L. NEILMORIS - Portal Luz Espírita
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96 – Allan Kardec<br />
19. Deixem que venham a mim as criancinhas, pois tenho o leite que fortalece os<br />
fracos. Deixem que venham a mim todos os que, tímidos e fracos, necessitam de<br />
amparo e consolação. Deixem que venham a mim os ignorantes, para que eu os<br />
esclareça. Deixem que venham a mim todos os que sofrem, a multidão dos aflitos e<br />
dos infortunados: eu lhes ensinarei o grande remédio que suaviza os males da vida e<br />
lhes revelarei o segredo da cura de suas feridas! Qual é, meus amigos, esse bálsamo<br />
soberano, que possui tão grande virtude, que se aplica a todas as chagas do coração e<br />
as cicatriza? É o amor, é a caridade! Se possuírem esse fogo divino, o que é que<br />
poderão temer? Dirão a todos os instantes da vida: ―Meu Pai, que a tua vontade se<br />
faça e não a minha; se te agrada experimentar-me pela dor e pelas tribulações,<br />
bendito seja, pois é para meu bem, eu o sei, que a tua mão sobre mim se abate. Se é<br />
do teu agrado, Senhor, ter piedade da tua criatura fraca, dar-lhe ao coração as<br />
alegrias sãs, bendito seja ainda. Mas, faça que o amor divino não lhe fique inativo na<br />
alma, que incessantemente faça subir aos teus pés o testemunho do seu<br />
reconhecimento!‖<br />
Se vocês têm amor, possuem tudo o que há de desejável na Terra, possuem<br />
preciosíssima pérola, que nem os acontecimentos nem as maldades dos que vos<br />
odeiem e persigam poderão arrebatar. Se têm amor, terão colocado o seu tesouro lá<br />
onde os vermes e a ferrugem não o podem atacar e verão se apagar da sua alma tudo<br />
o que seja capaz de lhe profanar a pureza; sentirão diminuir dia a dia o peso da<br />
matéria e, igual pássaro que volita nos ares e já não se lembra da Terra, subirão<br />
continuamente, subirão sempre, até que sua alma, inebriada, se farte do seu elemento<br />
de vida no seio do Senhor.<br />
Um Espírito protetor (Bordéus, 1861)<br />
BEM-AVENTURADOS OS QUE TÊM FECHADOS OS OLHOS 34<br />
20. Meus bons amigos, para que me chamarão? Terá sido para que eu imponha as<br />
mãos sobre a pobre sofredora que está aqui e a cure? Ah, que sofrimento, bom Deus!<br />
Ela perdeu a vista e as trevas a envolveram. Pobre filha! Que ore e espere. Não sei<br />
fazer milagres, eu, sem que Deus o queira. Todas as curas que tenho obtido e que<br />
foram anotadas por vocês não atribuam senão àquele que é o Pai de todos nós. Nas<br />
suas aflições, voltem sempre o olhar para o céu e digam do fundo do coração: ―Meu<br />
Pai, cura-me, mas faça que minha alma enferma se cure antes que o meu corpo; que<br />
a minha carne seja castigada, se necessário, para que minha alma se eleve ao teu<br />
seio, com a brancura que possuía quando a criou.‖ Após essa prece, meus amigos,<br />
que o bom Deus ouvirá sempre, lhe serão dadas a força e a coragem e, quem sabe,<br />
também a cura que apenas pediram timidamente, em recompensa da sua abnegação.<br />
Contudo, uma vez que aqui me acho, numa assembleia onde principalmente<br />
se trata de estudos, direi a vocês que os que são privados da vista deveriam<br />
considerar-se os bem-aventurados da expiação. Lembrem-se de que o Cristo disse<br />
ser conveniente que arrancassem o olho se fosse mau, e que mais valeria lançá-lo ao<br />
fogo, do que deixar se tornasse causa da sua condenação. Ah, quantos há no mundo<br />
34 Esta comunicação foi dada com relação a uma pessoa cega, a cujo favor se evocara o Espírito de J. B.<br />
Vianney, cura d’Ars.