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68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

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Em Copenhague, no aeroporto, os passageiros com destino à Suécia foram encaminhados<br />

a uma pe<strong>que</strong>na sala de espera, onde embarcariam às 14 horas, em avião com destino a<br />

Malmö. Segui a corrente. A viagem durou apenas 20 minutos! O pe<strong>que</strong>no avião rolou na<br />

pista de um pe<strong>que</strong>no aeroporto, chamado Butolfta, (esse campo, hoje cedeu lugar a<br />

bangalôs para grã-finos).<br />

Não deu outra! Por pouco, não passei do controle de passaportes. Fui levado pelos<br />

guardas da alfândega para uma sala. Mandaram <strong>que</strong> aguardasse. O policial à minha<br />

frente olhava para o mapa mundi, uma mirada no passaporte e outra para mim. Eram<br />

dois. Um latagão jovem estava em pé e dava voltas de um lado para outro da mesinha.<br />

Voltavam a olhar para o mapa da América Central, à procura do país onde estava<br />

registrado meu passaporte.<br />

- Expli<strong>que</strong>-se, expli<strong>que</strong>-se! - parecia dizer o policial sentado.<br />

- De onde você vem?<br />

Claro <strong>que</strong> não poderia dizer a verdade. Olhavam para a fotografia do passaporte,<br />

novamente me examinavam de perto. O policial de pé, chegava tão perto <strong>que</strong> podia<br />

sentir a respiração dele. Pareciam calmos. Expressão de alguém <strong>que</strong> examinava algo<br />

inusitado, desconhecido ou <strong>que</strong> tinham visto pela primeira vez.<br />

Mantive a calma. Não havia por <strong>que</strong> tentar explicar o inusitado. Empenharam-se em<br />

diversas tentativas de comunicação, primeiro em inglês, depois em espanhol, <strong>que</strong> eles<br />

não dominavam bem. A<strong>que</strong>le <strong>que</strong> estava sentado tentou, de fato, falar comigo, pois<br />

parecia conhecer algumas palavras do idioma de Cervantes. Desistiram. Mandaram <strong>que</strong><br />

eu aguardasse. Nesse momento já tinham escarafunchado minha bagagem, virando a<br />

pe<strong>que</strong>na valise pelo avesso. Passei três horas sentado em uma cadeira. Olhava o teto e<br />

disfarçava minha impaciência.<br />

Passadas as horas, apareceu uma mulher <strong>que</strong>, depois eu soube, trabalhava na banca de<br />

jornais do pe<strong>que</strong>no aeroporto. Sabia espanhol por<strong>que</strong> tinha morado uns tempos na<br />

Espanha. Costumava viajar todos os anos de férias. Expli<strong>que</strong>i <strong>que</strong> estava chegando à<br />

Suécia para visitar amigos <strong>que</strong> moravam em Lund, cidade vizinha a Malmö, situada a<br />

apenas 25 quilômetros. A mulher me fez algumas perguntas <strong>que</strong> os policiais ditavam<br />

para ela.<br />

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