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Alergenos recombinantes: pontos fortes em 2006 - Portugal

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O<br />

s primeiros resultados do estudo do PAT<br />

(Preventive Allergy Treatment – Tratamento de<br />

Prevenção da Alergia) d<strong>em</strong>onstrou que os três anos de<br />

dessensibilização por imunoterapia específica (ITE)<br />

nas crianças com rinite alérgica sazonal aos pólenes<br />

das gramineas e da bétula reduziu significativamente<br />

o risco de desenvolvimento de asma durante o período<br />

de tratamento (OR = 2.52 [CI 95%: 1.3–5.1]), comparativamente<br />

com um tratamento puramente sintomático<br />

(J Allergy Clin Immunol 2002; 109: 251–6). O que é<br />

que acontece dois anos após o final da imunoterapia?<br />

Dois anos após a interrupção da ITE, foram avaliadas<br />

183 crianças de um grupo inicial de 205, com idades<br />

entre os 11 e os 20 anos (media etária: 15,6). Para além<br />

da avaliação clínica, os testes de provocação conjuntival<br />

(TPC) e os testes de provocação brônquica com<br />

metacolina, foram realizados durante a estação dos<br />

pólenes e também no Inverno.<br />

A melhoria significativa da rinite alérgica sazonal e dos<br />

resultados observados após 3 anos persiste decorridos<br />

5 anos de follow-up. As 142 crianças s<strong>em</strong> asma<br />

no momento da inclusão no estudo foram analisados<br />

especificamente quanto ao desenvolvimento de sintomatologia<br />

asmática no final do período de 5 anos: o<br />

Passalacqua G, Guerra L, Fumagalli F, Canonica GW.<br />

Treat Respir Med <strong>2006</strong>; 5: 225-34.<br />

Perfil de tolerância da imunoterapia<br />

sublingual<br />

A<br />

imunoterapia sublingual (ITSL) é utilizada na prática<br />

clínica há cerca de 20 anos. O seu principal<br />

objectivo é aumentar a tolerância e evitar os efeitos<br />

secundários do tratamento tradicional das doenças respiratórias<br />

alérgicas. Até agora foram publicados 32 estudos<br />

aleatorizados e controlados e 6 estudos de<br />

farmacovigilância, os quais permitiram estabelecer, graças<br />

a uma documentação sólida, o perfil de tolerância da<br />

ITSL.<br />

De acordo com estes estudos aleatorizados, os efeitos<br />

secundários mais frequent<strong>em</strong>ente observados na ITSL<br />

são o prurido e o ed<strong>em</strong>a da mucosa oral, seguidos de<br />

perturbações gastrointestinais. Estes efeitos secundários<br />

são s<strong>em</strong>pre descritos como moderados e de fácil controlo,<br />

bastando um simples ajustamento das doses. Os<br />

efeitos secundários sistémicos (asma, urticária, angio-<br />

ed<strong>em</strong>a) são referidos apenas esporadicamente e, à<br />

excepção dos efeitos secundários do foro oral e gastrointestinal,<br />

a incidência de outros efeitos secundários<br />

parece não ser muito diferente entre os grupos do placebo<br />

e da ITSL. O perfil de tolerância da ITSL é comparável<br />

entre o adulto e a criança.<br />

Os estudos de farmacovigilância d<strong>em</strong>onstram consistent<strong>em</strong>ente<br />

que a incidência de efeitos secundários<br />

associados à ITSL é inferior a 10%, ou menos de um<br />

evento por cada 1000 doses, atribuindo à ITSL um perfil<br />

de tolerância muito mais vantajoso que o da imunoterapia<br />

subcutânea.<br />

Por fim, dados muito recentes d<strong>em</strong>onstram que a incidência<br />

de efeitos secundários da ITSL não aumenta nas<br />

crianças com idade inferior a 5 anos.<br />

Nigg<strong>em</strong>ann B, Jacobsen L, Dreborg S et al ; The PAT investigator group. Allergy <strong>2006</strong>; 61: 855-9.<br />

Imunoterapia específica e prevenção de<br />

longo prazo da asma <strong>em</strong> pediatria<br />

risco de desenvolvimento de asma é significativamente<br />

reduzido no grupo tratado pela ITE, comparativamente<br />

com os controlos (15/75 vs. 29/67; OR = 2.68<br />

[CI 95%: 1.3–5.7]); o número de crianças com agravamento<br />

dos seus scores da asma foi significativamente<br />

mais baixo (p< 0,01) do que no grupo de controlo. Não<br />

se observou qualquer diferença na resposta brônquica<br />

à metacolina, atendendo à melhoria espontânea<br />

dos el<strong>em</strong>entos do grupo de controlo durante o período<br />

de follow-up.<br />

Os resultados preliminares do follow-up dos indivíduos<br />

do estudo PAT, 7 anos após o final da ITE, foram<br />

comunicados durante o último congresso AAAAI<br />

(J. Allergy Clin Immunol <strong>2006</strong>; 117: 721 [abstract<br />

LB6]). O follow-up total a 10 anos abrangeu 157 crianças.<br />

Entre as que não apresentavam asma no momento<br />

da inclusão no estudo, 24 de um total de 29 (83%) desenvolveram<br />

asma no grupo de controlo, comparativamente<br />

com apenas 16 de um total de 48 (33%) no<br />

grupo tratado com ITE: OR = 2,48 (CI 95%: 1.1–5.4).<br />

A ITE parece assim constituir uma opção terapêutica<br />

que permite assegurar também a prevenção<br />

de longo prazo contra o desenvolvimento de asma.<br />

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