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68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

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Essa posição, da LA, tinha forte influência do francês Règis Debray, o intelectual <strong>que</strong> viera<br />

para a América do Sul, a fim de estudar in loco as iniciativas armadas dos guerrilheiros,<br />

especialmente de El Che. O tempo foi-lhe curto. El Che logo foi assassinado. No ano de<br />

19<strong>68</strong>, Debray tinha lançado A Revolução Dentro da Revolução. Nesta obra, teorizou<br />

sobre a experiência cubana, onde ocorrera uma revolução fora das previsões dos grandes<br />

teóricos socialistas. Então, surgiu a teoria do foco guerrilheiro.<br />

Um grupo reduzido se instala no campo. Ataca os destacamentos oficiais. Evolui para<br />

uma formação militar maior, até se tornar um exército, com força para enfrentar o<br />

exército oficial, não só pela emboscada, a surpresa, mas também em batalhas tradicionais,<br />

como exército regular.<br />

Brotar vários Vietnãs, como apregoava El Che e a OLAS, Organização Latino Americana<br />

de Solidariedade, incentivada por Fidel Castro... essa era a estratégia.<br />

O pessoal da luta de massas defendia a necessidade de fazer com <strong>que</strong> as massas se<br />

erguessem e partissem para o confronto, inclusive armado. As greves insurrecionais de<br />

Osasco, São Paulo, com José Ibrahim e de Contagem, Minas Gerais, com João Paulo,<br />

estavam a indicar o caminho. Os operários de uma fábrica ou duas sublevavam os<br />

companheiros da empresa, saíam às ruas, rebelavam os operários de outras fábricas.<br />

Antes <strong>que</strong> a repressão pudesse sufocar totalmente o movimento, já teriam sacudido a<br />

cidade, o estado, o país. Osasco e Contagem eram dois ensaios bem sucedidos para<br />

mostrar <strong>que</strong> a estratégia poderia dar certo.<br />

Mas, os afobados - a favor da imediata deflagração da luta armada, não pela classe<br />

trabalhadora e sim por pe<strong>que</strong>nos grupos - partiram para o confronto. Deu no <strong>que</strong> deu.<br />

Isto é, no fracasso, na prisão, na tortura, na eliminação de muitos companheiros de<br />

escol... e no recrudescimento da ditadura.<br />

Como escapei dessa?<br />

Bem, eu era a favor da luta de massas, radical ou moderada, pacífica ou armada. Tinha<br />

lido a severa crítica <strong>que</strong> Lênin fizera ao seu irmão, <strong>que</strong> tentara matar o czar. Para ele, era<br />

preciso observar as condições subjetivas, isto é, a opinião da classe operária, por exemplo.<br />

Já era uma classe para si, ou continuava uma classe em si? O sindicalismo já propunha o<br />

ata<strong>que</strong> ao sistema feudal-capitalista russo ou se mantinha no limite das reivindicações<br />

trabalhistas?<br />

<strong>68</strong> a geraçao <strong>que</strong> <strong>que</strong>ria mudar o mundo: <strong>relatos</strong> relaToS - oPçõeS De lUTa e MiliTÂNCia 241

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