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68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

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Parabéns, gorilas, parabéns, golpistas. A família de Ivan, até hoje, conta <strong>que</strong> ele<br />

enlou<strong>que</strong>ceu em 31 de março. Es<strong>que</strong>cem <strong>que</strong> foi em um 1º de abril. Não sei se isso faria<br />

o meu amigo dar uma gargalhada, ampla, grande, sui generis.<br />

4.9 éraMos Mais do Que sabÍaMos...<br />

e Menos do Que PodÍaMos ter sido<br />

José Flamarion Pelúcio Silva<br />

No dia 31 de março de 1964, eu retornava do Recife, via Natal. Tinha ido representar os<br />

colegas do BNB (Banco do Nordeste do Brasil) de Fortaleza em mais uma Reunião da<br />

Comissão de Equiparação BNB-BB. Passei por Natal, por decisão da mencionada Reunião,<br />

visto <strong>que</strong> os colegas do Rio Grande do Norte não haviam enviado representação.<br />

Quando desci, em Fortaleza, no Aeroporto Pinto Martins dei uma olhadinha e tudo me<br />

pareceu normal. Como não tinha mala, saí direto pelo saguão e tomei o primeiro ônibus<br />

<strong>que</strong> ia passando. Desci na Praça da Gentilândia e fui para casa. Contei para minha mulher<br />

o <strong>que</strong> estava acontecendo, até onde era possível saber. Ainda no Recife, meu irmão <strong>que</strong><br />

era jornalista da Última Hora e fazia a cobertura do gabinete do governador Miguel<br />

Arrais, me dissera <strong>que</strong>, lá, soubera estarem os dois maiores cruzadores norte-americanos<br />

estacionados, um no Rio de Janeiro e outro no Recife, à deriva, é claro.<br />

Meti na cintura um “poderoso” Rossi 22, cromado, uma caixa de balas no bolso e fui para<br />

o Sindicato dos Bancários. Encontrei o salão cheio. Não haveria expediente e a maioria<br />

dos colegas presentes parecia não saber nem se importar muito com o <strong>que</strong> poderia estar<br />

acontecendo. Jogavam sinuca, totó, jogavam também conversa fora. O pessoal do<br />

Partidão (PCB), ao qual me filiara, estava por lá, meio sem saber o <strong>que</strong> fazer. Esperávamos<br />

<strong>que</strong> o José de Moura Beleza, nosso presidente, aparecesse para abrirmos uma Assembleia<br />

Geral Extraordinária. Do Beleza, dizia-se ter-se metido dentro de um carro tipo blindado,<br />

do antigo IAPB (Instituto de Aposentadoria dos Bancários), para se proteger. De fato, o<br />

Beleza estava reunido com toda a Diretoria do Sindicato dos Bancários, na cobertura do<br />

edifício do IAPB. Analisavam os acontecimentos ainda pouco definidos e preparavam<br />

uma nota oficial do Sindicato para ser divulgada nas rádios e nos jornais. Nessa nota, <strong>que</strong><br />

foi redigida pelo Luciano Vasconcelos e <strong>que</strong> não chegou a ser divulgada por motivos<br />

óbvios, o Sindicato reafirmava apoio ao Presidente da República e à legalidade<br />

<strong>68</strong> a geraçao <strong>que</strong> <strong>que</strong>ria mudar o mundo: <strong>relatos</strong> relaToS - o GolPe (1964) 115

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