Número 11 (jan-jun/09) - Dialogarts - Uerj
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pressão na minha opinião. As ocorrências mostro a seguir. 1. Na minha opinião [...] Ocorrências 2. Se não estamos satisfeitos com a programação de nossa TV, [...] 3. Eu não acho que tem que por mais censura [...] 4. No meu ponto de vista, [...] 5. Eu sou contra a censura, [...] 6. Eu sou a favor, porque [...] 7. E também a gente adolescente temos direito. [...] 8. Eu acho que é muito bom proibir as crianças [...] Figura 3: Dêiticos de pessoa Mesmo tendo usado o recurso da pessoalidade, é provável que os alunos desconheçam de fato o emprego da 1ª pessoa, bem como os efeitos de sentido que estão por trás da explicitação feita pelo sujeito enunciador em seu enunciado, como forma de persuadir o leitor e de mostrar claramente sua opinião. Era esperada ainda ausência de referência ao interlocutor, tendo em vista o encaminhamento do LD para que o texto fosse a resposta a uma pergunta dirigida diretamente ao aluno. Assim, somente 8% dos textos trazem essa referência, com o uso do você. Em um dos casos, o aluno se refere aos pais, seus interlocutores, dizendo “é melhor você assistir [TV] junto com seu filho”. No outro caso, não fica claro se a referência é aos pais ou aos filhos: “se você e sua família estiver vendo um filme e derrepente os personagens começarem a se despir, com certeza você vai ficar constrangido”. Em ambos os casos, a construção foi interessante, porque acabou por imprimir ao texto uma nuance diferente dos que não trouxeram marcas de interlocução e acabaram se configurando como realmente feitos exclusivamente para a professora. Caderno Seminal Digital, Ano 15, Nº 11, V 11, ( Jan / Jun 2009) - ISSN 1806-9142 76
Foi pequeno o número de modalizadores deônticos, ocorrendo em apenas 12% dos textos produzidos. Minha hipótese para isso é que o texto, eminentemente persuasivo, intencionava apenas apresentar a opinião do seu autor sobre determinado fato, não tendo a intenção de manipular vontades e modificar opiniões, ou então faltaram instruções do LD e da professora. As ocorrências foram. Ocorrências 1. [...] com certeza você vai ficar constrangido, o que não vai acontecer se houver censura antes de iniciar. 2. [...] Com certeza a censura tem que ter somente depois que termina o horário nobre [...] 3. [...] Por isso tem que mostrar na televisão sim [...] Figura 4: Modalização deôntica Para a modalização apreciativa, a ocorrência não foi muito mar- cante, aparecendo em apenas 37% dos textos produzidos. Esse tipo de modalização era importante na dissertação dos alunos, uma vez que eles deveriam apresentar ao leitor sua apreciação de valor a respeito do que estava sendo discutido. Ao fazer tal apresentação, a indicação de valor é quase imprescindível. Foram detectados os exemplos abaixo. Ocorrências 1. [...] A televisão sem censura pode facilitar a vida de alguns pais [...]. A censura é inútil nos dias de hoje [...] 2. [...] então é melhor proibir. 3. [...] Na televisão tem coisas muito sem cabimento [...] 4. A TV tem sido um meio de comunicação muito bom ao longo dos anos [...] 5. [...] Existem na televisão programas fabulosos [...] 6. [...] De um lado é bom [a censura]. Mas por outro lado é ruim [...] 7. [...] A censura é essencial para a televisão [...] 8. [...] É melhor você assistir junto com seu filho do que ele assistir sozinho [...] Figura 5: Modalização apreciativa Caderno Seminal Digital, Ano 15, Nº 11, V 11, ( Jan / Jun 2009) - ISSN 1806-9142 77
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pressão na minha opinião. As ocorrências mostro a seguir.<br />
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2. Se não estamos satisfeitos com a programação de nossa TV, [...]<br />
3. Eu não acho que tem que por mais censura [...]<br />
4. No meu ponto de vista, [...]<br />
5. Eu sou contra a censura, [...]<br />
6. Eu sou a favor, porque [...]<br />
7. E também a gente adolescente temos direito. [...]<br />
8. Eu acho que é muito bom proibir as crianças [...]<br />
Figura 3: Dêiticos de pessoa<br />
Mesmo tendo usado o recurso da pessoalidade, é provável que os<br />
alunos desconheçam de fato o emprego da 1ª pessoa, bem como os efeitos<br />
de sentido que estão por trás da explicitação feita pelo sujeito enunciador<br />
em seu enunciado, como forma de persuadir o leitor e de mostrar<br />
claramente sua opinião.<br />
Era esperada ainda ausência de referência ao interlocutor, tendo<br />
em vista o encaminhamento do LD para que o texto fosse a resposta a<br />
uma pergunta dirigida diretamente ao aluno. Assim, somente 8% dos<br />
textos trazem essa referência, com o uso do você. Em um dos casos, o<br />
aluno se refere aos pais, seus interlocutores, dizendo “é melhor você assistir<br />
[TV] <strong>jun</strong>to com seu filho”. No outro caso, não fica claro se a referência<br />
é aos pais ou aos filhos: “se você e sua família estiver vendo um<br />
filme e derrepente os personagens começarem a se despir, com certeza<br />
você vai ficar constrangido”. Em ambos os casos, a construção foi interessante,<br />
porque acabou por imprimir ao texto uma nuance diferente<br />
dos que não trouxeram marcas de interlocução e acabaram se configurando<br />
como realmente feitos exclusivamente para a professora.<br />
Caderno Seminal Digital, Ano 15, Nº <strong>11</strong>, V <strong>11</strong>, ( Jan / Jun 20<strong>09</strong>) - ISSN 1806-9142<br />
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