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Número 11 (jan-jun/09) - Dialogarts - Uerj

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sistemáticos no relacionamento da percepção das pistas, podemos obter<br />

fortes evidências das bases sociais das convenções de contextualização<br />

(GUMPERZ: 1999, p.106). As pistas de contextualização funcionam no<br />

estabelecimento de enquadres (frames) no curso da interação. A partir<br />

de como uma mensagem é enunciada, é possível inferir o que está acontecendo<br />

aqui e agora.<br />

A noção de enquadre surgiu com Gregory Bateson em 1955 como<br />

um conceito psicológico que “capta o grau de ambivalência presente nas<br />

comunicações, suas funções, bem como relações sutis de subordinação<br />

entre as mensagens” (RIBEIRO e GARCEZ: 1998, p.57). Para compreender<br />

melhor esse conceito, podemos pensar na analogia física com<br />

uma “moldura”, que, em um quadre, representa um con<strong>jun</strong>to de instruções<br />

indicando ao observador para onde ele deve dirigir seu olhar.<br />

De acordo com Pereira (2002), Goffman (1974) desenvolve o termo<br />

enquadre explorado por Bateson e faz a caracterização de enquadre situacional,<br />

dentro de uma abordagem sociológica. Goffman dedicou sua obra<br />

a explorar as filigranas da ordem interacional. O autor ressalta que:<br />

(I) A perspectiva é situacional, significando uma preocupação<br />

com o indivíduo em uma dada situação;<br />

(II) Quando os indivíduos prestam atenção a uma dada situação,<br />

eles colocam questões como: O que está se passando<br />

aqui? e “Qual o significado do que está acontecendo aqui?<br />

(III) O enquadre consiste de princípios de organização: “definições<br />

da situação são construídas segundo com princípios de<br />

organização que governam eventos e nosso envolvimento subjetivo<br />

com eles...” (GOFFMAN: 1974, p.85)<br />

A noção de footing (GOFFMAN: 1981) constitui desdobramento<br />

do conceito de enquadre no discurso. O termo representa o alinhamento,<br />

“a postura, a posição, a projeção do “eu” de um participante na sua<br />

relação com o outro, consigo próprio e com o discurso em construção”<br />

(RIBEIRO e GARCEZ: 1998, p.70).<br />

Caderno Seminal Digital, Ano 15, Nº <strong>11</strong>, V <strong>11</strong>, ( Jan / Jun 20<strong>09</strong>) - ISSN 1806-9142<br />

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