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68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

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18.3 noMe na lista<br />

Faz 38 anos, hoje, em janeiro de 2009!<br />

472<br />

Adair Gonçalves Reis, o Sorriso do Calabouço<br />

O comandante da unidade de combate em <strong>que</strong> eu militava no Rio de Janeiro era o<br />

companheiro Gerson Teodoro de Oliveira, o Hans. Ele foi assassinado pela repressão<br />

juntamente com o Mauricio Guilherme da Silveira, o Honório, companheiro <strong>que</strong> eu<br />

recrutara do movimento estudantil para o PCBR e <strong>que</strong> me acompanhou na ida para a<br />

VPR. O Hans pediu um ponto (encontro) meu com o Elinor Brito. Portanto, era uma<br />

solicitação do companheiro de direção do PCBR responsável pelos contatos com a frente<br />

armada no teatro de operações revolucionárias no Estado do Rio de Janeiro.<br />

Passei a ele o local – uma praça em Belfort Roxo – e a hora. Che<strong>que</strong>i a região com<br />

antecedência. No dia marcado, eu já conhecia a praça muito bem, assim como a rotina<br />

de várias pessoas no entorno dela. Esperei o Brito entrar no ponto e sentar em um banco.<br />

Se não me engano ele <strong>que</strong>ria não só se despedir, mas também trocar ideias sobre a luta<br />

<strong>que</strong> travávamos contra a ditadura. Eu já estava na VPR e ele continuava no PCBR. Logo,<br />

ele iria para uma área de campo no sul do país, transferido pela direção do PCBR e me<br />

pareceu <strong>que</strong> <strong>que</strong>ria ouvir minha opinião sobre os novos passos <strong>que</strong> estava tomando em<br />

direção a um aprofundamento de sua clandestinidade.<br />

Ele era, na época, um líder de massas do movimento estudantil junto aos comensais do<br />

restaurante do Calabouço e da nossa base da Corrente Revolucionária. Eu, como secretário<br />

de organização da base, funcionava também como uma espécie de conselheiro de<br />

segurança e organização dos nossos atos de protesto contra o fechamento do Calabouço<br />

pela ditadura.<br />

Ele estava saindo do isolamento dos aparelhos urbanos clandestinos para a liberdade de<br />

um movimento de massas armado no interior, dentro da visão da luta armada no campo<br />

onde as cidades seriam suporte desta frente maior e estratégica de luta.

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