Número 11 (jan-jun/09) - Dialogarts - Uerj
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tifica-se por: a) ter apoio na LDB brasileira, que preconiza a prática da educação inclusiva no ensino básico regular; b) enfocar especificamente o Ensino Médio, no qual a oferta de língua espanhola passa a ser obrigatória a partir da lei 11.161/2005 (BRASIL, 2006). Escolhemos trabalhar com uma instituição pública de ensino da rede federal, localizada no município do Rio de Janeiro. Esta instituição vem oferecendo o idioma espanhol em sua grade curricular regularmente desde 1992 e tem a prática de inserir os alunos com deficiências físicas em turmas regulares em todas as disciplinas curriculares. Além disso, o acesso a seus docentes nos foi facultado sem dificuldades. Esta instituição passa a ser identificada, então, como escola-caso. Inicialmente, foi realizada a coleta de dados através de um questionário piloto com os professores. Os informantes definitivos da pesquisa foram dois docentes de língua espanhola da escola-caso que atuavam em turmas de ensino médio com alunos deficientes visuais. Ambos fizeram sua formação na Faculdade de Letras de uma instituição de ensino superior pública do Rio de Janeiro, curso de Português-Espanhol. Antes de aplicar o piloto, realizamos uma visita à escola-caso, onde também tivemos contato com os alunos portadores da deficiência. Dessa forma, podemos comprovar na prática que o ensino de E/LE não era voltado para a abordagem da leitura interativa em sua grande parte. Nesta visita, através da conversa com alguns professores que atuam com esses sujeitos especiais, foi reorganizada a seqüência de perguntas do questionário definitivo, pois se confirmou que certas questões e idéias da proposta original não eram pertinentes para o contexto observado. Nosso objetivo era verificar como o cego adquire a leitura em língua estrangeira e como se processa sua interação com os demais alunos videntes, em sala de aula. Fizeram, portanto, parte desse processo de ajuste e validação do instrumento também as conversas com alunos Caderno Seminal Digital, Ano 15, Nº 11, V 11, ( Jan / Jun 2009) - ISSN 1806-9142 110
cegos e a assistência a duas semanas de aula em duas turmas da mesma série, com professores diferentes. Observamos que nenhum dos professores atuava no ensino da leitura em língua espanhola segundo a perspectiva sócio-interacional. Ademais, não conseguiam interagir com todos os alunos do grupo, principalmente com os deficientes, sendo essa informação revelada na conversa informal com os próprios alunos e comprovada na observação prática da sala de aula. Cabe destacar nas turmas observadas a presença de um aluno vidente que sempre estava disposto a colaborar e guiar o amigo deficiente na realização das tarefas. Após a aplicação e análise do piloto, foi possível verificar as questões que alcançavam os objetivos satisfatoriamente, além de avaliar a necessidade de realizar modificações. O questionário definitivo para a coleta de dados da pesquisa foi composto de questões discursivas que procuraram analisar a formação do professor e sua prática pedagógica no cotidiano de sua sala de aula. Nossos corpora de análises estão constituídos, portanto, das respostas dos dois docentes-informantes ao questionário e do programa curricular da IES pública onde estes cursaram sua graduação. 4. Conclusões Após a aplicação e análise dos questionários definitivos, acreditamos que grande parte das deficiências encontradas pelos docentes em sua prática com alunos portadores de deficiências físicas encontra-se nas deficiências de seu curso superior, e não na sua inexperiência com tal público. Portanto, a raiz do problema pode estar no papel da universidade pública (ensino, pesquisa e extensão) na formação do profissional de Letras. Além disso, pensamos que, aliada a essa defasagem em sua formação, pode estar a falta ou o desinteresse por uma formação continuada Caderno Seminal Digital, Ano 15, Nº 11, V 11, ( Jan / Jun 2009) - ISSN 1806-9142 111
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educação inclusiva no ensino básico regular; b) enfocar especificamente<br />
o Ensino Médio, no qual a oferta de língua espanhola passa a ser obrigatória<br />
a partir da lei <strong>11</strong>.161/2005 (BRASIL, 2006).<br />
Escolhemos trabalhar com uma instituição pública de ensino da<br />
rede federal, localizada no município do Rio de Janeiro. Esta instituição<br />
vem oferecendo o idioma espanhol em sua grade curricular regularmente<br />
desde 1992 e tem a prática de inserir os alunos com deficiências<br />
físicas em turmas regulares em todas as disciplinas curriculares. Além<br />
disso, o acesso a seus docentes nos foi facultado sem dificuldades. Esta<br />
instituição passa a ser identificada, então, como escola-caso.<br />
Inicialmente, foi realizada a coleta de dados através de um questionário<br />
piloto com os professores. Os informantes definitivos da pesquisa<br />
foram dois docentes de língua espanhola da escola-caso que atuavam<br />
em turmas de ensino médio com alunos deficientes visuais. Ambos<br />
fizeram sua formação na Faculdade de Letras de uma instituição de ensino<br />
superior pública do Rio de Janeiro, curso de Português-Espanhol.<br />
Antes de aplicar o piloto, realizamos uma visita à escola-caso, onde<br />
também tivemos contato com os alunos portadores da deficiência. Dessa<br />
forma, podemos comprovar na prática que o ensino de E/LE não era<br />
voltado para a abordagem da leitura interativa em sua grande parte.<br />
Nesta visita, através da conversa com alguns professores que atuam<br />
com esses sujeitos especiais, foi reorganizada a seqüência de perguntas<br />
do questionário definitivo, pois se confirmou que certas questões e idéias<br />
da proposta original não eram pertinentes para o contexto observado.<br />
Nosso objetivo era verificar como o cego adquire a leitura em língua<br />
estrangeira e como se processa sua interação com os demais alunos<br />
videntes, em sala de aula. Fizeram, portanto, parte desse processo<br />
de ajuste e validação do instrumento também as conversas com alunos<br />
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