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68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

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Em Ottawa, tive mais dois filhos <strong>que</strong>ridos: Joana (nome em homenagem a minha mãe) e<br />

Bergson (nome em homenagem ao companheiro Bergson Gurjão, do PC do B, com <strong>que</strong>m<br />

tivemos a oportunidade de conviver na preparação da Guerrilha do Araguaia, nos idos de<br />

1971, de onde tivemos <strong>que</strong> sair, por conta da minha gravidez).<br />

Hoje, passados tantos anos, ainda sinto imensa emoção ao relembrar esses momentos das<br />

nossas vidas. Tenho a certeza de <strong>que</strong> tudo <strong>que</strong> sou agora, mãe, profissional, pessoa, foi<br />

fortalecido por essa vivência, <strong>que</strong> nos tornou mais humanos e, como mulher, de ter a<br />

consciência do nosso papel na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.<br />

Sou consciente do papel <strong>que</strong> nossa geração representou para o mundo nos seu mais<br />

profundo sentido de solidariedade humana.<br />

Atualmente, vivo em Ottawa, cidade <strong>que</strong> nos acolheu tão bem e continua acolhendo.<br />

Continuo meu processo de aprendizagem e trabalho como intérprete cultural.<br />

Agora, meus filhos estão crescidos e construindo suas vidas. Izabela, com 35 anos, médica,<br />

casada com Aurillo Rocha, também médico-oncologista, com dois filhos lindos, meus<br />

netinhos Lucas, 10 anos e Leonardo, 5 anos, <strong>que</strong> mais tarde conhecerão melhor as lutas<br />

dos seus avós e da sua mãe haverão de sentir orgulho. Joana, administradora, recémcasada<br />

com Marcelo Guimarães, engenheiro, vivem agora em Salvador, Bahia. Bergson,<br />

terminando seu curso universitário e construindo sua vida profissional.<br />

Hoje, com 61 anos completos, muito bem vividos, tenho a sensação do dever cumprido.<br />

Profissionalmente, tenho formação em Sociologia e especialização em Relações Humanas,<br />

com atuação pautada na certeza de <strong>que</strong> é possível mudar o mundo.<br />

23.7 terreMoto ou boMbardeio<br />

590<br />

Eliete Ferrer<br />

Preciso explicar primeiro <strong>que</strong>, assim <strong>que</strong> cheguei no Chile, aprendi <strong>que</strong> os terremotos<br />

podem ser mais ou menos fre<strong>que</strong>ntes e <strong>que</strong> o povo tem verdadeiro pavor desses abalos,<br />

justamente por<strong>que</strong> já sofreu grandes tragédias. Contaram-me <strong>que</strong> os chilenos, quando<br />

acontece um temblor, correm apavorados, gritando, para a rua. Disseram-me para

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