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do melodrama ao romance – o texto espetacular ea ... - WWLivros

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ímpetos populares e nacionalistas repercutiram com grande estron<strong>do</strong> no tratamento <strong>do</strong> t<strong>ea</strong>tro e<br />

da literatura. No entanto, observa-se que, antes <strong>do</strong> advento <strong>do</strong> Romantismo no país, o<br />

Arcadismo já havia fertiliza<strong>do</strong> nossas terras. Segun<strong>do</strong> Candi<strong>do</strong> (1981), esse estilo de época<br />

plantou de vez a literatura <strong>do</strong> Ocidente por aqui “graças <strong>ao</strong>s padrões universais por que se<br />

regia, e que permitiram articular a nossa atividade literária com o sistema expressivo da<br />

civilização a que pertencemos, e dentro da qual fomos definin<strong>do</strong> lentamente a nossa<br />

originalidade” (CANDIDO, 1981, p. 17).<br />

Quan<strong>do</strong> os autores românticos começaram a escrever já havia esse solo sem<strong>ea</strong><strong>do</strong>, cuja<br />

orientação direcionava a escrita para a adequação a padrões universais, de acor<strong>do</strong> com<br />

modelos literários <strong>do</strong> cânone clássico. Apesar disso, deve-se destacar que, no perío<strong>do</strong><br />

menciona<strong>do</strong>, no Brasil, verifica-se a existência de um t<strong>ea</strong>tro em que pre<strong>do</strong>minam as<br />

representações de formas populares, como o <strong>melodrama</strong>, aclama<strong>do</strong> pelo grande público.<br />

Especula-se, então, que o sucesso <strong>do</strong> <strong>melodrama</strong> perante a plateia pode ter estimula<strong>do</strong> a<br />

influência de características de sua estrutura dramática, caso <strong>do</strong> uso das personagens-tipo e da<br />

lógica maniqueísta, por exemplo, sobre a escrita de outras obras, estimulan<strong>do</strong>-lhes a<br />

exploração de aspectos como a relação <strong>do</strong> <strong>texto</strong> escrito com elementos próprios <strong>do</strong> espetáculo<br />

cênico, aproximan<strong>do</strong> t<strong>ea</strong>tro e literatura.<br />

Em relação <strong>ao</strong> t<strong>ea</strong>tro, leva-se em consideração a pressuposição de relações entre<br />

linguagens diversas <strong>ao</strong> serem considera<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is elementos característicos dessa ár<strong>ea</strong> <strong>–</strong> o <strong>texto</strong><br />

escrito (dramaturgia) e a encenação, que poderia ser vista como um <strong>texto</strong> constituí<strong>do</strong> não<br />

apenas por palavras, mas pela manipulação de sons, imagens, gestos... a linguagem da<br />

representação <strong>espetacular</strong>. Ressalta-se que a dramaturgia é feita de acor<strong>do</strong> com a noção de que<br />

sua escrita está sujeita à montagem de um espetáculo, o que possibilita pensar num processo<br />

de transposição de uma obra literária, feita para ser lida, para uma obra cênica, feita para ser<br />

vista, ouvida e compartilhada (compartilhamento <strong>do</strong> acontecimento cênico). Há como<br />

identificar tal percepção dentro <strong>do</strong> <strong>texto</strong> dramatúrgico? Marcas desse procedimento podem ser<br />

localizadas em narrativas?<br />

No caso <strong>do</strong> <strong>melodrama</strong>, as observações de Camargo (2005) sugerem um tipo de <strong>texto</strong><br />

dramatúrgico diretamente vincula<strong>do</strong> à encenação t<strong>ea</strong>tral, à representação que ocorre mediante<br />

a ação de atores, num espaço e tempo, aqui e agora, compartilha<strong>do</strong>s pela plateia. Pode a<br />

encenação estar presente no <strong>texto</strong> escrito de uma peça? Camargo afirma que o espaço<br />

correspondente a esse quesito é ocupa<strong>do</strong> pelas rubricas, cuja presença é constante na escrita<br />

das peças melodramáticas. Essa observação leva <strong>ao</strong> apontamento de seus <strong>texto</strong>s como <strong>texto</strong>s

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