Robert L. Brandt e Zenas J - Assembléia de Deus em Paudalho

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08.05.2013 Views

Teologia Bíblica da Oração O apelo de Ezequias à intervenção divina testifica de sua confiança no Deus em cujo nome aguardava socorro. Ele, enquanto rei de Israel, recebera uma carta ofensiva da parte de Senaqueribe, rei da Assíria, lançando dúvidas sobre o Deus de Israel. Nessa carta era patente a jactância de que Senaqueribe era mais poderoso que todos os deuses das nações. Ezequias presenciara um reavivamento no começo do seu reinado e conhecia a majestade do Senhor. Também não ignorava que seu exército nacional era insuficiente para resistir às forças assírias. Movido pela fé, imediatamente levou a carta ao Templo e a estendeu perante o Senhor (2 Rs 19.14; Is 37.14). O modo correto de lidar com circunstâncias ameaçadoras, quer através de cartas ou por outros meios, demanda uma predisposição interior no sentido de buscar e acatar a orientação de Deus. Outro aspecto positivo em Ezequias é que ele não tirlha nenhuma inclinação para negar os fatos: “Verdade é, ó Senhor, que os reis da Assíria assolaram as nações e as suas terras” (2 Rs 19.17). Alguns, em nossos dias, rotulariam suas palavras como uma confissão negativa, supondo que ele fosse um inimigo da fé (N.E.: Sobre este assunto — confissão positiva ou negativa, entre outros temas heréticos — confira o livro Cristianismo em Crise, desta editora). Pouca vantagem se obtém da atitude de enterrar a cabeça no chão e fingir que está tudo bem. Isso não resolve o problema. Somente Deus pode realizar os milagres que precisamos, e, quanto mais rápido reconhecermos isso, mais prontamente sua ajuda virá a nós. Diante dos fatos (a superioridade da Assíria sobre os deuses das nações), Ezequias expressa sua preocupação e zelo no sentido de que todos os reinos da terra soubessem “que só tu és o Senhor Deus” (19.19). Tem pos difíceis apesar da vitória Talvez a mais memorável das orações de Ezequias esteja registrada em 2 Reis 20 (cf. 2 Cr 32.24-26; Is 38.1-22). Ezequias, então muito doente, recebeu, da boca do profeta Isaías, o comunicado de que morreria. Isaías disse-lhe ainda para deixar a família de sobreaviso e cuidar dos preparativos necessários. Então, virou o rosto para a parede, e orou ao Senhor, dizendo: Ah! Senhor! Sê servido de te lembrar de que andei diante de ti em verdade e com o coração perfeito e fiz o que era reto aos teus olhos. E chorou Ezequias muitíssimo (Is 38.2,3). As vitórias dos servos de Deus sobre seus inimigos não descartam dificuldades em outras áreas. Depois de haver tomado o ouro do templo, dando-o a Senaqueribe como tributo, Ezequias “adoeceu de uma enfermidade mortal” (2 Rs 20.1). Note que a Bíblia, depois 120

As Orações de Salomão e dos Líderes Posteriores de Israel de encerrar seu registro sobre as invasões de Senaqueribe, volta atrás para falar da enfermidade de Ezequias, que ocorreu em meados de 701 a.C., isto porque a ordem de registro dos fatos não é necessariamente cronológica. É óbvio, pelos comentários do comandante assírio em 2 Reis 18.29-31,33 (portanto, antes que o Senhor interviesse e destruísse o exército inimigo), que Deus já cumprira a promessa feita a Ezequias em 2 Reis 20.6, com respeito à sua cura miraculosa (cf. J. Ridderbos, Isaías, Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1985, p. 315). A oração respondida de Ezequias, que resultou na sua cura, trouxe-lhe a segurança de que Deus também poderia livrar Jerusalém dos assírios. Mas por que Deus permite que nos sobrevenham tempos difíceis, quando ainda nos deleitamos em uma vitória anterior? Pode ser que a sabedoria divina esteja nos guardando, a fim de que não nos tornemos jactanciosos, assenhoreando-nos de uma glória indevida (cf. 2 Co 12.1-10). Quanto a isso, veja também Stanley M. Horton: A D efen se on H istorical G rou nds o fth e Isa ia h A uthorship o fth e P assages in Isa ia h Referring to B abylon , tese de doutorado em teologia, Central Baptist Seminary, Kansas, 1959, p. 131. Observe duas coisas na oração de Ezequias: 1) ele voltou o rosto para a parede; e 2) ele chorou amargamente. O fato de ele ter-se virado para a parede reflete sua consciência da necessidade de privacidade e de intensa comunhão pessoal com Deus. Pode ser mais fácil encontrar Deus numa aparente solidão do que na companhia de uma multidão. O próprio Jesus fez questão, repetidas vezes, de estar sozinho nos montes ou nos lugares desertos (cf. Mt 14.23; Mc 1.35). O choro e a oração são adequados um ao outro. Não é impróprio expressar nossas mais profundas emoções com lágrimas, especialmente diante do altar. Acerca de nosso Senhor, está escrito igualmente que Ele ofereceu, “com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas” (Hb 5.7). A intensa oração de Ezequias serviu para acrescentar-lhe 15 anos de vida. Foram anos de grande e abençoado reavivamento. O partido daqueles que defendiam a guerra fora desacreditado pela derrota miraculosa de Senaqueribe. O povo tomara posição de fé e obediência (2 Rs 18.36). Deus lhes dera consolação (Is 40.1). Depois disso, então, Isaías pôde registrar as admiráveis profecias que constam dos capítulos 40 a 66 de seu livro. Esdras Esdras foi o conselheiro espiritual dos exilados judeus que retomaram de Babilónia para Jerusalém em 457 a.C. E, como baluarte da fé, ele fez uma admirável oração de confissão, pela qual “ajuntou-se a ele de Israel uma mui grande congregação de homens e mulheres e de crianças, porque o povo chorava com grande choro” (Ed 10.1). 121

As Orações <strong>de</strong> Salomão e dos Lí<strong>de</strong>res Posteriores <strong>de</strong> Israel<br />

<strong>de</strong> encerrar seu registro sobre as invasões <strong>de</strong> Senaqueribe, volta atrás<br />

para falar da enfermida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ezequias, que ocorreu <strong>em</strong> meados <strong>de</strong><br />

701 a.C., isto porque a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> registro dos fatos não é necessariamente<br />

cronológica. É óbvio, pelos comentários do comandante assírio<br />

<strong>em</strong> 2 Reis 18.29-31,33 (portanto, antes que o Senhor interviesse e<br />

<strong>de</strong>struísse o exército inimigo), que <strong>Deus</strong> já cumprira a promessa feita<br />

a Ezequias <strong>em</strong> 2 Reis 20.6, com respeito à sua cura miraculosa (cf. J.<br />

Rid<strong>de</strong>rbos, Isaías, Grand Rapids: Zon<strong>de</strong>rvan Publishing House, 1985,<br />

p. 315).<br />

A oração respondida <strong>de</strong> Ezequias, que resultou na sua cura,<br />

trouxe-lhe a segurança <strong>de</strong> que <strong>Deus</strong> também po<strong>de</strong>ria livrar Jerusalém<br />

dos assírios. Mas por que <strong>Deus</strong> permite que nos sobrevenham t<strong>em</strong>pos<br />

difíceis, quando ainda nos <strong>de</strong>leitamos <strong>em</strong> uma vitória anterior? Po<strong>de</strong><br />

ser que a sabedoria divina esteja nos guardando, a fim <strong>de</strong> que não<br />

nos torn<strong>em</strong>os jactanciosos, assenhoreando-nos <strong>de</strong> uma glória in<strong>de</strong>vida<br />

(cf. 2 Co 12.1-10). Quanto a isso, veja também Stanley M. Horton: A<br />

D efen se on H istorical G rou nds o fth e Isa ia h A uthorship o fth e P assages<br />

in Isa ia h Referring to B abylon , tese <strong>de</strong> doutorado <strong>em</strong> teologia, Central<br />

Baptist S<strong>em</strong>inary, Kansas, 1959, p. 131.<br />

Observe duas coisas na oração <strong>de</strong> Ezequias: 1) ele voltou o rosto<br />

para a pare<strong>de</strong>; e 2) ele chorou amargamente. O fato <strong>de</strong> ele ter-se virado<br />

para a pare<strong>de</strong> reflete sua consciência da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> privacida<strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong> intensa comunhão pessoal com <strong>Deus</strong>. Po<strong>de</strong> ser mais fácil encontrar<br />

<strong>Deus</strong> numa aparente solidão do que na companhia <strong>de</strong> uma multidão.<br />

O próprio Jesus fez questão, repetidas vezes, <strong>de</strong> estar sozinho nos<br />

montes ou nos lugares <strong>de</strong>sertos (cf. Mt 14.23; Mc 1.35). O choro e a<br />

oração são a<strong>de</strong>quados um ao outro. Não é impróprio expressar nossas<br />

mais profundas <strong>em</strong>oções com lágrimas, especialmente diante do altar.<br />

Acerca <strong>de</strong> nosso Senhor, está escrito igualmente que Ele ofereceu,<br />

“com gran<strong>de</strong> clamor e lágrimas, orações e súplicas” (Hb 5.7).<br />

A intensa oração <strong>de</strong> Ezequias serviu para acrescentar-lhe 15<br />

anos <strong>de</strong> vida. Foram anos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> e abençoado reavivamento. O<br />

partido daqueles que <strong>de</strong>fendiam a guerra fora <strong>de</strong>sacreditado pela<br />

<strong>de</strong>rrota miraculosa <strong>de</strong> Senaqueribe. O povo tomara posição <strong>de</strong> fé e<br />

obediência (2 Rs 18.36). <strong>Deus</strong> lhes <strong>de</strong>ra consolação (Is 40.1). Depois<br />

disso, então, Isaías pô<strong>de</strong> registrar as admiráveis profecias que constam<br />

dos capítulos 40 a 66 <strong>de</strong> seu livro.<br />

Esdras<br />

Esdras foi o conselheiro espiritual dos exilados ju<strong>de</strong>us que retomaram<br />

<strong>de</strong> Babilónia para Jerusalém <strong>em</strong> 457 a.C. E, como baluarte da fé, ele<br />

fez uma admirável oração <strong>de</strong> confissão, pela qual “ajuntou-se a ele <strong>de</strong><br />

Israel uma mui gran<strong>de</strong> congregação <strong>de</strong> homens e mulheres e <strong>de</strong><br />

crianças, porque o povo chorava com gran<strong>de</strong> choro” (Ed 10.1).<br />

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