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68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

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organizações revolucionárias deveria ser levado à impotência. Tal impotência geraria o<br />

desespero. O desespero levaria à derrota popular. A derrota do movimento popular<br />

enraizaria a desesperança, o cinismo, ou seja, toda a imundície <strong>que</strong> o capitalismo necessita<br />

para florescer.<br />

Os estrategistas do Pentágono sabiam muito bem aonde se dirigir para comprar os<br />

insumos necessários ao braço (a) de sua estratégia. No entanto, embora isso haja sido<br />

explicado à saciedade para os então dirigentes de tais organizações revolucionárias, eles<br />

– por ambição e precipitação – se recusavam a fechar as duas “amplas portas”, <strong>que</strong><br />

deveria levá-los todos à ruína. Estas “portas” eram: (1) relações em excesso com membros<br />

e dirigentes de países socialistas; (2) relações em excesso com membros e dirigentes de<br />

organizações tradicionais locais, de corte pseudo-revolucionário. Os dirigentes <strong>que</strong> assim<br />

agiam, cavavam sua própria sepultura. Era evidente <strong>que</strong> eles seriam “vendidos” por (1) ou<br />

por (2), e às vezes até por (1) e (2) ao mesmo tempo, como no caso do Brasil.<br />

Desse modo, por uma ação indireta barata e de grande envergadura, o Pentágono ia<br />

“enxotando” os revolucionários latino-americanos para o Chile de Allende, com vistas a<br />

preparar ali o grande caldeirão, onde cozinharia e serviria a sua paella contrarevolucionária.<br />

O desfecho era óbvio e esperado pelas cabeças mais lúcidas. Os<br />

oportunistas de direita, como sempre, enxergavam apenas seus próprios interesses, seus<br />

“carguinhos”, seus empregos, com a “vitória” da causa popular. Este era deputado, a<strong>que</strong>le<br />

era diretor, a<strong>que</strong>le outro estúpido era delegado sindical ao encontro das ovelhas reunidas...<br />

Nesse ambiente de decadência se preparava o pior e o povo era enganado quotidianamente<br />

com a promessa de reformas <strong>que</strong> nunca seriam feitas. Isso para não falar no massacre<br />

<strong>que</strong> a oligarquia preparava junto com as famosas “forças externas”, para degolar a<br />

população com consciência revolucionária.<br />

Era nesse ambiente <strong>que</strong> alguns dirigentes das incipientes organizações revolucionárias<br />

planejaram e realizaram o tal curso de teoria guerrilheira. Certamente, ele não terá sido<br />

o único no Chile da<strong>que</strong>la época. Mais tarde, os oportunistas inventariam a anedota,<br />

capaz de explorar o nacionalismo dos chilenos, segundo a qual foram os exilados<br />

estrangeiros <strong>que</strong> criaram as condições para o golpe da direita no Chile. Na verdade, a<br />

causa do golpe era a inconsequência dos reformistas, <strong>que</strong> <strong>que</strong>riam combinar o impossível,<br />

ou seja, (a) introduzir reformas a favor da população; e (b) governar parlamentarmente<br />

junto com a oligarquia. Ao preservar a velha ordem, os reformistas contribuíram para o<br />

massacre popular, <strong>que</strong> se avizinhava.<br />

<strong>68</strong> a geraçao <strong>que</strong> <strong>que</strong>ria mudar o mundo: <strong>relatos</strong> relaToS - CHile 545

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