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do melodrama ao romance – o texto espetacular ea ... - WWLivros

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Nesse senti<strong>do</strong>, a consideração de relações hipertextuais apresenta-se como opção<br />

válida para ampliar percepções à medida que possibilita um aumento na legibilidade <strong>do</strong>s<br />

<strong>texto</strong>s, <strong>ao</strong> serem traçadas as matrizes que eles recuperam para consumo próprio. Por essa<br />

linha, ultrapassa-se a ideia de simples reprodução, seja de modelos ou mesmo de elementos<br />

característicos, em favor da percepção da atitude crítica a<strong>do</strong>tada por uma obra em relação à<br />

outra.<br />

No caso <strong>do</strong>s <strong>texto</strong>s seleciona<strong>do</strong>s, verifica-se a utilização da rubrica como recurso<br />

textual capaz de enfatizar relações entre linguagens diversificadas. No <strong>texto</strong> dramatúrgico, ela<br />

revela-se como principal indício para uma categorização que reformula a maneira como se<br />

pode considerar o <strong>texto</strong> das peças melodramáticas <strong>–</strong> seu ponto forte não se dirige a aspectos<br />

próprios de uma análise literária, mas antes está volta<strong>do</strong> para a exploração de possibilidades<br />

que vão se concretizar no acontecimento cênico. No <strong>texto</strong> narrativo, percebe-se a<br />

aproximação com a utilização desse tipo de recurso, volta<strong>do</strong> para fins propícios <strong>ao</strong> t<strong>ea</strong>tro, o<br />

que gera tensão.<br />

Essa tensão coloca-se como fator positivo à medida que preconiza uma abertura de<br />

parâmetros para se pensar a obra: pode-se dizer que, muito mais <strong>do</strong> que explorar o valor de<br />

contar uma história, há o trabalho com o poder de expressão, próprio <strong>do</strong> objeto artístico. Ao<br />

vincular-se com linguagens que extrapolam a língua escrita, o <strong>texto</strong> sugere uma operação que<br />

preconiza o movimento que sai de um artefato literalmente estático, o livro, a página, e se<br />

dirige a um acontecimento sonoro-visual dinâmico.<br />

Para tanto, usam-se dispositivos verbais, liga<strong>do</strong>s em grande parte a formulações<br />

descritivas, que estimulam, no leitor, a atenção a outros componentes da escrita, não apenas às<br />

palavras em si. Tal procedimento evidencia a natureza subversiva da descrição, destacan<strong>do</strong> o<br />

uso da língua não como simples nomenclatura <strong>do</strong> r<strong>ea</strong>l, mas ciente da sua potencialidade<br />

estética, no que possui de abertura à imaginação.<br />

Percebe-se que a concepção <strong>do</strong> <strong>texto</strong> <strong>espetacular</strong>, como hipo<strong>texto</strong>, encontra ecos de<br />

sua estrutura em outra obra, hiper<strong>texto</strong>, o que implica considerar mudanças na forma de<br />

apresentação de uma história:<br />

cada forma envolve um mo<strong>do</strong> de engajamento distinto por parte <strong>do</strong> público (...) uma<br />

história mostrada não é o mesmo que uma história contada, e nenhuma delas é o<br />

mesmo que uma história da qual você participa ou com a qual você interage, ou seja,<br />

uma história vivenciada direta ou cinestesicamente (...) contar uma história, como<br />

em <strong>romance</strong>s, contos e até mesmo em relatos históricos, é descrever, explicar,<br />

resumir, expandir; o narra<strong>do</strong>r tem um ponto de vista e grande poder para viajar pelo<br />

tempo e espaço, e às vezes até mesmo para se aventurar dentro das mentes <strong>do</strong>s<br />

personagens. Mostrar uma história, como em filmes, balés, peças de rádio e t<strong>ea</strong>tro,<br />

musicais e óperas, envolve uma performance direta, auditiva e geralmente visual,<br />

experienciada em tempo r<strong>ea</strong>l (HUTCHEON, 2011, p. 35).

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