. A paciência <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> fora <strong>de</strong>monstrada por tê-los punido<br />
menos do que mereciam, já que eram inegavelmente <strong>de</strong>sobedientes;<br />
a bonda<strong>de</strong> divina, por sua vez, fora <strong>de</strong>monstrada por dar-lhes um<br />
livramento que não mereciam (w . 10-13)-<br />
4. Se Israel novamente quebrasse os mandamentos divinos, a<br />
justiça <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> haveria <strong>de</strong> requerer, e com toda razão, que os<br />
<strong>de</strong>sobedientes foss<strong>em</strong> <strong>de</strong>struídos (v. 14).<br />
5. Israel, por causa <strong>de</strong> sua culpa, não tinha <strong>de</strong>fesa e nenhuma<br />
reivindicação a fazer. Não eram dignos <strong>de</strong> chegar à presença <strong>de</strong><br />
<strong>Deus</strong> (v. 15).<br />
A oração <strong>de</strong> Esdras, pois, é um padrão a ser seguido pelos<br />
genuinamente arrependidos, tanto aqueles que se entregaram a um<br />
comportamento <strong>de</strong>plorável, quanto o intercessor altruísta que, à<br />
s<strong>em</strong>elhança <strong>de</strong> Esdras, se aproxima <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> <strong>em</strong> favor <strong>de</strong> sua<br />
própria nação ou povo.<br />
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