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68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

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15.10 treinaMento eM Cuba<br />

José Pereira da Silva<br />

Muitos tiveram o prazer de conhecer nosso companheiro Antonio Benetazzo e outros<br />

não tiveram tanta sorte.<br />

Voltando no tempo, cheguei em Roma com a Gastone e lá encontramos o “Manoel” e a<br />

“Tânia”. Papelada arrumada, fomos para Praga e, de lá, para Cuba. No avião, encontramos<br />

outros dois companheiros <strong>que</strong> eu não conhecia. Viemos a saber, depois, <strong>que</strong> eram o “Luiz”<br />

(José Arantes), e o “Alfredo”. Fomos entrevistados pelos cubanos e eu virei “Antonio” e a<br />

Gastone virou “Aurora”. Fomos levados para uma casa enorme onde já nos aguardava um<br />

outro brasileiro, o companheiro “Joel” (Benetazzo).<br />

O “Joel” nos recebeu de forma muito simpática e não demonstrou conhecer nenhum de<br />

nós. A ALN sempre foi muito rigorosa com a <strong>que</strong>stão de segurança e procurávamos não<br />

passar nenhuma informação para os companheiros <strong>que</strong> não conhecíamos anteriormente.<br />

Claro está <strong>que</strong> os sota<strong>que</strong>s iam denunciando <strong>que</strong>m era de <strong>que</strong> estado ou região. Mas,<br />

com certeza, o “Joel” conhecia o “Manoel” e o “Luiz”, <strong>que</strong> eram do Movimento Estudantil<br />

paulista. Parecia ser mais velho <strong>que</strong> a maior parte de nós, <strong>que</strong> beirávamos os vinte anos.<br />

Sempre lendo, conversando e ouvindo pacientemente o <strong>que</strong> cada um tinha a dizer, sem<br />

ser de grandes euforias, era simpático e acolhedor.<br />

A casa recebeu outros companheiros <strong>que</strong> iam chegando isoladamente ou em pe<strong>que</strong>nos<br />

grupos, como no caso da chegada dos 15 do se<strong>que</strong>stro do americano. Os <strong>que</strong> eram da<br />

ALN foram para nossa casa. Outro grupo <strong>que</strong> chegou foi o do se<strong>que</strong>stro de um avião.<br />

Embarcaram na Argentina. Desse pessoal fazia parte o “Armando” Flávio Molina e o<br />

“Gaspar” Frederico Eduardo Mayr, ambos do Rio, do grupo do “Clóvis”, companheiros <strong>que</strong><br />

já conhecia da atuação na ALN do Rio. Este conjunto ficou conhecido como “Grupo dos<br />

28” ou 3º Exército da ALN, já <strong>que</strong> tínhamos tido dois grupos anteriores, <strong>que</strong> chamávamos<br />

de 1º e 2º Exércitos.<br />

O “Joel”, desde o primeiro momento, destacou-se pela sua liderança natural, sua<br />

inteligência e cultura <strong>que</strong> sobressaíam, mesmo em um grupo de muito bom nível. Fizemos<br />

vários grupos de estudo e ele sempre era um dos coordenadores.<br />

<strong>68</strong> a geraçao <strong>que</strong> <strong>que</strong>ria mudar o mundo: <strong>relatos</strong> relaToS - lUTa arMaDa 337

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