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68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

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Ou de ação armada nos idos de 69. Ou da revista Pueblo y Poder <strong>que</strong> editamos, eu e<br />

Thiago de Melo, no Chile entre 1970 e 1972. Creio <strong>que</strong> foram quatro números <strong>que</strong> muito<br />

me orgulham, mas dos quais não guardo cópia. Ou do Curso de Inteligência <strong>que</strong> o Thiago<br />

nos ministrou, a mim e a uma companheira <strong>que</strong> até hoje guarda a característica de ser<br />

muito reservada e discreta o <strong>que</strong> me impede citar seu nome. O Thiago tinha feito essa<br />

formação em Cuba.<br />

Ou mencionar as tomadas de restaurantes universitários entre os anos de 65 e <strong>68</strong>, quando<br />

assumíamos o controle de alguns bandejões. Ou a descoberta da tática de caminhar<br />

contra a direção dos carros quando a repressão chegava nos movimentos de massa em<br />

quantidade <strong>que</strong> obrigava o recuo. Ou a vaia ao general Castelo Branco na aula inaugural<br />

da UFRJ no início de 1965, <strong>que</strong> o Comitê Universitário do PCB organizou e <strong>que</strong> funcionou<br />

parcialmente. O macaco vestido de militar infelizmente não chegou a tempo.<br />

Ou a primeira vitória de um dirigente estudantil progressista na Faculdade de Economia<br />

e a primeira depois da ditadura ainda no ano de 1964, em agosto, aproveitando, inclusive,<br />

a decisão dos militares de tornar o voto obrigatório, pois supunham <strong>que</strong> era uma minoria<br />

<strong>que</strong> controlava o movimento estudantil.<br />

Ou o documento de oito páginas <strong>que</strong> eu e o Jacó da Medicina fizemos em cerca de três<br />

horas sobre a conjuntura estudantil na época. A relevância disso está no fato de <strong>que</strong> a<br />

“clareza do nosso papel na<strong>que</strong>las circunstâncias” nos permitia escrever com densidade<br />

muito rapidamente.<br />

Ou o deplorável episódio da dissidência em <strong>que</strong> alguns companheiros, liderados pelo<br />

Jover Telles, organizaram para sair do PCBR, sem <strong>que</strong> soubéssemos, para fortalecer outra<br />

organização, o PC do B. Este fato permitiu ao Mário Alves escrever o antológico artigo<br />

Reencontro Histórico ou Simples Mistificação. Entretanto, como todos estávamos um<br />

pouco equivocados, conforme a história houve por bem demonstrar, é melhor não<br />

recordar este episódio.<br />

Ou o manifesto <strong>que</strong> redigi, e na época eu era dirigente do PCBR, para o Diretório<br />

Acadêmico da Faculdade de Economia, em 19<strong>68</strong>, <strong>que</strong> foi aceito e publicado, protestando<br />

contra a invasão da Tchecoslováquia pelas forças da União Soviética e recomendando a<br />

resistência armada ao povo da<strong>que</strong>le país. Mas, como tudo o <strong>que</strong> é sólido se desmancha<br />

no ar, hoje, não só acabou a União Soviética, como os tchecos e os eslovacos separaramse<br />

e formaram países diferentes: a República Tcheca e a Eslováquia.<br />

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