06.05.2013 Views

68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Estávamos chegando à liberdade, ao progresso, à luta por justiça social. Em plena luta de<br />

classes e com a classe operária vencendo e o imperialismo, enfim, perdendo. Igual ao<br />

Vietnã. A consigna de Che Guevara da criação de um, dois, três, mil Vietnãs era uma<br />

realidade. Essa era a bandeira. Esta era a nossa luta. E ela estava ao nosso alcance.<br />

A chegada ao Chile se deu por obra do destino em 4 de dezembro. Somente um mês após<br />

a posse do Governo Socialista, Popular e Democrático de Salvador Allende - presidente e<br />

revolucionário íntegro, honesto e corajoso. Um comunista da velha “cepa” revolucionária<br />

dos anos 10, 30 e 60/70 <strong>que</strong> o mundo produziu.<br />

Em março de 1973, depois de conhecer o Chile, retomar os contatos, viver intensamente<br />

a<strong>que</strong>le momento na<strong>que</strong>le país maravilhoso <strong>que</strong> é o Chile e de me apaixonar... Lá deixei<br />

uma parte da minha juventude e uma parte da minha ingenuidade. Lá acrescentei fé<br />

revolucionária e a visão e crença em um mundo melhor. Lá vibrei muito, chorei um pouco<br />

e treinei menos ainda a arte da luta armada.<br />

Deixei Santiago em certa manhã/madrugada de final de verão. No mesmo ponto de<br />

ônibus <strong>que</strong> havia chegado há dois anos e três meses.<br />

Voltei, pelo mesmo caminho, ao Brasil. Pela Argentina – por Mendonza e Córdoba –, pelo<br />

Paraguai – por Assunção e Pedro Juan –, pelo Brasil – por Ponta Porã e por Campo<br />

Grande. Ali soube da morte do meu xará Arnaldo (o Jibóia) <strong>que</strong> havia conhecido no Chile.<br />

Este fato <strong>que</strong> poderia ser um presságio, para mim era mais um motivo de retornar à luta.<br />

Tanto na saída como na chegada, os prenúncios não foram otimistas. Mas isso não tinha<br />

a menor importância. A luta era para ser feita.<br />

De Campo Grande para o Rio de Janeiro. O contato cheio de códigos e pontos, revistas e<br />

senhas, horários e trajetos, acabou sendo com um velho conhecido do Chile. O amigo e<br />

companheiro Moacir. Em plena Barata Ribeiro, em Copacabana. Aí já estava eu de novo<br />

na luta. E conheci muitas companheiras e companheiros valorosos, corajosos e de bem.<br />

Entre elas a revolucionária, amiga, íntegra, honesta e corajosa Tatiana. Pena <strong>que</strong> não<br />

virou presidente.<br />

Nota da Organizadora: O companheiro Arnaldo Bertone fez a grande viagem no dia 3 de novembro<br />

de 2008.<br />

278

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!