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68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

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esfomeado no Rio de Janeiro. Bernardo era da AP e transitava para o PC do B e, portanto,<br />

não podia me ajudar dentro do seu es<strong>que</strong>ma. Lembrou-se de um ex-colega do Colégio<br />

Aplicação do Rio, <strong>que</strong> talvez pudesse me ajudar e falou <strong>que</strong> ia facilitar um contato com<br />

urgência, logo à noitinha. Deu-me uma grana para comer.<br />

Na hora e lugar marcado, apareceu o Bernardo com um jovem magro de óculos de fundo<br />

de garrafa <strong>que</strong> me foi apresentado. Depois das apresentações, o Bernardo exclamou:<br />

“está entregue” e se foi. Tentei esclarecer ao rapaz o meu problema. Ele me afirmou, de<br />

cara, <strong>que</strong> achava minhas histórias muito confusas, estranhas. Entretanto, como era o<br />

Jofilly <strong>que</strong> estava me avalizando, tudo bem. Ele me disse, “vou te dar uma grana”.<br />

Perguntei se ele podia abreviar o meu ponto, ele me respondeu <strong>que</strong> não. “Você tem de<br />

cumprir com o roteiro combinado”. Ele estava apenas seguindo instruções, alegou.<br />

Em seguida, completou “agora vamos para um local perto daqui” e me levou para um<br />

cortiço perto do Palácio do Catete. Lá morava um mundão de gente, de todos os tipos. O<br />

cara a <strong>que</strong>m fui apresentado no cortiço me mostrou o meu canto. Fui à Rodoviária,<br />

bus<strong>que</strong>i a mala, voltei para o cortiço lá pelas tantas da noite e tomei o melhor banho da<br />

minha vida, apesar do banheiro <strong>que</strong> fedia a cocô. Dormi num colchão no canto da sala<br />

da espelunca, mas para mim era com estar no Copacabana Palace.<br />

No outro dia já cheirando a novo e de roupa trocada, voltei a Copacabana, comprei um<br />

buquê de rosas vermelhas e fui à casa da dona Ângela. Cheguei e to<strong>que</strong>i a companhia. A<br />

mãe dela abriu a porta e me identifi<strong>que</strong>i: “sou o Roberto”. Em seguida, dona Ângela veio<br />

falar comigo vestida de robe branco e cabelos com bobes. Entreguei as rosas, agradeci e<br />

disse <strong>que</strong> meu pai tinha regularizado a remessa da mesada. Ela me abraçou, chorou, me<br />

contou a sua difícil vida de separada. Outro dia passei e presenteei-a com um par de<br />

sandálias. Dona Ângela riu muito.<br />

Enfim, no dia D (onze dias depois) de banho tomado e roupa trocada, lá vou eu para o<br />

ponto alternativo, no mesmo lugar: o restaurante Spaghettilândia. Cheguei as 13h05min<br />

e sentei. Fiz os procedimentos para a senha e logo em seguida apareceu uma jovem,<br />

simpática, falou a senha, respondi e ela rapidamente foi logo me dando uma tremenda<br />

bronca: “o companheiro chegou cinco minutos atrasados”. Eu respondi, “pior foi você <strong>que</strong><br />

<strong>68</strong> a geraçao <strong>que</strong> <strong>que</strong>ria mudar o mundo: <strong>relatos</strong> relaToS - ClaNDeSTiNiDaDe e SoliDarieDaDe 311

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