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68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

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13.5 luta sindiCal<br />

256<br />

Delson Plácido<br />

Foi um ano rico em experiências para mim na luta contra a ditadura militar <strong>que</strong> cada vez<br />

mais adotava medidas repressivas contra todos <strong>que</strong> eram contrários ao regime de terror,<br />

principalmente no então Estado da Guanabara, o estado mais politizado da Federação.<br />

19<strong>68</strong>.<br />

Em 19<strong>68</strong>, fui admitido na UNSP (União Nacional dos Servidores Públicos Civis do Brasil).<br />

Dificilmente conseguia emprego por causa da interferência do DOPS (Departamento de<br />

Ordem Pública e Social). Até quando trabalhava como vendedor da Bemoreira (empresa<br />

de eletrodomésticos em Niterói), fui demitido depois de algumas semanas em<br />

consequência de um telefonema do DOPS.<br />

Graças à minha admissão na UNSP, em 19<strong>68</strong>, tive a oportunidade de, ao mesmo tempo<br />

em <strong>que</strong> garantia a sobrevivência, participar ativamente na luta pelo restabelecimento<br />

das liberdades democráticas, uma vez <strong>que</strong> a entidade passara a ocupar a vanguarda do<br />

Movimento Sindical, depois de sofrer um grande revés por causa do golpe militar de<br />

1964.<br />

Após ganhar a confiança do Presidente da UNSP, Edmilson Jorge de Oliveira, passei de<br />

correspondente a assessor da diretoria, tornando-me, inclusive, responsável pelo jornal<br />

da entidade.<br />

A primeira manifestação de Primeiro de Maio (Dia do Trabalhador), em 19<strong>68</strong>, quatro anos<br />

depois do golpe militar, foi organizada pela UNSP, juntamente com a UNE, UME e outros<br />

diretórios acadêmicos das faculdades e universidades da cidade do Rio de Janeiro. O<br />

Vladimir Palmeira foi um dos oradores no comício realizado no Campo de São Cristóvão.<br />

Houve repressão, mas a resistência dos estudantes e trabalhadores era forte.<br />

Participaram do comício cerca de cinco mil pessoas. Naturalmente, muito mais gente<br />

<strong>que</strong>ria participar das comemorações do Dia do Trabalhador, mas logo após o início do Ato<br />

Público, as forças policiais do governo cercaram o Campo de São Cristóvão impedindo<br />

<strong>que</strong> muitos estudantes e trabalhadores se aproximassem do palan<strong>que</strong>. Além disso, a

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