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68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

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plantada pelos órgãos da repressão e sua “delação” <strong>que</strong> ele teria feito, dentre outros, do<br />

Toledo – Joaquim Câmara Ferreira. Isso após ter ficado escondido por duas semanas em<br />

Aquidauana, com o Mauricio, na casa de um primo dele. De lá, sozinho, parti para São<br />

Paulo, na tentativa de contatar a nossa organização, a ALN. Tentativa bem sucedida,<br />

porém frustrada para algo mais positivo, pois a organização estava muito debilitada<br />

pelas <strong>que</strong>das ocorridas.<br />

Viajei para o Rio de Janeiro a fim encontrar o Maurício, o Beluce (os dois de Londrina) e<br />

a Lúcia, namorada do Maurício <strong>que</strong> era do Rio mesmo. No Rio, uns vinte dias – com a<br />

história mais imbecil <strong>que</strong> já vi – em Muriqui, Estado do Rio de Janeiro, praia, com o “casal<br />

em lua de mel”. O Beluce e a Lúcia tinham alugado uma casa na praia, deserta na<strong>que</strong>le<br />

outubro, novembro de 1970. Entretanto, como ela continuava trabalhando no Rio<br />

durante a semana, ficávamos Maurício, Beluce e eu na casa. No final de semana, chegava<br />

a “noiva” e ficava namorando pela cidade, com o Maurício.<br />

Do Rio, estivemos em contato com a ALN e, por duas vezes, sugeriram <strong>que</strong> fôssemos para<br />

o Chile. Na<strong>que</strong>le momento, com a Organização minada pelas várias <strong>que</strong>das <strong>que</strong> ocorreram,<br />

era a melhor decisão.<br />

Voltamos para o Mato Grosso, Campo Grande, daí para a cidade de Corumbá, terra do<br />

Maurício, onde fomos até noticiados na coluna social de um jornal local como “visitantes<br />

ilustres” em passagem pela cidade.<br />

Na tentativa de sair pela Bolívia, aconteceu, já de cara, a 1ª confusão com o espanhol.<br />

Lemos na estação ferroviária de Corumbá: Santa Cruz Martes, Santa Cruz Miércoles,<br />

Santa Cruz Jueves. Nós, porém, só <strong>que</strong>ríamos seguir para Santa Cruz de la Sierra. No<br />

nosso quase nenhum conhecimento do castelhano, pensamos <strong>que</strong> eram várias diferentes<br />

cidades.<br />

Não deu certo, mas não foi por este fato. Segundo um antigo tratado entre Argentina,<br />

Chile, Paraguai, Uruguai e o Brasil, os habitantes desses países tinham direito de transitar,<br />

entre eles, sem passaporte, somente com a identidade. Carteira de identidade nós<br />

tínhamos. Passaporte, não. A Bolívia não fazia parte deste tratado. Até hoje, não sei <strong>que</strong><br />

acordo era esse nem, muito menos, por <strong>que</strong> a Bolívia não o tinha assinado.<br />

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