L. NEILMORIS - Portal Luz Espírita
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70 – Allan Kardec<br />
acima da matéria! Sabem qual teria sido a sorte dessa vida, ao vosso parecer tão<br />
cheia de esperanças? Quem garante que ela não seria repleta de amarguras?<br />
Desprezam então das esperanças da vida futura, ao ponto de preferir as da vida<br />
passageira que arrastam na Terra? Supõem então que mais vale uma posição elevada<br />
entre os homens do que entre os Espíritos bem-aventurados?<br />
Em vez de se queixarem, alegrem-se quando agrada a Deus retirar deste<br />
vale de misérias um de seus filhos. Não será egoístico desejarem que ele aí<br />
continuasse para sofrer convosco? Ah! Essa dor se concebe naquele que carece de fé<br />
e que vê na morte uma separação eterna, mas vocês, espíritas, sabem que a alma<br />
vive melhor quando desembaraçada do seu envoltório corporal. Mães, saibam que<br />
seus filhos bem-amados estão perto de vocês; sim, estão muito perto; seus corpos<br />
fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, a lembrança que deles<br />
guardam os transporta de alegria, mas também as vossas dores sem razão afligem a<br />
eles, porque demonstram falta de fé e revelam revolta contra a vontade de Deus.<br />
Vocês, que compreendem a vida espiritual, escutem as pulsações do seu<br />
coração a chamar esses entes bem-amados e, se pedirem a Deus que os abençoe,<br />
sentirão fortes consolações, dessas que secam as lágrimas; sentirão anseios<br />
grandiosos que os mostrarão a posteridade que o soberano Senhor prometeu.<br />
Sanson, ex membro da Sociedade <strong>Espírita</strong> de Paris. (1863)<br />
SE FOSSE UM HOMEM DE BEM, TERIA MORRIDO<br />
22. Falando de um homem mau, que escapa de um perigo, costuma-se dizer: “Se<br />
fosse um homem bom, teria morrido”. Pois bem, assim falando, dizem uma verdade,<br />
com efeito, com muita frequência Deus dar a um Espírito ainda iniciante no<br />
progresso uma prova mais longa do que a um bom que, por prêmio do seu mérito,<br />
receberá a graça de ter tão curta quanto possível a sua provação. Por conseguinte,<br />
quando se utilizam daquele dito, não suspeitam de que proferem uma blasfêmia.<br />
Se morre um homem de bem, cujo vizinho é mau homem, logo observam:<br />
―Antes fosse este.‖ Assim, erram uma enormidade, pois aquele que parte concluiu a<br />
sua tarefa e o que fica talvez não tenha começado a sua. Por que, então, haveriam de<br />
querer que ao mau faltasse tempo para terminá-la e que o outro permanecesse preso<br />
à Terra? Que diriam se um prisioneiro, que cumpriu a sentença contra ele<br />
pronunciada, fosse conservado no cárcere, ao mesmo tempo em que restituíssem à<br />
liberdade um que a esta não tivesse direito? Fiquem sabendo que a verdadeira<br />
liberdade para o Espírito consiste no rompimento dos laços que o prendem ao corpo<br />
e que, enquanto se acham na Terra, estarão em cativeiro. Acostumem-se a não<br />
censurar o que não compreendem e creiam que Deus é justo em todas as coisas.<br />
Muitas vezes, o que se parece um mal é um bem. No entanto, as vossas qualidades<br />
são tão limitadas, que os seus sentidos grosseiros não captam o conjunto do grande<br />
todo. Esforcem-se por sair pelo pensamento da sua acanhada esfera e, à medida que<br />
se elevarem, diminuirá para vocês a importância da vida material que, nesse caso, se<br />
apresentará como simples incidente, no curso infinito da vossa existência espiritual,<br />
única existência verdadeira.<br />
Fénelon. (Sens, 1861)