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Número 11 (jan-jun/09) - Dialogarts - Uerj

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em sua lembrança e em seus desatinos (morte de Arnold, Rudolf e Helga).<br />

A primeira misturando saudade com remorso, por não ter entendi-<br />

do quando o amor estivera ao seu lado; a segunda, na admissão do fra-<br />

casso e de ter sido um instrumento na trama inacreditável e que tornara<br />

proibida a continuação da caminhada ainda presente em seus sonhos.<br />

(BOOS JÚNIOR: 1986, p.419)<br />

Com Natália, o peso da solidão da colônia acendendo “a mesma<br />

paixão que pode comandar dois bichos no cio”; com Paula, mero objeto<br />

de sua “inacreditável maquinação”.<br />

Os odores destacados nas relações amorosas das personagens<br />

Natália, Matheus e Paula, entretecidos com as relações de desejo, não<br />

tornam Eros vitorioso; os contatos instintivos e animalescos das personagens<br />

são desprovidos de ternura, transformando a representação<br />

amorosa numa paixão doentia, pois estas não possuem tom lírico e poético,<br />

são despaixões que propiciam o predomínio de Tanatos (deus da<br />

morte e da destruição) sobre Eros (deus do amor e da força vital).<br />

Umberto Eco define o efeito poético “como a capacidade que tem<br />

um texto de gerar leituras sempre diversas, sem nunca esgotar-se completamente”<br />

(ECO: 1985, p.15). Portanto, a presente leitura vem somarse<br />

a outras possíveis com o intuito de ver as possibilidades do ato efabulador<br />

deste “contador de histórias” que é Adolfo Boos Júnior.<br />

Caderno Seminal Digital, Ano 15, Nº <strong>11</strong>, V <strong>11</strong>, ( Jan / Jun 20<strong>09</strong>) - ISSN 1806-9142<br />

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