Número 11 (jan-jun/09) - Dialogarts - Uerj
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4. “Há uma realidade objetiva e podemos dizer coisas que são ob- jetivamente, absolutamente e incondicionalmente verdadeiras e falsas sobre ela”. De acordo com a concepção objetivista, o sentido é objetivo e existe independentemente do entendimento humano. Ele não é jamais aquilo que alguém entende sobre alguma coisa, pois o sentido objetivo exclui quaisquer aspectos considerados subjetivos, isto é, contexto, cultura, emoções ou modo de compreensão particular. Ao contrário, deve expressar, através da ciência, explicações corretas e definitivas e por isso progredir continuamente; 5. “As palavras têm significados fixos, isto é, nossa linguagem expressa os conceitos e as categorias em termos dos quais pensamos”. Assim, ao julgarmos se premissas são falsas ou verdadeiras, é necessário que saibamos escolher as palavras para que as usemos de maneira direta e objetiva. Conseqüentemente, podemos nos referir com precisão ao mundo externo, já que a linguagem objetiva reflete o mundo como ele é; 6. “As pessoas podem ser objetivistas e podem falar objetivamente, mas só o conseguem se utilizarem uma linguagem que seja clara e precisamente definida, direta e sem ambigüidade e que corresponda à realidade”; 7. “A metáfora e os outros tipos de linguagem poética, imaginativa, retórica ou figurada podem sempre ser evitados ao se falar objetivamente, e deveriam ser evitados, pois seus significados não são claros nem precisos e não correspondem de um modo claro à realidade”; 8. “Ser objetivo é geralmente uma coisa boa. Somente o saber objetivo é realmente um saber”. Acredita-se que através da objetividade podemos compreender o mundo mais claramente, romper com preconceitos pessoais e sermos mais justos; 9. “Ser objetivo é ser racional; ser subjetivo é ser irracional e se deixar dominar pelas emoções”; 10. “A subjetividade pode ser perigosa, pois ela pode provocar uma Caderno Seminal Digital, Ano 15, Nº 11, V 11, ( Jan / Jun 2009) - ISSN 1806-9142 88
perda de contato com a realidade”. Como a subjetividade considera um ponto de vista pessoal, ela pode ser injusta. Também Ortony (1993) argumenta que a descrição e explicação da nossa realidade física constituem a pressuposição central de nossa cultura. De acordo com o autor, a ciência caracteriza-se pela precisão e ausência de ambigüidade, de tal forma que a linguagem utilizada no seu domínio deve, necessariamente, ser precisa e não tendenciosa; ou seja, literal. Esse tipo de linguagem era privilegiada no âmbito da filosofia ocidental do início do século XX. Ortony (1993) acrescenta que esta crença culminou com os pressupostos do positivismo lógico, o qual influenciou inúmeros filósofos e cientistas num passado recente. Cabe aqui também citar Pedro Demo: A obsessão pela objetividade (da realidade) e neutralidade (do sujeito) no paradigma modernista da ciência sempre foi marca ostensiva, correspondendo menos ao que seria a realidade, do que às expectativas dos métodos de análise. O pós-modernismo colocou em xeque tais crenças porque são apenas crenças. Acreditamos piamente que vemos a realidade assim como ela é, embora a vejamos assim como podemos. (PEDRO DEMO: 2001, p. 23) Segundo Hessen, (2000) o elemento decisivo na relação de conhecimento é o objeto. É ele que determina o sujeito e este deve ajustar-se àquele. Para tal, basta que o objeto se coloque diante da consciência como algo pronto e determinado em si mesmo. Hessen afirma que Platão foi o pioneiro defensor de tais premissas. Para este, as idéias eram realidades objetivamente dadas. Assim como os objetos do mundo sensível podem ser percebidos, os objetos do mundo supra-sensível (idéias) podem ser contemplados. Conseqüentemente, de acordo com este filósofo, este mundo das idéias torna-se a base sobre a qual se assenta o conhecimento. Porém, não é somente no âmbito acadêmico que o mito do obje- Caderno Seminal Digital, Ano 15, Nº 11, V 11, ( Jan / Jun 2009) - ISSN 1806-9142 89
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e existe independentemente do entendimento humano. Ele não é jamais<br />
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mas só o conseguem se utilizarem uma linguagem que seja clara e precisamente<br />
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retórica ou figurada podem sempre ser evitados ao se falar objetivamente,<br />
e deveriam ser evitados, pois seus significados não são claros<br />
nem precisos e não correspondem de um modo claro à realidade”;<br />
8. “Ser objetivo é geralmente uma coisa boa. Somente o saber objetivo<br />
é realmente um saber”. Acredita-se que através da objetividade<br />
podemos compreender o mundo mais claramente, romper com preconceitos<br />
pessoais e sermos mais justos;<br />
9. “Ser objetivo é ser racional; ser subjetivo é ser irracional e se<br />
deixar dominar pelas emoções”;<br />
10. “A subjetividade pode ser perigosa, pois ela pode provocar uma<br />
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