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68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

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três aviões da aeronáutica e tomaram à força um avião da Panair, <strong>que</strong> se constituiu no<br />

primeiro se<strong>que</strong>stro de avião ocorrido no Brasil. Depois ocuparam a localidade de<br />

Aragarças, em Goiás. A revolta durou 36 horas. Seus líderes fugiram nos aviões para o<br />

Paraguai, Bolívia e Argentina. Posteriormente, foram todos anistiados e reintegrados a<br />

suas carreiras.<br />

Findo o Governo de Juscelino, as forças populares e nacionalistas, juntamente com<br />

socialistas e comunistas, apresentaram as candidaturas de Lott, para presidência, e de<br />

João Goulart – o Jango –, para a vice-presidência. Lott, general legalista, cumpridor dos<br />

regulamentos, introdutor no Exército da promoção exclusivamente por mérito segundo<br />

a folha de serviço, católico praticante e nacionalista, era um homem honrado. Era incapaz<br />

de perseguir qual<strong>que</strong>r de seus inimigos, de direita ou de es<strong>que</strong>rda. Durante todo o tempo<br />

em <strong>que</strong> foi Ministro da Guerra, nunca promoveu nenhum de seus filhos ou genros <strong>que</strong><br />

seguiam a carreira militar, mesmo <strong>que</strong> estes estivessem na vez. Como não fazia promessas,<br />

nem se comprometia a distribuir nem cargos nem verbas em troca de apoio, foi aos<br />

poucos sendo abandonado por a<strong>que</strong>les políticos clientelistas <strong>que</strong> povoam os partidos<br />

brasileiros e controlam os currais eleitorais. Adstrito apenas ao eleitorado consciente,<br />

Lott foi derrotado pelo candidato da UDN, Jânio Quadros. Este era um político demagogo<br />

e histriônico <strong>que</strong> ganhou fama de varredor do serviço público. Pode-se traçar um paralelo<br />

entre ele e o Collor, muitos anos mais tarde – o Caçador de Marajás. É incrível como a<br />

História se repete. A direita, na impossibilidade de usar a submissão aos interesses do<br />

capitalismo e do imperialismo como argumento, levanta sempre o fantasma da corrupção,<br />

<strong>que</strong> tenta imputar aos governos <strong>que</strong> lhe caem em desgraça.<br />

Já <strong>que</strong>, na<strong>que</strong>le tempo, as eleições para presidente e para vice-presidente eram<br />

desvinculadas, Jango, <strong>que</strong> tinha sido Ministro do Trabalho de Getúlio e possuía forte<br />

apoio no movimento sindical, foi eleito para vice.<br />

Da mesma forma <strong>que</strong> Collor, Jânio não conseguiu terminar o mandato. Logo no primeiro<br />

ano, tentou dar um golpe <strong>que</strong> lhe saiu pela culatra. Renunciou para tentar voltar mais<br />

forte, mas seu ato foi aceito sem maiores problemas. Ou com apenas um problema. O<br />

vice era o Jango, inaceitável para a direita reacionária. Tentaram impedir a sua posse,<br />

aproveitaram-se de <strong>que</strong> ele estava em viagem pelo mundo e se encontrava na China<br />

quando se deu a renúncia. Nesse momento, entrou em ação Leonel Brizola, governador<br />

do Rio Grande do Sul. Brizola era o homem <strong>que</strong> havia tido a coragem de encampar a<br />

empresa de força e luz de Porto Alegre, subsidiária da Bond & Share, dos Estados Unidos,<br />

pagando segundo seu valor histórico, como mais tarde fez com subsidiária da ITT <strong>que</strong><br />

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