GNOSE ALEM DA RAZÃO O FENÔMENO DA SUGESTÃO JEAN ...
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Uma nova metamorfose da sugestão é o que R. G. Schwartzen-berg, muito<br />
justamente, chamou de "Estado espetáculo", o star system em política.<br />
Schwartzenberg escreve no prefácio do seu livro10: "A política torna-se<br />
um espetáculo. E muitas vezes um one man show. Com a personalização<br />
do poder, o mundo da política repousa, como o mundo do espetáculo,<br />
sobre o star system. Tudo se apaga — partidos, programas — atrás das<br />
supervedetes que distribuem entre si os grandes papéis. É o herói: de<br />
Gaulle, Mão, Stálin, depois Brejnev ou Amin. É o Sr. Qualquer Um:<br />
Pompidou, Ford, Carter. É o líder charmoso: Kennedy, Trudeau, Giscard<br />
d'Estaing. É o pai, como Raymond Barre. Esses astros inventam a<br />
comunicação-poUtíca, a política feita sob medida para os meios de<br />
comunicação (imprensa, rádio, televisão). Muitas vezes, eles se inspiram<br />
no teatro e no cinema e, muitas vezes também, as agências de publicidade<br />
fabricam suas imagens, como a uma marca. Resultado: o cidadão se<br />
transforma em simples espectador de um poder que está sempre<br />
representando. É a testemunha passiva e manipulada desta exibição<br />
permanente. Assim morre a democracia" .<br />
Com as técnicas apuradas de que se serve o martelamento publicitário para<br />
os diversos processos de condicionamento dos espíritos usados através do<br />
mundo pela quase totalidade dos atuais partidos políticos, os "empíricos"<br />
da sugestão coletiva fizeram com que a ciência da sugestão, ou mais<br />
exatamente, do sugestionamento, desse passos gigantes de meio século<br />
para cá.<br />
Outro "progresso" ainda nesta matéria é a subpercepção, que se serve de<br />
estímulos muito rápidos para. atingir o nível perceptivo. Desde 1956,<br />
experiências de publicidade subliminar patrocinadas pela Coca-Cola já<br />
utilizavam, nos Estados Unidos, estímulos invisíveis que passavam na tela<br />
do cinema uma mensagem publicitária a uma velocidade que a tornava<br />
invisível. Resultado? Acréscimo de 30% nas vendas da Coca-Cola aos<br />
espectadores submetidos a esse teste de publicidade subliminar.<br />
Denunciado veementemente em 1958 por Vance Packard, cujo livro The<br />
hidden persuaders fez grande sucesso na época, o processo foi rapidamente<br />
proibido por lei nos Estados Unidos e em vários outros países. Mas, na<br />
prática, trata-se de proibição muito difícil de se fazer respeitada, como o<br />
demonstrou mais recentemente o livro de Key, Subliminal seduction, que<br />
focalizou particularmente o freqüente uso subliminar de imagens ou<br />
palavras especificamente sexuais, e até pornográficas, em publicidade de<br />
aparência bastante respeitável12.<br />
A subpercepção publicitária é um fenômeno bem mais corrente do que em<br />
geral se imagina. A subpercepção está agindo, por exemplo, como observa<br />
Mucchielli, "quando folheamos, sem de fato as ler, as páginas publicitárias<br />
de uma revista, ou quando passamos de carro diante de painéis ou cartazes<br />
que não olhamos"13. O livro de Dixon, Subliminal perception, confirmou