L. NEILMORIS - Portal Luz Espírita
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220 – Allan Kardec<br />
CAPÍTULO XXV<br />
BUSQUEM E ACHARÃO<br />
AJUDA-TE A TI MESMO QUE O CÉU TE AJUDARÁ<br />
OBSERVEM OS PÁSSAROS NO CÉU<br />
NÃO SE AFADIGUEM PELA POSSE DO OURO<br />
AJUDA-TE A TI MESMO, QUE O CÉU TE AJUDARÁ<br />
1. “Peçam e lhes será dado; busquem e acharão; batam à porta e ela lhes será aberta; pois,<br />
quem pede recebe e quem procura acha e, àquele que bata à porta, ela se abrirá. Qual o<br />
homem entre vocês que dá uma pedra ao filho que lhe pede pão? Ou, se pedir um peixe,<br />
lhe dá uma serpente? Ora, sendo maus como vocês são, sabem dar boas coisas aos filhos,<br />
não é lógico que, com mais forte razão, o Pai que está nos céus dê os bens verdadeiros aos<br />
que Lhe pedirem?”<br />
(MATEUS, 7:7 a 11)<br />
2. Do ponto de vista terreno, a máxima: Busquem e acharão é igual a esta outra:<br />
Ajuda-te a ti mesmo que o céu te ajudará. É o princípio da lei do trabalho e, por<br />
conseguinte, da lei do progresso, pois o progresso é filho do trabalho, visto que este<br />
põe em ação as forças da inteligência.<br />
Na infância da Humanidade, o homem só aplica a inteligência à busca do<br />
alimento, dos meios de se preservar das desgraças e de se defender dos seus<br />
inimigos. Porém, Deus lhe deu – mais do que deu ao animal – o desejo incessante do<br />
melhor, e é esse desejo que o põe à pesquisa dos meios de melhorar a sua posição,<br />
que o leva às descobertas, às invenções, ao aperfeiçoamento da Ciência, pois é a<br />
Ciência que lhe proporciona o que lhe falta. Pelas suas pesquisas, inteligência se lhe<br />
engrandece, o moral se lhe depura. Às necessidades do corpo sucedem as do<br />
espírito: depois do alimento material, precisa ele do alimento espiritual. É assim que<br />
o homem passa da selvageria à civilização.<br />
Mas, bem pouca coisa é – imperceptível mesmo – em grande número deles,<br />
o progresso que cada um realiza individualmente no curso da vida. Como poderia<br />
então progredir a Humanidade, sem a preexistência e a reexistência da alma? Se as<br />
almas se fossem todos os dias, para não mais voltarem, a Humanidade se renovaria<br />
incessantemente com os elementos primitivos, tendo de fazer tudo, de aprender tudo.<br />
Não haveria, nesse caso, razão para que o homem se achasse hoje mais adiantado do<br />
que nas primeiras idades do mundo, uma vez que a cada nascimento todo o trabalho<br />
intelectual teria de recomeçar. Ao contrário, voltando com o progresso que já<br />
realizou e adquirindo de cada vez alguma coisa a mais, a alma passa gradualmente<br />
da barbárie à civilização material e desta à civilização moral. (Vede: cap. IV, nº 17)<br />
3. Se Deus tivesse isentado o homem do trabalho do corpo, seus membros se teriam