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68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

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330<br />

Zenaide Machado de Oliveira<br />

Parte do dinheiro foi apreendida pela repressão. Há <strong>relatos</strong> de combatentes vivos a esse<br />

respeito.<br />

Temos <strong>que</strong> ser firmes e claros: os <strong>que</strong> participaram de ações armadas não podem ser<br />

suspeitos de ilícitos, delitos, práticas abomináveis. As expropriações eram atos<br />

revolucionários, estavam dentro das ações programáticas da es<strong>que</strong>rda armada.<br />

15.7 Finanças do M.a.r.<br />

Júlio César Senra Barros<br />

No ano de 1969, começaram as ações de expropriação bancária de nossa organização<br />

revolucionária, o Movimento de Ação Revolucionária – MAR. Nossa necessidade de<br />

expropriar era muito maior do <strong>que</strong> nossa capacidade de centralizar, administrar e<br />

distribuir segundo as grandes carências de cada companheiro. Custava muito caro<br />

manter nossa estrutura revolucionária.<br />

Da mesma maneira <strong>que</strong> tínhamos companheiros <strong>que</strong> trabalhavam, como era o meu caso,<br />

havia os quadros já clandestinos <strong>que</strong> precisavam de dinheiro para movimentar-se,<br />

alimentar-se, enfim, prover-se e pagar o aluguel dos aparelhos. Menciono, ademais, a<br />

infra-estrutura para o plano de fuga e resgate dos presos da Lemos de Brito, além da<br />

manutenção desses companheiros no local para onde seriam levados e escondidos.<br />

Então, os quadros com vida legal ficavam com o dinheiro das expropriações, de modo a<br />

não despertar suspeitas. Depois da transformação do apartamento em <strong>que</strong> eu morava, na<br />

Ilha do Governador, em um verdadeiro “aparelho” com a chegada do Duarte e outros <strong>que</strong><br />

por lá passaram, fi<strong>que</strong>i encarregado de administrar a maior parte desse capital. Eu<br />

depositava o dinheiro na conta <strong>que</strong> tinha no antigo Banco Predial na Penha e, de lá,<br />

retirava, aos poucos, para o pagamento de despesas “normais” – sustento e movimentação<br />

de companheiros militantes clandestinos – e de outras, como compra de armas e gastos

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