MAPA DA VIOLÊNCIA 2012 CRIANÇAS E ADOLESCENTES DO BRASIL

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MAPA DA VIOLÊNCIA 2012 por violências representaram de 60% das notificações; maior ainda na faixa dos 10 aos 14 anos de idade: 68%. Violências físicas representaram 40,5% do total de atendimentos, especialmente concentrados na faixa dos 15 aos 19 anos de idade, mas relevante em todas as faixas. Os principais agressores são os pais até os 14 anos de idade. No final da adolescência, esse papel é assumido por amigos ou conhecidos, e também por desconhecidos. Em segundo lugar, as diversas formas de violência sexual, que registram 19,9% dos atendimentos acontecidos em 2011. Um total de 10.425 crianças e adolescentes, a grande maioria do sexo feminino: 83,2%. A maior incidência registra-se na faixa dos 10 aos 14 anos de idade. A violência sexual mais frequente foi o estupro: 7.155 casos, de elevada participação em todas as faixas etárias e responsável por 59% do total de atendimentos por violências sexuais. Assédio sexual e atentado violento ao pudor também são significativos: entre 15 e 20% dos atendimentos. Tem que ressalvar que essas proporções não necessariamente refletem a relevância desses incidentes na vida real. Trata-se de aqueles agravos cuja gravidade ou consequências demandaram atendimento do sistema de saúde. Incluímos no relatório tabelas com os municípios de maior prevalência de violências físicas e sexuais. Essas tabelas permitem inferir que existem locais que atuam como verdadeiras usinas na produção de violência sexual contra crianças e adolescentes, tamanha a concentração de incidentes que o SINAN registra nelas. Repetimos que o indicador não é um diagnóstico, é um termômetro que aponta a existência de temperatura elevada e preocupante. O diagnóstico das causas e das possíveis alternativas de contenção e superação corresponderá às diversas instituições responsáveis, seja em nível federal, estadual ou municipal. 82

BIBLIOGRAFIA 83 CRIANÇAS E ADOLESCENTES DO BRASIL ABRAMOVAY, M.; CASTRO, M. G. Juventude, juventudes: o que une e o que separa. Brasília: UNESCO, 2006. CARVALHO MALTA, D. et alii. Atualização da lista de causas de mortes evitáveis por intervenções do Sistema Único de Saúde do Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde: Brasília, 19(2), abr-jun 2010. HOLLAND, W.W. (ed). European Community Atlas of Avoidable Death. Oxford, Oxford University Press, New York, Tokyo, 1988. Apud: European Community Atlas of Avoidable Death. Postgrad Medical Journal. May, 1990. IPEA. SIPS. Sistema de Indicadores de Percepção Social. Segurança Pública. Brasília. 30 de março de 2011. Consultado em 24/11/2011: http://www.ipea.gov.br/portal/index. php?option=com_content&view=article&id=6186&Itemid=33. MICHAUD, Y. A violência. São Paulo: Ática, 1989. MINAYO, M.C.S. (Coord.), Bibliografia Comentada da Produção Científica Brasileira Sobre Violência e Saúde. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública. 1990. PORTO, M. S. G. A violência entre a inclusão e a exclusão social. VII Congresso Sociedade Brasileira de Sociologia. Brasília: ago., 1997. SOUZA, E. R. de. Violência Velada e Revelada: Estudo Epidemiológico da Mortalidade por Causas Externas em Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 9 (1), jan/mar, 1993. WAISELFISZ, J.J. Mapa da violência 2012. Os novos padrões da violência homicida no Brasil. São Paulo: Instituto Sangari. 2011. ___________. Mapa da violência 2011. Os jovens do Brasil. Brasília: Ministério da Justiça, Instituto Sangari. 2011. WIEVIORKA, M. O novo paradigma da violência. Tempo social: revista de Sociologia da USP, v.9, n. 1, 1997. ZALUAR, A. A guerra privatizada da juventude. Folha de S. Paulo, 18/05/97.

<strong>MAPA</strong> <strong>DA</strong> <strong>VIOLÊNCIA</strong> <strong>2012</strong><br />

por violências representaram de 60% das notificações; maior ainda na faixa dos 10 aos 14 anos<br />

de idade: 68%.<br />

Violências físicas representaram 40,5% do total de atendimentos, especialmente concentrados<br />

na faixa dos 15 aos 19 anos de idade, mas relevante em todas as faixas. Os principais<br />

agressores são os pais até os 14 anos de idade. No final da adolescência, esse papel é assumido<br />

por amigos ou conhecidos, e também por desconhecidos.<br />

Em segundo lugar, as diversas formas de violência sexual, que registram 19,9% dos atendimentos<br />

acontecidos em 2011. Um total de 10.425 crianças e adolescentes, a grande maioria<br />

do sexo feminino: 83,2%. A maior incidência registra-se na faixa dos 10 aos 14 anos de idade.<br />

A violência sexual mais frequente foi o estupro: 7.155 casos, de elevada participação em<br />

todas as faixas etárias e responsável por 59% do total de atendimentos por violências sexuais.<br />

Assédio sexual e atentado violento ao pudor também são significativos: entre 15 e 20% dos<br />

atendimentos. Tem que ressalvar que essas proporções não necessariamente refletem a relevância<br />

desses incidentes na vida real. Trata-se de aqueles agravos cuja gravidade ou consequências<br />

demandaram atendimento do sistema de saúde.<br />

Incluímos no relatório tabelas com os municípios de maior prevalência de violências físicas<br />

e sexuais. Essas tabelas permitem inferir que existem locais que atuam como verdadeiras<br />

usinas na produção de violência sexual contra crianças e adolescentes, tamanha a concentração<br />

de incidentes que o SINAN registra nelas. Repetimos que o indicador não é um diagnóstico, é<br />

um termômetro que aponta a existência de temperatura elevada e preocupante. O diagnóstico<br />

das causas e das possíveis alternativas de contenção e superação corresponderá às diversas<br />

instituições responsáveis, seja em nível federal, estadual ou municipal.<br />

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