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68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

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pobres e lucravam com o subdesenvolvimento do país. Em 1950, Vargas, servindo-se de<br />

uma manobra em <strong>que</strong> dividiu o PSD, eleger-se-ia presidente pelo PTB, governando até<br />

1954, quando se viu compelido a suicidar-se, diante de um golpe de Estado tramado pela<br />

UDN e pelos chefes militares, para removê-lo do poder. A UDN apossou-se do governo<br />

com a sua morte, junto com o PSP de Adhemar de Barros, arruinando a parca economia<br />

do país, até ser removida pela eleição e posse de Juscelino Kubistchek (1956-1960).<br />

Kubistchek, do PSD, elegeu-se em aliança com o PTB (João Goulart), mas não removeu as<br />

medidas liberalizantes e anti-industrialização de seus antecessores Café Filho e Carlos<br />

Luz (1954-1955).<br />

Desse modo, desde a morte de Vargas (1954), iniciou-se um processo de desnacionalização<br />

das incipientes indústrias brasileiras e da acelerada entrada de empresas multinacionais<br />

na atividade industrial local. Somente como um exemplo, pode-se citar o ramo<br />

automotivo. Havia ali montadoras estrangeiras e uma única indústria nacional, a Fábrica<br />

Nacional de Motores (FNM). Até 1964, ela produziu os caminhões FNM e o automóvel JK<br />

(Alfa Romeo). Este carro era, sem dúvida, melhor <strong>que</strong> os seus concorrentes, até o golpe<br />

de 1964.<br />

Com o XX Congresso do PCUS e o fim da luta pelo socialismo no Leste europeu, o PCB<br />

adotou uma linha mais branda (1958), e buscou aliar-se aos elementos nacionalistas, <strong>que</strong><br />

defendiam a industrialização local. Ao mesmo tempo, alijada do poder a cada eleição, a<br />

UDN revelava-se o partido da pe<strong>que</strong>na burguesia e do latifúndio mais desesperados e<br />

golpistas, constituindo o núcleo dos famosos “entreguistas”, isto é, elementos (a)<br />

contrários à industrialização do país, (b) contrários a qual<strong>que</strong>r mudança social e (c)<br />

defensores da divisão internacional do trabalho então vigente. Quem não acreditar, pode<br />

ler o programa da UDN do encontro nacional de 1957, ou ler as colunas de seu economista<br />

favorito – pai de todos os teóricos da ditadura – nos jornais e revistas da época: Eugênio<br />

Gudin.<br />

O triste papel da UDN na política brasileira foi expressar o ódio profundo dos descendentes<br />

dos escravistas contra os trabalhadores, os pobres e os partidários de reformas<br />

progressistas. A UDN esteve por trás de todos os golpes de Estado tentados no Brasil,<br />

desde a segunda guerra mundial. Queda de Vargas (1945), tentativa de impedir a posse<br />

de Vargas (1950), República do Galeão (1954), <strong>que</strong>da de Vargas (1954), golpe do<br />

Jacareacanga (1957), golpe de Aragarças (1958), <strong>que</strong>da de Jânio (1961), tentativa de<br />

impedir a posse de Jango (1961), golpe do parlamentarismo (1961), atentados da Feira de<br />

São Cristóvão (1962), golpe de 1º de abril de 1964.<br />

<strong>68</strong> a geraçao <strong>que</strong> <strong>que</strong>ria mudar o mundo: <strong>relatos</strong> ePÍloGo 665

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