GNOSE ALEM DA RAZÃO O FENÔMENO DA SUGESTÃO JEAN ...
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mentais, mas mais rígidos também, menos aptos a acolher as sugestões<br />
quando valeria a pena acolhê-las.<br />
Eis o que escreve Pavlov a este respeito: "Os artistas... abarcam a realidade<br />
integral, como ela é, em bloco, a realidade viva, sem fracionamento e sem<br />
dissociação. Os outros, os pensadores, dissecam-na e matam-na por assim<br />
dizer, fazem dela provisoriamente um esqueleto e a juntam de novo,<br />
pedaço a pedaço, esforçando-se por reanimá-la, o que jamais conseguirão<br />
inteiramente... A... reprodução integral da realidade é inacessível ao<br />
pensador".<br />
A distinção pavloviana entre "intelectuais" e "artistas" foi confirmada por<br />
numerosas observações devidas a um discípulo de Pavlov, o soviético I.<br />
Volpert, que demonstrou (em 1952), apoiado em estatísticas, que os<br />
"artistas" de fato inibem muito mais facilmente e muito mais depressa o<br />
segundo sistema de sinalização. Conviria idealmente, já o havia sustentado<br />
Pavlov, encorajar o desenvolvimento de um tipo misto, capaz de passar<br />
com facilidade e depressa de um estado a outro, por intermédio da inibição<br />
rápida. Este tipo misto, para cuja aparição e crescimento na raça humana<br />
Pavlov fazia votos, seria também o mais capaz de tirar o máximo partido<br />
das sugestões positivas e benéficas, favoráveis à plenitude do ser humano.<br />
2. O DEGELO DOS ANOS 60<br />
Embora o inconsciente tivesse sido oficialmente interditado na Rússia<br />
stalinista, ele nunca deixou de ser, como já vimos, objeto das investigações<br />
dos pesquisadores soviéticos. Nos domínios da hipnose e da sugestão, a<br />
psicologia soviética, a mais oficial, continuava preocupando-se com o<br />
inconsciente, ao menos em algumas de suas manifestações externas,<br />
embora evitando cuidadosamente citar até a noção de inconsciente.<br />
A partir do início dos anos 60, produziu-se um verdadeiro degelo no<br />
domínio da psicologia, como aliás em muitos outros. Um vento de<br />
liberalismo — relativo — sopra de repente sobre a URSS, que varre certo<br />
número de tabus, levanta proibições até então inflexíveis e coloca<br />
abruptamente no primeiro plano da pesquisa psicológica setores<br />
inteiramente novos. É o que ressalta claramente da leitura dos livros,<br />
revistas e outras publicações soviéticas e o que aparece não menos<br />
claramente por ocasião dos congressos, que começam a se abrir a<br />
participantes ocidentais.<br />
O público soviético primeiro, o Ocidente em seguida, descobrem pouco a<br />
pouco e com espanto que bem antes de 1960 alguns pesquisadores<br />
soviéticos tinham prosseguido, sem poder dar-lhes qualquer publicidade,<br />
as pesquisas em domínios estritamente proibidos, ao menos oficialmente.<br />
Repentinamente a existência dessas pesquisas e os seus resultados<br />
pacientemente acumulados são revelados, oficializados, trazidos ao<br />
conhecimento do público.