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68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

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como Par<strong>que</strong> Cousiño. Aos poucos, íamos abandonando o refúgio. Muitos já tinham onde<br />

morar em Santiago e alguns foram para a Europa.<br />

Com o decorrer do tempo, a reação chilena ia aumentando suas provocações contra o<br />

governo. Sabotagens, atentados, inclusive com assassinatos, como o do companheiro<br />

Nilton Rosa da Silva, morto em pleno centro de Santiago pelo grupo fascista Patria y<br />

Libertad. Ele era gaúcho e militava no MIR. Nós, paulatinamente, começamos a<br />

estabelecer contatos com grupos chilenos <strong>que</strong> tinham intenção de defender o governo<br />

popular. O grupo mais importante <strong>que</strong> contatamos foi o grupo do companheiro Jorge<br />

Arturo Grez mais conhecido como El Conejo. Posteriormente, ele foi assassinado na<br />

prisão, em 1974, em Santiago. Tínhamos um bom intercâmbio com a<strong>que</strong>le grupo.<br />

Trocávamos experiências e nos ajudávamos mutuamente.<br />

dias do GolPe<br />

Mais ou menos às 7 horas da manhã do dia 11 de setembro de 1973, minha esposa e<br />

companheira Maria me acordou e disse:<br />

- Que estranho, todas as rádios estão tocando marchas militares.<br />

Levantei-me imediatamente e disse:<br />

- É o golpe militar.<br />

Rapidamente peguei meu carro e saí em direção a Recoleta, onde havíamos, já de<br />

antemão, marcado um ponto para nos reunir em caso de uma tentativa de golpe. A nossa<br />

intenção era resistir. Nas proximidades da casa onde morava o nosso contato <strong>que</strong> era<br />

oficial de carabineiros, já havia muitos militares e isso tornava impossível chegar ao local<br />

de encontro. Dei a volta e me dirigi para o centro pela Avenida Independência. Em um<br />

cruzamento na Praça Chacabuco, fui parado por uma batida policial. Os policiais militares<br />

paravam e revistavam todas as viaturas. Examinaram todo o carro e a mim e me liberaram,<br />

pois, segundo eles, eu não tinha nada comprometedor. Mais tarde, soube <strong>que</strong> o<br />

companheiro <strong>que</strong> era nosso contato havia sido morto por haver resistido aos militares.<br />

No tancazo, isto é, na primeira tentativa de golpe contra Allende planejada pelo general<br />

Vioux, o companheiro já havia resistido e, portanto, os golpistas sabiam <strong>que</strong> ele era<br />

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