Número 11 (jan-jun/09) - Dialogarts - Uerj
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O ENSINO DA LEITURA A ALUNOS DEFICIENTES VISUAIS EM TURMAS REGULARES DE ESPANHOL / LÍNGUA ESTRANGEIRA (E/LE) Antonio Ferreira da SILVA JÚNIOR ¹ Cristina de Souza Vergnano JUNGER ² Rodrigo de Oliveira LEMOS ³ O presente estudo pretende, portanto, abordar a percepção de pro- fessores sobre o processo de ensino-aprendizagem de E/LE no Ensino Médio em uma instituição de ensino da rede pública federal do Rio de Janeiro, no que se refere ao trabalho com a compreensão leitora para deficientes visuais. Assim, passa-se a investigar o ensino da leitura para cegos, deparando-se, entretanto, com uma literatura de certa forma restrita sobre a temática pertinente ao papel e ao trabalho do professor de E/LE junto aos alunos com necessidades especiais, especificamente portadores de deficiência visual. Na trajetória de vida do deficiente visual, o estudo insere-se como alicerce fundamental às suas conquistas. Considerando essa premissa, importa também reconhecer que, dentre os conhecimentos e saberes hoje difundidos nos meios acadêmicos e de trabalho, o ensino da língua espanhola representa diferencial na formação e qualificação de perfis profissionais. Conforme reproduz Saviani (2000), a LDB (Lei das Diretrizes e Bases do ensino) aborda o fato de que o aluno com necessidades especiais deve situar-se em turmas regulares, junto com os demais estudantes. No entanto, não existem parâmetros definidos para a instituição promover a integração dos diversos tipos de identidades que são percebidas no espaço escolar. Nessa linha, o trabalho procura investigar 1. Professor de Letras Espanholas do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ). 2. Professora Adjunta da Graduação em Letras (Português-Espanhol) e do Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu em Letras (Mestrado em Linguística) da UERJ. Orientadora dos alunos. 3. UERJ. Caderno Seminal Digital, Ano 15, Nº 11, V 11, ( Jan / Jun 2009) - ISSN 1806-9142 102
como se configura o planejamento e o trabalho do professor de E/LE no que diz respeito ao desenvolvimento da prática leitora em uma turma com alunos com necessidades especiais. A formação acadêmica do professor de Letras prepara-o para vivenciar essa experiência? Que reflexões podem ser propostas sobre a readaptação do currículo dos cursos de Letras a essa realidade? Assim, o estudo propõe discutir acerca das práticas que favorecem a inclusão dos deficientes visuais no espaço da sala de aula, sobretudo no ensino de E/LE. Configura-se, desse modo, como um estudo de caso das estratégias docentes para o ensino de compreensão leitora em E/LE em uma turma que possui alunos deficientes visuais. Ao pensar no processo ensino-aprendizagem de E/LE em turmas regulares e inclusivas, considera-se que o professor deveria planejar suas aulas de modo a interagir com todo grupo e direcionar o estudo da LE para uso prioritário da compreensão leitora. O objetivo é que esta possa contribuir para o desenvolvimento de uma consciência crítica e ativa dos sujeitos envolvidos no processo educativo. No entanto, não é essa a realidade que se observa em salas de aula que apresentam alunos cegos, já que o professor não recebe informações específicas e nem qualificação adequada para desempenhar tal papel. 1. O aluno deficiente visual e o acesso à informação No início do século XX, observou-se que os conceitos de deficiência, diminuição ou handicap 4 foram sendo associados às pessoas com restrições em seus sentidos. A evolução das pesquisas e estudos mostrou que, apesar da variedade conceitual, há o predomínio na identificação de causas fundamentalmente orgânicas para estas deficiências, sendo estas geradas no início do desenvolvimento do sujeito e dificilmente modificadas posteriormente (MARCHESI e MARTÍN, 1995). O conhecimento 4. Termo empregado para fazer referência a qualquer pessoa com dificuldade ou deficiência física ou mental, que prejudique sua vida normal. Caderno Seminal Digital, Ano 15, Nº 11, V 11, ( Jan / Jun 2009) - ISSN 1806-9142 103
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O ENSINO DA LEITURA A ALUNOS DEFICIENTES<br />
VISUAIS EM TURMAS REGULARES DE ESPANHOL / LÍNGUA<br />
ESTRANGEIRA (E/LE)<br />
Antonio Ferreira da SILVA JÚNIOR ¹<br />
Cristina de Souza Vergnano JUNGER ²<br />
Rodrigo de Oliveira LEMOS ³<br />
O presente estudo pretende, portanto, abordar a percepção de pro-<br />
fessores sobre o processo de ensino-aprendizagem de E/LE no Ensino<br />
Médio em uma instituição de ensino da rede pública federal do Rio de<br />
Janeiro, no que se refere ao trabalho com a compreensão leitora para deficientes<br />
visuais. Assim, passa-se a investigar o ensino da leitura para<br />
cegos, deparando-se, entretanto, com uma literatura de certa forma restrita<br />
sobre a temática pertinente ao papel e ao trabalho do professor<br />
de E/LE <strong>jun</strong>to aos alunos com necessidades especiais, especificamente<br />
portadores de deficiência visual.<br />
Na trajetória de vida do deficiente visual, o estudo insere-se como<br />
alicerce fundamental às suas conquistas. Considerando essa premissa,<br />
importa também reconhecer que, dentre os conhecimentos e saberes<br />
hoje difundidos nos meios acadêmicos e de trabalho, o ensino da<br />
língua espanhola representa diferencial na formação e qualificação de<br />
perfis profissionais.<br />
Conforme reproduz Saviani (2000), a LDB (Lei das Diretrizes e<br />
Bases do ensino) aborda o fato de que o aluno com necessidades especiais<br />
deve situar-se em turmas regulares, <strong>jun</strong>to com os demais estudantes.<br />
No entanto, não existem parâmetros definidos para a instituição<br />
promover a integração dos diversos tipos de identidades que são percebidas<br />
no espaço escolar. Nessa linha, o trabalho procura investigar<br />
1. Professor de Letras Espanholas do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ).<br />
2. Professora Ad<strong>jun</strong>ta da Graduação em Letras (Português-Espanhol) e do Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu em Letras (Mestrado<br />
em Linguística) da UERJ. Orientadora dos alunos.<br />
3. UERJ.<br />
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