06.05.2013 Views

68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

- Quanto tempo vai ficar aqui? O <strong>que</strong> veio fazer?<br />

Respondi como eles <strong>que</strong>riam. Era turista. Não planejava ficar na Suécia. Apenas, vinha<br />

visitar amigos. Não se convenceram. A mulher estirou a mão, tinha duas folhas de papel,<br />

com texto em espanhol, inglês, e sueco. Dizia o texto: 1. Não poderia permanecer na<br />

Suécia sem permissão de trabalho. Deveria ter um contrato com alguma firma ou<br />

empresa sueca e deveria ser registrado no país de origem, antes de embarcar para o país<br />

escandinavo. Guardei o papel no bolso do casaco. Antes, fingi lê-lo com atenção.<br />

Perguntei à mulher se havia alguma parada de ônibus ali, próximo ao aeroporto.<br />

- Tem ônibus para Lund? - perguntei.<br />

- Para Lund? Não sei. Seja bem vindo à Suécia! - repetiu.<br />

Já tinha ouvido a frase antes, dos guardas, quando me liberaram. Pensei em comprar a<br />

passagem de ônibus para Lund, mas não tive sorte. Se quisesse viajar a Lund, teria<br />

primeiro <strong>que</strong> ir de ônibus para o centro da cidade de Malmö e depois pegar trem ou<br />

ônibus. Deixei as bagagens, ou melhor, a valise, no chão, pois tive <strong>que</strong> voltar à polícia e<br />

receber o passaporte de volta. Apareceu na entrada do saguão do aeroporto um ônibus<br />

<strong>que</strong> se encheu de passageiros. As pessoas viajavam confortáveis. Nada de veículos<br />

superlotados. Havia certa tranquilidade nos semblantes das pessoas. Mesmo assim,<br />

decidi-me por um táxi.<br />

Acomodei-me no banco de trás, do lado oposto ao do motorista. Os automóveis <strong>que</strong><br />

faziam o serviço de táxi exibiam, em cima do teto, duas bandeiras, <strong>que</strong> em uma observação<br />

mais detalhada percebia-se tratar-se, não de bandeirolas, mas de duas folhas de flandres<br />

<strong>que</strong> imitavam bandeiras. Nas “bandeiras” podia-se ver propaganda comercial. O condutor<br />

do táxi saiu, deu a volta por trás do veículo, pegou minha valise e colocou no portamalas.<br />

Em seguida, abriu a porta de trás, aguardou <strong>que</strong> eu entrasse e, logo, sentou-se na<br />

frente e fechou a porta. Perguntou para onde ia. Quando disse: “Lund”, olhou-me um<br />

pouco surpreso, <strong>que</strong>ria o endereço. Exibi o papel com o endereço em Lund.<br />

Eram entre quatro e cinco horas da tarde. Caía uma neblina <strong>que</strong> mais parecia uma névoa<br />

seca. Mas era úmida e, se alguém permanecesse muito tempo desabrigado, ficava todo<br />

molhado. No entanto, não era chuva. A estrada de vinte e cinco quilômetros até Lund era<br />

<strong>68</strong> a geraçao <strong>que</strong> <strong>que</strong>ria mudar o mundo: <strong>relatos</strong> relaToS - reTiraDaS 499

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!