06.05.2013 Views

68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

100<br />

Luiz Alberto Sanz<br />

Dentro do prédio da UNE só tínhamos um 38, <strong>que</strong> o companheiro Carlos Vereza tomou<br />

de um sujeito, não sei se do MAC ou do CCC, na frente do prédio, com a ajuda, creio, do<br />

Paulo Amparo.<br />

Lá dentro, já estávamos entregues a nós mesmos, mas optamos por seguir a orientação<br />

do Vianinha e do João das Neves, da direção do Centro Popular de Cultura (CPC), por<strong>que</strong><br />

não sentíamos segurança no cara <strong>que</strong> se dizia o responsável pelo Partido ali (não havia<br />

praticamente ninguém <strong>que</strong> não fosse do PCB na resistência final, a Maria do Nazareth<br />

– AP do Maranhão – e outros membros da diretoria tinham saído, por <strong>que</strong>stão de<br />

segurança) e já não havia dirigentes das entidades <strong>que</strong> funcionavam ali (UNE, UBES,<br />

UNETI – União Nacional dos Estudantes Técnico-Industriais, o braço proletário da<br />

estudantada, então, presidida pelo José Montenegro, assassinado no começo dos 70 e<br />

CBDU – Confederação Brasileira dos Desportos Universitários).<br />

Foi ali <strong>que</strong> eu voltei para o Movimento Universitário, do qual me desligara para ingressar<br />

na “base” de Cinema e ficar na frente profissional, como jornalista e técnico<br />

cinematográfico. O golpe me trouxe de volta (até às vésperas do Natal, eu militava na<br />

fração da UNE).<br />

Aconteceram muitas coisas ali. Salvamo-nos do massacre <strong>que</strong> o MAC e o CCC <strong>que</strong>riam<br />

fazer, graças à solidariedade do pessoal dos cortiços <strong>que</strong> havia atrás e do lado. Algumas<br />

pessoas, em geral “coroas” (talvez até mais moças do <strong>que</strong> somos hoje) gritavam: “Eles<br />

estão fugindo por trás!” e coisas semelhantes. Meu irmão estava do lado de fora, junto<br />

com alguns amigos e <strong>que</strong>ria bater no crítico cinematográfico Ely Azeredo, <strong>que</strong> manifestava<br />

seu prazer com o espetáculo fascista. Os amigos não deixaram. Mas é uma história<br />

comprida. O objetivo era esclarecer esse ponto do nosso virtual armamento.<br />

Ronald Lobato<br />

Completando a informação <strong>que</strong> colo<strong>que</strong>i antes, eu e um companheiro cujo nome não<br />

lembro corremos até a esquina atrás do provocador, tiramos o revólver dele e o<br />

entregamos, por entre as grades, ao pessoal <strong>que</strong> estava lá dentro. Os <strong>que</strong> estávamos fora

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!