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68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

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- Os Amigos de <strong>68</strong> deveriam ter um sítio. É claro, não mais para encontros clandestinos,<br />

como antes em Igarassu, por exemplo, de uma louca e extraordinária viúva.<br />

Ao <strong>que</strong> me responderam:<br />

- Mas <strong>que</strong> história é essa de “como antes em Igarassu” (terra natal de minha falecida<br />

mãe), “encontros clandestinos de uma louca e extraordinária viúva”?<br />

Então, eu voltei:<br />

- A viúva, mulher extraordinária, não me recordo do nome dela agora. Mas o fato é <strong>que</strong><br />

na granja de .... Sara (?) fizemos reuniões clandestinas de AP. Ou, mais precisamente, onde<br />

estive presente, da UBES, com Mirtes – liderança valorosa (<strong>que</strong> despertou muitas paixões,<br />

nem todas revolucionárias) no comando.<br />

E recebi de volta:<br />

- Qual<strong>que</strong>r paixão é revolucionária, ao menos para <strong>que</strong>m está apaixonado. A viúva tem<br />

alguma coisa a ver com o Eremias?<br />

O meu correspondente se referia a Eremias Delizoicov, um bravo, assassinado aos dezoito<br />

anos em 1969. E por isso respondi:<br />

- Na mosca, no <strong>que</strong> se refere à paixão amorosa, <strong>que</strong> é subversiva e desestabiliza. Mas a<br />

viúva nada tinha a ver com Eremias.<br />

A reunião da UBES aconteceu em 1970 ou 1971. Ela era amiga de um amigo meu, Tonhão,<br />

grande violonista, magro, altíssimo e anarquista, <strong>que</strong> nos apresentou a ela, e daí... Tonhão<br />

possuía uma paixão nada platônica por ela, <strong>que</strong> disso sabia e dava-se ares de rogada.<br />

(Parece <strong>que</strong> esse ar de rogada foi tudo o <strong>que</strong> nosso Tonhão conseguiu). Tonhão hoje,<br />

infelizmente, é falecido. Eu lhe fiz uma homenagem como um dos personagens do meu<br />

romance Os Corações Futuristas. A gente faz o <strong>que</strong> pode... Vida <strong>que</strong> segue.<br />

E aqui ficamos Ou ficaríamos. Mas a pessoa a <strong>que</strong>m eu chamava de Sara e <strong>que</strong>, na<br />

verdade, se chama Ra<strong>que</strong>l não merece a injustiça de ser mencionada de passagem, de<br />

não receber se<strong>que</strong>r um registro. Primeiro do <strong>que</strong> tudo, de Ra<strong>que</strong>l deve ser dito <strong>que</strong>, se<br />

não fosse ela a pessoa <strong>que</strong> respeitávamos, todos <strong>que</strong> fomos à sua casa poderíamos, hoje,<br />

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