06.05.2013 Views

68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Como não tínhamos noção de como começaram as <strong>que</strong>das do Churrasquinho e da<br />

companheira, cobrir os pontos de segurança envolvia um risco grande. Então, o Lana<br />

pediu <strong>que</strong> a Gastone descesse na Vila Mariana e nos encontraria duas horas depois, num<br />

ponto pré-determinado. Dei as chaves do quarto/cozinha para a Gastone, pois estava<br />

muito nervoso, como se fosse ocorrer alguma coisa e, se houvesse alguma coisa, deveria<br />

ser comigo, visto <strong>que</strong> ia tentar voltar a contatar pessoas <strong>que</strong> não tínhamos noção de<br />

como estavam. Ela, por outro lado, ia pegar um ônibus, passar o tempo e nos encontrar<br />

duas horas depois. Dei um beijo nela, ela desceu e foi andando... Acompanhei-a com os<br />

olhos enquanto pude... a impressão era de ter dado meu último beijo nela e de <strong>que</strong> a via<br />

pela última vez.<br />

Saímos dali e nos concentramos no <strong>que</strong> estávamos fazendo. Es<strong>que</strong>ci da angústia da<strong>que</strong>les<br />

momentos. Corremos todos os pontos de segurança e não encontramos ninguém.<br />

Voltamos e, uns quinze minutos antes do ponto com a Gastone, me voltou toda a<br />

angústia. Falei para o Lana:<br />

- Aconteceu alguma coisa com a companheira.<br />

- Que isso? Ainda não está na hora. Fica frio - o Lana disse.<br />

Mar<strong>que</strong>i um ponto para mais tarde com o Lana.<br />

Nossos pontos eram exatos. Marcávamos às 15h3min. Logo, 15h3min não eram 15h2min<br />

nem 15h4min. Nossos pontos aconteciam, em geral, com os companheiros andando e se<br />

encontrando na hora exata. Como quinze minutos antes eu falava <strong>que</strong> havia acontecido<br />

algo? A sensação era essa. Esperei, desesperadamente, <strong>que</strong> chegasse a hora. Ela não<br />

apareceu. Fi<strong>que</strong>i parado, contra todas as nossas normas de segurança. Quando faltava<br />

pouco para nossos pontos de segurança, <strong>que</strong> eram em determinado local, a cada meia<br />

hora e hora exata, fi<strong>que</strong>i plantado nesse lugar até se aproximar a hora do ponto com o<br />

Lana. Imaginava mil coisas. Se tinha sido presa? Como poderia ter sido? Como deveria<br />

estar na<strong>que</strong>le momento? Onde? Total angústia.<br />

No ponto com o Lana, ele trazia uma companheira no carro, <strong>que</strong> depois vim saber ser a<br />

Beth. Pedi para retornarmos onde ele a havia deixado e ele me disse <strong>que</strong> o lugar estava<br />

ou era muito policiado. Não entendi e depois falei sobre isso com o Aimberê, <strong>que</strong> me<br />

garantiu a integridade do companheiro e depois o tempo mostrou <strong>que</strong> ele era muito<br />

valoroso.<br />

424

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!